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domingo, 18 de outubro de 2009



Resignação
J. Norinaldo.

Meus serões, minhas vigílias,
Minhas sombras meus medos,
Minha angústia meus temores,
Meus tumores, meus segredos,
Meus devaneios minhas cismas,
Meus abalos meus tremores.

Minha força minha asseveração,
Minha resignação na primavera sem flores,
Meus caminhos ao futuro desenhados no presente,
Os caminhos apagados onde caminhei no passado,
Os retratos amarelados relembram grandes amores,
E não falta de sorrisos o timbre vivo das dores.

Meus sonos, meus pesadelos, meu cansaço,
E as perguntas que faço decerto se perdem ao vento,
Meus serões, minhas vigílias, tantas noites sem dormir,
Já contei todas estrelas que existem no firmamento,
Ah! Como desejo novamente abrir os lábios e sorrir...
Estes não hão de servir somente, pra gemer de sofrimento.

Nos caminhos do futuro além das minhas pegadas,
Deixo as marcas de um cajado que me ajuda a caminhar,
Magra sombra que me segue e persegue a minha sombra,
Que assombra o meu ser com o final da existência,
Como a cruz que alguém carrega por alguma penitencia...
Como se em cada curva a morte esteja a me esperar.



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