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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fui a tua casa.

Fui a tua Casa
Fui visitar-te, perdoa-me a falta de discernimento.Pensei encontrar-te novamente em uma ruela escura.Porém, o monumento que tive a minha frente,Ofuscou-me a vista e me faz tão diminuto, e sem ação.Meu velho, sobretudo e meu paletó surrados,Chamariam a atenção neste salão iluminado,Pelas tuas obras que nasceram no frio da pensão.Lembrei-me da Gare de Astapovo, sentei-me e chorei,Imaginei aquela velha estação, até o velho banco.Nem imaginas os móveis da tua nova residência.Aqui falar em bancos é até uma blasfêmia.Desculpa, não, não vou entrar, fico aqui fora.Lendo o meu jornal, mesmo que nada tenha de ti. Às vezes publicam uma ou outra poesia tua. Ah! Quanta saudade, da Rua dos Cataventos.Quem sabe até das pensões donde foste despejado.Aqui tudo é limpo e bem cuidado, por isto mesmo.Fico aqui, quem sabe me vejas e venhas prosear comigo.Afinal, conheces bem a sarjeta, meu aspecto não te assusta amigo.Quem sabe também fujas da tua casa, assim como fez Tolstoi.Não importa a idade que se tem, não importa de onde vem o trem.A única coisa que realmente para nós tem importânciaÉ realizar aquele velho sonho, Ah! Meu grande velho.Aquele velho sonho, que acalentamos da mais tenra infância.
por José Norinaldo Tavares

1 comentário:

Alice Bacilla Munhoz da Rocha disse...

"Realizar aquele velho sonho..."

bem isso

bom dia