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segunda-feira, 2 de novembro de 2009


O Túmulo Abandonado.
J. Norinaldo.

Hoje fui ao cemitério visitar os meus finados,
Encontrei um velho túmulo há muito abandonado,
Seus tijolos carcomidos pelo tempo enegrecido,
Demonstra que o habitante há muito ali foi deixado.
Nenhuma flor, nenhuma oração de algum ente querido,
Que deixou de fazer este pra deixar de ser lembrado?

Sem pensar muito no gesto roubei de outro uma flor,
Coloquei na velha cruz que o tempo enferrujou,
Não consegui ver seu nome nem o tempo que viveu,
Perguntei apara os mais velhos, mas ninguém soube dizer;
A quem pertence a morada que a vida esqueceu,
A morte não causa medo e sim a vida esquecer.

Prometi que levarei sempre flores ao esquecido,
Esquecendo que um dia não poderei mais levar,
Que aqui também me tragam ou esqueçam de trazer,
Que lembrem da poesia que acabo de fazer,
Daquela flor que roubei sei que ninguém lembrará...
E tenha mais dois amigos quando a fronteira cruzar.

Talvez nun gesto incontido ao roubar aquela flor,
Para colocar num túmulo onde já não tem ninguém,
Aliás, em nenhum tem, o que tem ninguém quer ver,
O poeta não entende por que quem chorava ao lado,
Mostrando que quem partiu lhe deixara tantas dores...
Não pegou alguma flores e ofertou aquele pobre coitado.

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