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sexta-feira, 31 de julho de 2009


O Sol.
J. Norinaldo.

O rio, a floresta, a montanha e o sol se pondo,
A certeza de que Deus se faz presente,
O sol se retira cedendo o lugar a lua,
Que bela e nua prateia a terra de luz,
Pela manhã reverencia o sol nascente.

E novamente a vida brilha sobre a terra,
É o reflexo do olhar do criador,
Que traz a luz que nos dá vida e calor,
Que dá a planta a certeza do seu fruto...
E ao poeta a grandeza do amor.

Por mais pobre que eu seja nesta vida,
Ninguém poderá negar-me o sol,
E nem determinar o seu tamanho,
Até os mais terríveis criminosos...
Tem o direito ao seu banho.

O que seria terra sem o sol?
Como seria a caverna de Platão?
Seria como uma vida sem amor,
Um movimento sem nenhum sentido...
O homem perdido sem Deus no coração.

quarta-feira, 29 de julho de 2009


O Beijo.
J. Norinaldo.

Os lábios se juntam se abrem,
Murmuram palavras de amor,
Blasfemam imploram gaguejam,
Existem lábios de favos de mel,
Lábios que sentem o gosto do fel,
Felizes dos lábios que sempre beijam.

Existem beijos mandados,
Beijos roubados até falsos beijos,
Também há beijos censurados,
Quando dos dois lados lábios iguais.
Lábios com lábios são puros desejos,
Lábios beijados não esquecem jamais.

O beijo declama em silencio uma poesia,
É o sinete sublime que sela um ato de amor,
Um beijo salgado por lágrimas de arrependimento,
Um beijo depois da ausência do grito de dor,
Talvez eu nem saiba beijar como beijam os amantes...
Mas se quiseres um milhão de beijos te dou.




terça-feira, 28 de julho de 2009


Velha Carta.
J. Norinaldo.

Hoje li novamente a sua carta,
Para mim foi como se acabasse de chegar,
Algumas partes não consigo decifrar,
Sempre caem algumas lágrimas quando leio,
E nunca sei a hora em que vou chorar.

Na realidade faz tanto tempo de chegou,
Que o selo já até virou uma raridade,
Lembro como as mãos tremiam de emoção,
Hoje tremem normalmente pela idade,
Mas o amor é o mesmo em meu coração.

Com o tempo o papel amarelou,
Minhas lágrimas aos poucos apagam o assunto,
As letras vão ficando bem menores,
E os borrões cada vez ficam maiores...
E as vistas já enxergam tudo junto.

Hoje consegui lê com clareza,
Muitas lágrimas caíram no papel,
Escrito com letras garrafais,
Meu amor eu te amo demais...
Senti-me como se entrasse no céu.


Riacho Doce.
J. Norinaldo.

Os cílios da mata circundam o riacho,
Que corre cerro abaixo tranqüilo e sereno,
O rio pequeno, que em grande se transforma,
E mais tarde forma o grande oceano,
A água que corre espalhando a vida,
E às vezes tem um destino tirano.

O tesouro líquido que a terra nos dá,
Sem nada cobrar e que o homem polui,
O que seria do petróleo sem água nos rios?
O combustível da vida de supremo valor,
O oxigênio que as matas processam,
O óleo envenena com tanto vapor.

A ciência buscada pelos alquimistas,
Hoje cientistas que infestam a terra,
Usam a inteligência em busca de ouro,
Sofisticando a morte com armas de guerra.
Se o homem é realmente a imagem de Deus...
Fica então provado que essa imagem erra.

Em busca de lucros envenenam a mesa,
Relegam o amor e a fraternidade,
A pedra deixada para ser o exemplo,
Transformou-se em ouro na parede do templo,
Hoje o céu é vendido com facilidade,
E valores trocados por futilidade.

As flores não são mais símbolos de amor,
Enfeitam a morte por simples formalidade,
De algumas se extrai o prazer almejado,
No vício que se alastra pela humanidade,
E o riacho correndo poluido e sereno...
E o homem morrendo de sede ao seu lado.





domingo, 26 de julho de 2009


A Porteira, a Estrada e o Homem.
J. Norinaldo

O campo a porteira velha cansada que o tempo corrói,
Cercando a vida a mando da morte sem se comover,
A estrada o mugido o barulho do casco a nuvem a poeira,
É a vida seguindo pra morte ligeira pro homem comer.
Chamado de gado de corte que dá sua vida pro homem viver,
A velha porteira não sente remorso cumpriu seu dever.

O boi que segue na frente guiando a boiada é o sinuelo,
É manso e o único que volta dessa boiada sem sorte,
Cruzará novamente a porteira esperará sem revolta,
Para levar novamente seus irmãos como escolta,
A cruzar pela última vez a velha porteira ao encontro da morte,
Mas o homem precisa comer, e um dia o sinuelo não volta.

O homem aprendeu a matar, ao observar outros animais,
Predadores que precisam viver, mas o que matam comem.
Não tiram a pele nem se utilizam dela para se embelezar,
Leões não caçam leões como o homem mata outro homem,
Falcão que caça o coelho sem forças pra se defender...
Se o homem mata sem fome... então, não merece viver.


Meu Jardim.
J. Norinaldo.

Te tirei do meu jardim como se fosse erva daninha,
E no teu lugar plantei uma flor desconhecida,
Adubei com muito amor esperando a recompensa,
Bem diferente de ti esta é mais delicada,
Por mais carinho que faça noto sua indiferença,
Por mais beleza que tenha não consigo sentir nada.

Sinto saudades de ti, mas não encontro outra muda,
O meu jardim não é o mesmo desde que te arranquei,
O meu coração não cansa de pedir você de volta,
E até urtiga brota neste canteiro que fiz,
Procuro por todo canto ao menos uma semente...
Para te plantar novamente e ver o meu jardim feliz.

Como te encontrar de novo para pedir-te perdão?
Não faz tanto tempo assim e parece uma eternidade,
Agora tenho certeza não vivo sem teu perfume,
Juro-te amor eterno pra nossa felicidade,
Volta perdoa a insensatez que cultivou o ciúme...
Que te adubou com estrume da minha insensibilidade.






sábado, 25 de julho de 2009


Sem Nome.
J. Norinaldo.

Eu quero apenas um sorriso, um abraço,
Um sorriso para mim, não de mim,
Um abraço que me transmita calor,
Não um sorriso que venha me causar dor,
Nem um abraço desprovido de amor.
Um gesto frio como um fardo de capim.

Estou pedindo apenas pra ser lembrado,
Não quero só ser amado e sim amor.
Não peço que me envies uma guirlanda,
Mas não esqueças de me mandar um flor,
Se não tens uma orquídea pra mandar...
Eu adoro a flor do maracujá.

O importante não é uma rara flor,
Está no gesto na vontade de mandar,
Quem recebe sente perfume sem ter,
Sente ciúme de si mesmo sem saber...
Que o prazer de ser amado e amar,
É se dar muito mais que receber.

Receba este poema que te fiz,
Seja feliz e serei feliz também,
Sorria mesmo que não seja pra mim,
Que eu guardo seu sorriso mesmo assim,
Pena que o poema não tem nome...
Fiz, porém ainda não sei pra quem.

quinta-feira, 23 de julho de 2009


Aquela Canção.
J. Norinaldo.

Ouça essas duas notas musicais,
Dó e Si a primeira e a última da escala,
Dó que sinto de ti por pensar só em si,
E não vês que existo e só penso em ti,
São notas distantes como eu e você...
São bem dissonantes e sei o porquê.

Na tua canção sou a nota a mais,
Aquele falsete que está fora de moda,
Que você suprimiu dessa partitura,
Como o fruto que o frio matou não madura,
Como o galho da árvore em época de poda,
Como a tinta que sobra depois da pintura.

Por que destruir os meus sonhos assim?
Se antes tocavas somente pra mim,
Sinto falta de ti, mas também sinto dó,
Por pensar tanto em si me deixando só;
Nossa trilha sonora de um filme de amor...
Agora parece um enredo de horror.

Levanta a cabeça e toca novamente,
Aquela canção que nos levava a sonhar,
Que falava da lua do vento e do mar
Suscitava a carícia e doces sussurros,
A nova canção só lembra lamúrias...
Com ecos que o vento teima em não levar.



Aquela Canção.
J. Norinaldo.

Ouça essas duas notas musicais,
Dó e Si a primeira e a última da escala,
Dó que sinto de ti por pensar só em si,
E não vês que existo e só penso em ti,
São notas distantes como eu e você...
São bem dissonantes e sei o porquê.

Na tua canção sou a nota a mais,
Aquele falsete que está fora de moda,
Que você suprimiu dessa partitura,
Como o fruto que o frio matou não madura,
Como o galho da árvore em época de poda,
Como a tinta que sobra depois da pintura.

Por que destruir os meus sonhos assim?
Se antes tocavas somente pra mim,
Sinto falta de ti, mas também sinto dó,
Por pensar tanto em si me deixando só;
Nossa trilha sonora de um filme de amor...
Agora parece um enredo de horror.

Levanta a cabeça e toca novamente,
Aquela canção que nos levava a sonhar,
Que falava da lua do vento e do mar
Suscitava a carícia e doces sussurros,
A nova canção só lembra lamúrias...
Com ecos que o vento teima em não levar.



Aquela Menina da Janela.
J. Norinaldo.

A noite, a madrugada, o silencio o vazio,
O assovio de uma canção triste ao longe,
Passos cansados, rotos sapatos o vento frio,
Velhas lembranças, dores recentes o passo lento;
O pensamento que vai rolando como um rio,
A rua, o tempo, as velhas pedras o calçamento...

Volta o menino que ali corria de pés descalços,
Vê a menina que da janela lhe acenava rindo,
Escuta os passos, sente o cansaço, mas continua,
Ainda há luz em uma janela lá no fim da rua,
Seriam amantes se entregando ao deus amor,
Alguém que aconchega no peito uma deusa nua.

No final da rua a estrada segue nela segue os passos,
Ficou o menino segue o sobretudo e os sapatos rotos,
O velho chapéu que esconde o céu e apara o sereno,
Passa pelo portão do cemitério e vai seguindo,
Segue aquela sombra que leva consigo o ar de mistério,
Pára diante da menina que lhe acenava sorrindo.

Por que o destino foi cruel comigo pergunta ao silencio,
Por que me deixou viver tanto tempo sem o teu amor?
Por que minha alma não foge pra longe com a solidão?
Pois pra vir aqui tenho que esgueirar-me pela escuridão,
Pra ver teu retrato que a noite me nega por ingratidão...
Sei que á luz do dia, não me deixariam te contar minha dor.





quarta-feira, 22 de julho de 2009


Beleza Insana.
J. Norinaldo.


Num leito de pétalas uma deusa escarlate,
O modelo sonhado pela perfeição,
Dorme o sono tão buscado pelo nirvana,
O perfume de rosas que teu corpo emana,
E que o poeta usa como inspiração.

Criatura sublime criação divina,
Que aos olhos do mundo parece profana,
A tua beleza cantada em prosa,
É a arte de Deus que a vida engalana,
Num leito forrado de pétalas de rosa.

Teu corpo inebria os olhos da carne,
Enlouquece a paixão confunde a luxúria,
Faz tremer o pincel do mais virtuoso,
A razão pede conselho a loucura...
Diante de um quadro tão maravilhoso.

Agora acredito na felicidade plena,
Se não és só miragem que aos olhos engana,
Serei teu escravo por toda vida,
Lutarei com tiranos para te defender,
Posso até dar a vida por ti, ó beleza insana.



terça-feira, 21 de julho de 2009


Voltar no Tempo.
J. Norinaldo.

Velhos tempos, velhos amores, doces lembranças sonhos crianças tão livres de dissabores. Ah! Se pudesse voltar. Não mais chorar escondido de mim mesmo, ver de novo aquele sorriso, aquela covinha na bochecha, tão inocente, quando coravas ao falar de amor. . Eu quero ter um milhão de anos para poder recordar aquele tempo que o tempo levou. Aquele rosto que o tempo marcou aquela menina que com o destino malvado brincou. Eu só não quero sonhar contigo, a correr comigo na primavera, eu só não quero colher uma flor e não te ter perto para te ofertar. Eu só não quero acordar aflito por está sonhando com o que mais quero. Eu só não quero que alguém me diga que é impossível voltar no tempo para ver tudo que em sonhos vi. Só o que peço é que o tempo não me deixe nunca, esquecer o tempo, aquele tempo que vivemos nós. Só mesmo o tempo pode ter certeza se tanta beleza se perdeu no tempo, e por que hoje depois de tanto tempo... Ainda estamos sós.
AMIGOS.
J. Norinaldo.

Amigos para sempre é o que sempre vamos ser não importando a dor que venha a sentir, quando falares do amor de outra pessoa, o que sentes e o que ele sente por ti. Quando encostas a cabeça no meu ombro, e sussurras como se fosse pra mim, quando perguntas: será que ele me ama de verdade? Ah! Por que essa pergunta não é feita para mim? Não importa se por dentro me destroço, nem o esforço que faço pra não chorar, se o coração parece que vai explodir, mas estou ali, firme a consolar-te: claro que te ama, que homem não te amaria? Que homem não te amaria? Mas, você não me entende... afinal, somos amigos, e amigos seremos para sempre. Quero que te vás, para que possa chorar desabafar a minha dor para o vento, ao mesmo tempo quero que fiques comigo, mesmo que seja assim, só como amigo... Para sempre.

segunda-feira, 20 de julho de 2009


Feliz dia do Amigo
Amigos Para Sempre.
J. Norinaldo

Amigo não é quem te enxuga lágrimas,
Muito menos quem vive a te elogiar,
Inimigos nunca amigos de outrora,
Grandes amigos ou pequenos não existem
Ouça sempre a voz do seu coração
Sem medidas, sem peso ou comparação

Pense sempre em Jesus Cristo,
Amigo igual e Ele jamais teremos,
Razão para cultivar o que ensinou,
Amor e amizade então seremos.

Sinta o palpitar do coração,
Envie uma mensagem a quem ama,
Mude se não concorda com o que digo,
Pinte um belo sorriso no seu rosto,
Reacenda na alma esta chama...
Eu sou feliz por ter você como amigo(a).

domingo, 19 de julho de 2009



Musa.
J. Norinaldo.


Essa malha que te envolve
Como uma rede de areia,
Que pescou uma sereia
Tão linda pra me encantar,
Teu doce olhar tece a teia,
Que incendeia o meu olhar.

O teu olhar tem o brilho
De 12 cadeias acesas,
De castiçais sobre mesas
De palácios encantados,
De quadros recém pintados
Com imagens de princesas.

Como não sei o teu nome
Te chamarei de Sofia,
E peço a deusa Calíope
Que no mais doce poema,
Use o teu nome por tema...
Que é pura poesia.







sábado, 18 de julho de 2009


A Vida da Janela.
J. Norinaldo.

Da minha janela vi a vida passar,
Como um rio que corre entre pedras,
Encantei-me com seu doce deslizar,
Vi enchentes de amor ali passando...
E eu da minha janela só olhando.
Encantado vendo o amor, sem amar.

Vi uma enchente de ternura,
Abriguei-me, me escondi deixei passar,
Depois veio uma enchente de amargura,
E o rio demorou muito ao seu leito voltar.
Continuei na janela observando,
Esperando o que mais tinha para olhar.

Assim passei a vida na janela,
Vi passar emxurradas de carinho,
A esperança foi a última que vi
Quando de repente, o rio secou,
Ainda quis encher um vaso com amor...
Quando tentei me levantar não consegui.

sexta-feira, 17 de julho de 2009


Amor Verbo no Passado.
J. Norinaldo.

Chocam-se as idéias dos tiranos,
Recolhem-se as vitimas da batalha,
Contam-se as almas desterradas,
Avalia-se o impacto da dor;
Reconstrói-se a terra destruída...
Soterrando aos poucos o amor.

A poesia mostra toda a bravura,
Que o homem ostenta com a espada,
As flores vão ficando bem mais raras,
Alianças sem valor antes tão caras...
A humanidade vai esquecendo a ternura,
Seguindo assim como porcos seguem em varas.

A minha poesia para muitos tão sem graça,
Busca em vão resgatar o romantismo,
Quando eu te amo era dito com a voz do coração,
Quando o amor era ilustre e sem cinismo,
Tempo em que a inocência era louvável...
Em que se pregava o amor, o altruísmo.

Ainda há esperança de um retorno,
Pois Ele prometeu aqui voltar,
Teremos que aprender tudo de novo,
Seguindo novamente a Sua luz,
Reavaliar os caminhos percorridos,
Ou prepararmos simplesmente a outra cruz.


Os Caminhos.
J. Norinaldo.

Existe um lugar onde a luz é intensa,
O amor é palpável se respira ternura,
Não existem ciúmes, inveja ou maldade,
Só felicidade, fraternidade carinho e perdão.
O caminho, porém é diferente um corredor estreito,
Até parece feito Para quem tem Deus no coração.

O caminho tem pedras, espinhos obstáculos diversos,
É paralelo a uma estrada bem larga toda atapetada,
Com os olhos da carne, escolher a vereda é quase impossível,
O macio tapete é deleite aos pés de qualquer caminhante.
O perfume a paisagem o frescor delicia e acalma,
Mas somente a alma sabe o que se encontra adiante.

Existem somente esses dois caminhos,
Por um deles temos que fazer a nossa opção,
Depois de escolhido temos que seguir em frente,
São caminhos iguais com uma mão somente,
Ninguém volta informando o que há no final.
Nenhum atalho que mude o rumo de repente.

Quem em castelos viveu e pisou ricos tapetes,
Dificilmente escolherá o caminho das pedras,
Paralelos os caminhos seguem até o final...
Quando os escolhidos acolhidos no lugar lá de cima,
Os eleitos da luz e do amor que O Pai lhes reserva,
Fecham-se as portas e só restam as trevas.


quarta-feira, 15 de julho de 2009



A Borboleta Cigana.
J. Norinaldo.

Chorando cheguei ao mundo
E não foi por ingratidão,
Segundo uma borboleta cigana
Já vim ao mundo ferrado,
Com tudo escrito na mão,
Tudo da minha vida mundana.

Esta não foi à única vez que nesta vida chorei,
E a escrita das mãos não consegui decifrar,
A não ser as correções que a vida ali colocou,
Os calos que enobrecem as mãos do trabalhador.
Falaram-me de amor, mas não me ensinaram amar,
Até me levaram ao templo pra me ensinar a orar.

Encontrei outras ciganas que também liam a mão,
Uma me disse a verdade enquanto via minha sorte,
Que a única certeza que nesta vida eu teria,
Independente do modo como buscasse meu norte,
É que o eme ali escrito nada tinha de Maria...
Mas sim: tudo que nasce, terá como fim a morte.






segunda-feira, 13 de julho de 2009

Falar com Deus é Possível
J. Norinaldo.


Eu falei com muitos mestres
De alguns até ri e desdenhei,
Quem sabe por vaidade e orgulho
Os seus ensinamentos guardei,
Sai pregando como se fossem meus,
Falando em nome de Deus a quem nunca acreditei.

Até que um dia cansado numa curva da estrada,
Encontrei uma mulher chorando desesperada,
Com uma criança no colo morrendo de inanição,
E eu não tinha um pão para mitigar sua fome,
Com a água do meu cantil a criança pôs-se de pé,
Por que eu pedi com fé ao invocar o Seu nome.

A mulher maravilhada pediu também pra beber,
Ajoelhada rezava agradecendo ao senhor:
Obrigado meu bom Deus, por atender minha prece,
A minha fome era tanta, mas minha fé foi maior,
Vamos seguir nossa estrada contando a quem quer saber...
Falar com Deus é possível, e só acreditar e querer.

Este eu do qual vos falo, pode ser eu ou você,
Que freqüentamos o templo rezando pro outro ver,
Esquecendo ensinamentos que aqui deixou Jesus,
Poucos lembram as últimas Palavras que pronunciou na cruz.
Pode crer é muito simples, para eu ou para você...
Seguir seus ensinamentos e irradiar sua luz.






sexta-feira, 10 de julho de 2009


O Último Apito.
J. Norinaldo.

O navio se afastando do cais, lágrimas de desespero e de saudade, lenços como num triste balé, eu ali, de pé no meio da multidão, lenço na mão também aceno, também há lágrimas em meu rosto, não por alguém que parte que se afasta lentamente naquela noite fria de inverno. Meu lenço não acena para ninguém, ou seja, acenava para alguém sim, alguém que gostaria que o visse que também chorasse na partida, que suas lágrimas fossem por mim, mas esse alguém não estava lá e tampouco a multidão com isto se importava. Este alguém não estava no navio, não ouviu o último apito triste que cortou a noite. O oceano tragou o navio, a multidão se dispersa, volta a vida, em breve terão noticias dos que partiram. E eu? Voltar para onde? E como esperar notícias de quem não partiu? Que nunca existiu, e nem sei como é?
Toda vez que um navio sai do porto, lá estou eu, o mesmo lenço, o mesmo sentimento, a mesma dor. Que dói mais sempre no último apito. Fico esperando outro e nada.

Quanto Tempo.
J. Norinaldo

Lembra da nossa colina verde, a velha árvore solitária que emprestava seu galho pra nos servir de balanço? Lembras como parecia longe? E como a achávamos alta? Estive um dia lá novamente, já não parecia tão distante, meus passos são bem mais largos, e nem tão alta. Mas a surpresa maior foi de longe ver uma corda com um pneu pendurado. Só podia estar sonhando, não podia ser nosso balanço, mas era no mesmo lugar. Sim, só podia ser um lindo sonho, até por que bem ao lado do balanço surge de repente a ponta de um arco íris, com suas cores lindas contrastando com o azul do céu. Sigo com o olhar o arco-íris e lembro da tiara que usavas a ultima vez que te vi, não me vistes, nem podias, estavas pálida, diferente, mesmo assim pensei ver em teus lábios um sorriso, tua palidez contrastava com as rosas que enfeitavam e perfumavam teu caixão.
Sabes, hoje voltei à colina, e novamente ela está muito distante, continua verdejante e não sei se é loucura, mas novamente vi o balanço e o arco íris, de longe, pois já não consigo mais subir essa montanha.
Quanto tempo meu amor, quanto tempo ainda terei que suportar esta dor?

quinta-feira, 9 de julho de 2009



O Mundo
J. Norinaldo.

Eu saí da minha terra atravessei o mar imenso,
Para descobrir que o mundo é mesmo como se pensa,
As aves que aqui gorjeiam, gorjeiam igualzinho lá,
E na canção do sabiá não encontrei diferença.
Ouvi o ladrar de um cão, ouvi a vaca mugir ouvi um gato miar,
À noite a minha estrela estava no mesmo lugar.

A única diferença que encontrei no além mar,
Seres humanos daqui não entendem os de lá,
Falam línguas diferentes como se fosse outra raça.
Como posso ser amigo de alguém que não entendo?
Que pode dizer eu te amo eu simplesmente achar graça?
Ou querer me ajudar eu por ignorância me ofendo?

Por que não somos iguais em todos cantos do mundo?
Se somos todos irmãos criação do mesmo pai?
Por que dividiram mal as riquezas do universo?
Por uns nasceram bons e outros nascem perversos?
Por que só no final de tudo é quando em fim a ficha cai...
Para o lugar que vai um... é para onde todo mundo vai?



Guerra de Amor.
J. Norinaldo.

Cessem os clarins e o rufar dos tambores,
Corram de passos errados e braços abertos,
Pensamentos certos que abominem a dor.
Troquem os hinos de guerra por poética prosa,
Em vez de um fuzil empunhem uma rosa,
Empenhem a vida em nome do amor.

Navegue sem rumo enfrente a procela,
Aprenda com ela a lutar com denodo,
Pelo que a vida tem, mas não dar aos fracos,
Aqueles que transformam a vida em cacos,
E os oceanos em desertos de lodo,
E culpam a Deus pelos seus fracassos.

Os que se entrincheira atrás da covardia,
Que navegam na lama e na escuridão,
Que vêem beleza mesmo na hipocrisia,
Quem empunham espadas em vez de uma flor,
Que confundem orgulho, soberba com amor...
Deixam a vida passar sem notar que passou.


quarta-feira, 8 de julho de 2009


Fuzileiros Navais.
J. Norinaldo.
Quando Deus criou o mundo,
Ordenou aos seus profetas,
Façam um jardim bem florido,
Com minhas rosas prediletas,
Quero no centro erigido...
Um templo para os poetas.

Construam tudo com brilhantes,
Usem os mais belos vitrais,
Façam os muros de esmeraldas,
Com guaritas de cristais,
E para guardiões do templo...
Os FUZILEIROS NAVAIS.

terça-feira, 7 de julho de 2009


Movimento e Sentido I.
J. Norinaldo


Me alimentei de ilusão,
Respirando fantasia,
Cavei com as unhas da fé,
Tentando manter de pé,
O sonho da poesia.

Mensagens de amor que chegam,
Em envelopes sempre vazios,
Que só a minha alma decifra,
Nas noites tristes de muito frio,
Uma tortura silente de calafrios.

O mundo é feito de pedra,
Os sonhos de pura magia,
Quem tropeça numa pedra,
Dana o corpo no tropeço,
Está no recomeço a poesia.

Vida, sonho poesias,
Pedra tropeço e fantasia,
Corpo alma e coração.
Sem movimento e sentido...
São ventos que trazem destruição.



segunda-feira, 6 de julho de 2009


Lágrimas de Saudade.
J. Norinaldo

Lágrimas são palavras diluídas pela alma,
Linguagem que só o coração pode entender,
Quem já não chorou por um grande amor?
Rolam rios de lágrimas em leitos de dor,
Quantas lágrimas já derramei sem querer,
Quanta água por baixo dessa ponte já passou.

Encontrei um velho homem chorando,
Perguntei qual a sua desventura,
Soluçando me contou sua verdade,
Chorava simplesmente de amargura,
Tinha o coração transbordando de ternura...
Sozinho sem ter por quem chorar de saudade.

Chegamos a esta vida chorando,
Choramos muito na hora de retornar,
Alguns choram de tanta felicidade,
Alguns fingem chorar por vaidade...
Outros choram por que não conseguem amar.
A maior fonte de lágrimas ainda é a saudade.

Sinto saudades de mim mesmo,
Do menino que não buscava a verdade,
Do jovem que sonhou mudar o mundo,
Que jurou dar a vida em nome da liberdade.
Como um navio que vai se afastando do cais...
De um lenço branco acenando com saudade.

domingo, 5 de julho de 2009


Algemas de Ouro.
J. Norinaldo.

A tristeza a carência de carinho,
O preconceito o conformismo,
Traçam às vezes o caminho pro inferno,
O medo da solidão a covardia,
Depois cobrado tudo isto corrigido,
Por ter unido uma vida a outra vida.

Que talvez por motivos parecidos,
Tenha aceitado uma vida miserável,
Num sumário de culpas e motivos,
Estando vivos, porém a morte é inegável,
Separados sem nunca haver despedida,
Duas múmias embalsamadas em vida.

Dois caminhos paralelos não se tocam,
Duas almas diferentes não se unem,
Quando a razão grita e não é ouvida,
Os juizes da consciência punem.
Aqueles que se escudam na covardia,
E colocam a culpa na própria vida.

Quando tarde para inverter os papéis,
Com os anéis que selaram essa união,
Atirados como migalhas ao lixo,
Pois na verdade nunca uniram corações,
Foram apenas como enfeites alegóricos,
Elos de ouro que prendem os grilhões.



sexta-feira, 3 de julho de 2009



A Árvore, o Homem e o Mar.
J. Norinaldo.

Só mesmo Deus poderia me explicar,
O que esta árvore faz tão longe da floresta,
Caminhando durante anos sem descanso,
Escapando das serras e dos machados.
Agora sei aonde ela quer chegar,
Jogar seus frutos para os peixes alimentar.

Que exemplo lindo de amor à natureza,
E que tristeza ver uma árvore tombar,
Nos passarinhos fugindo em revoada,
Sem entender aonde o homem que chegar.
Destruindo as florestas bosques e lagos,
E um dia também destruir o mar.

Espelhem-se no exemplo desta árvore,
Imaginem que troca mais feliz,
Enquanto atira seus frutos aos peixinhos,
A onda embalada vem molhar sua raiz.
A brisa faz dançar as suas folhas verdes...
Numa verdadeira oferta de carinhos.


Olhar ao Redor.
J. Norinaldo.

Volta tua face para o lado,
Ainda há muito para se ver,
À frente o futuro que não vem,
Atrás o passado que se foi,
Agora o presente que é refém...
Do passado e do futuro também.

Olha vê o mar e sente a brisa,
Escuta o cantar do passarinho,
Sente o pulsar nas tuas veias
Aspira o perfume de uma rosa,
Olha e vês que não estás sozinho.
E que o vento acende a chama das candeias.

Não procures pela origem da dor,
Não busque ser amado e sim amor,
O maior tesouro que se junta nesta vida,
Que se leva na hora da partida...
É o bem que aqui se praticou,
Independendo do tempo que aqui passou.

Volta tua face novamente para trás,
Quem conhece o caminho vai à frente,
Se existem muitas pedras no caminho,
Um elefante incomoda muita gente.
Procura a beleza em cada curva,
O fim da estrada nunca será diferente.


A Felicidade.
J. Norinaldo
Estariam o ouro e a fama vinculados a felicidade?Seria Michael Jackson feliz? Ou o excesso de ambos o levaram a morte? Como se sentirão os fãs que não foram agraciados com ingressos para o seu funeral? E quantos funerais você ouviu falar que precisasse de ingressos? Quanto você pagaria pelo tal ingresso? E na verdade o que queria ver, o seu ídolo embalsamado, ou outras estrelas que lá estarão, com seus trajes feitos especialmente para a ocasião?
Quantas perguntas, não? Afinal o planeta é realmente movido muito mais por elas do que pelas respostas. Claro, você não é obrigado a responder nenhuma, mas pense, reflita em quantas vezes reclamou da vida por não ser rico e muito famoso. E que a vida não foi nada legal com você. Com isto se tornando uma pessoa triste, depressiva e revoltada.
Imagine alguém como Michael Jackson, alguém que tinha aparentemente quase tudo, implorando por algumas horas de sono. “Eu quero apenas dormir”. Você tem insônias?
Deve ser muito triste quando chegamos a nos considerar quase deus, e ai vemos que uma coisa tão simples não conseguimos realizar.
Como me sentiria se rico e poderoso, porém sem conseguir dormir, um simples empregado que chega atrasado para me servir, e pedir perdão tentando justificar o seu erro dizendo: _ Perdão, senhor, eu dormi demais?