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quinta-feira, 5 de março de 2009




Covarde
J.Norinaldo.


AH! Esta covardia condenou-te
Ao catre ao calabouço a torre fria,
A lúgubre masmorra de um castelo
Por fora belo e por dentro solidão.
Habitado por uma velha rainha
Que cultiva o jardim da ilusão!

Ah! Esta torre tão fria e tão escura…
Como almejas por alguma claridade,
Pedir para não ficar mais sozinha,
Condenaria outra alma por maldade.
Trocarias todo ouro deste mundo
Pra ter de volta a tua liberdade!

No estígio navegas em teus sonhos,
No pântano escuro, na bruma, na peçonha…
O covarde que se encolhe ante a espada
Que desertou da vida sem fazer nada
E recolheu-se a caverna da vergonha,
Que por si mesmo até a vida foi negada.

Até a torre que te cerceia a liberdade
Acena ao desprestígio por hospedar-te.
O silencio e o escuro desta cela,
A própria vida te negou uma janela.
Pois do amor a covardia não faz parte
Como da arte faz parte uma aquarela.

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