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domingo, 30 de agosto de 2009



Ao Mestre.
J. Norinaldo.

Disse com sabedoria Patativa do Assaré,
Não se canta o meu sertão sem saber como ele é,
A poesia retrata tudo que o poeta sente,
Poetar não é somente criar rosário de rima,
A poesia está acima daquilo que a gente quer,
É uma orquestra mulher e o poeta o regente.

OH! Patativa meu inesquecível mestre,
Eu também sou do nordeste, mas da seca desertei,
Ainda menino peguei a estrada para a fuga,
Não fiz como a Ribaçã que tem o tempo pra voltar,
Não esqueci as raízes da terra onde brinquei...
Mas cantei noutras paragens enquanto tu cantavas lá.

Andei por terras distantes sem esquecer o agreste,
Conheci outras nações voei por perto do céu,
Escrevi na poesia a saudade que ainda sinto,
Sou simples e jamais minto quanto a minha raiz,
Só sou feliz quando digo que sou cria do cordel...
Como a capela da roça que reza igual à Matriz.

É verdade grande mestre pra se falar de amor,
Assim como tu dizias de puema, de prefume e de fulô,
Todo poeta carece conhecer os fundamentos...
Juntar alma e pensamento, coração e sentimentos,
Quem vive no apogeu, quem não chorou não sofreu...
Pode rimar direitinho mas jamais falar da dor.




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