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sábado, 15 de agosto de 2009


Esquinas da Vida.
J. Norinaldo

Fantasmas inocentes povoam as esquinas,
São mulheres meninas com a mão estendida,
São crianças da vida que a noite adotou.
Do teatro de horror o mais terrível enredo,
Que anunciam os segredos na arte do amor,
Brincando com o medo diante da dor.

A boneca de outrora agora tem vida,
Em contrapartida a inocência se foi,
E o futuro reserva as meninas da noite,
E aos frutos que geram ainda em botão,
A sarjeta e a lama no fim do caminho...
Um enterro indigente sem nenhuma oração.

Para os que se servem são apenas número,
Com uma etiqueta com idade e formato,
Que disputam o mercado de carne e desejos,
A boca pequena que devia gritar por socorro,
Engolidas na noite por delirantes beijos,
Crimes contra a vida que ficam no anonimato.

Onde está a bandeira que defende as meninas?
Que por infelicidade caíram na malhas da vida,
Onde estão as mulheres que geraram as meninas?
Talvez na sarjeta ou partissem para a outra vida,
Totalmente esquecidas por parentes e amigos...
Por não servirem mais pra enfrentar as esquinas.

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