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domingo, 3 de maio de 2009



Pessimismo.
J. Norinaldo

Quem passa pela vida displicente,
Caminha na estrada que outro faz,
Tropeça nas pedras, mas nem sente;
É como a ferradura do cavalo inocente,
Que esmaga sem querer uma semente,
Da frondosa árvore que não nascerá jamais.

Caminha sem saber pra onde vai,
Sem lembranças do lugar onde partiu,
Busca talvez a linha do horizonte,
Quando chega onde ela estava já sumiu.
Nem o cansaço do corpo denuncia...
A bela montanha que por acaso subiu.

Do alto da montanha sente o frio,
Mas não sente que a brisa vem do mar,
Enxerga apenas o caminho que outro fez,
Para as belezas do mundo admirar.
No vôo da gaivota, no céu azul,
Em sua volta borboletas a voejar.

Como será o fim da estrada para alguém,
Que deixou apenas as pegadas no caminho?
Que passou a vida caminhando sem destino,
Um pássaro que jamais constrói seu ninho?
É um pessimista que já nasce um retirante...
Que esmaga a rosa pra ficar com seu espinho.

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