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segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Disfarce.
J. Norinaldo.

Eu não sei sorrir enquanto minha alma chora,
Eu não sei fingir então me escondo aos prantos,
Para não mentir me encerro em meu silencio,
Eu não sei pedir quando na verdade imploro,
Existe dentro mim um outro eu que se diz poeta,
Que faz você sorrir enquanto eu mesmo choro.

Não sei se um demente ou mesmo uma farsa,
Mas que ainda sente toda a beleza da vida,
Que não vê as pedras que encontra na estrada,
Como uma cilada pra jogá-lo ao chão,
Que ainda tem palavras que servem de consolo,
E a capacidade de dividir um único pão.

Falar de mim, pensei fosse tão fácil,
Mas é bem mais cômodo falar das flores,
Que são felizes quando agradam amantes,
Quando enfeitam santas em belos andores,
Quando são beijadas pelos colibris,
Ou quando enfeitam... os caixões de dores.

Eu disse que não sei mentir, perdão estava mentindo,
Agora falo a verdade, talvez tentando me redimir,
Entre o eu e o mim que falei acima não há diferença,
Nem o que é poeta ou que não é, não sabem sorrir,
O poeta mente, não diz o que sente no seu próprio eu...
O outro, o poema ouve por não pode fugir.




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