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terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Amor.
J. Norinaldo.

Amor é amor não importa em que língua,
Nem o vento difere de nação a nação,
O sentimento não muda, se muda seu nome,
Como a jóia roubada que troca de mão,
Não importa se no oriente ou no ocidente,
O mesmo pássaro canta a mesma canção.

Aquele que fala língua diferente,
É meu semelhante nasceu meu irmão,
Jesus não falava à língua que entendo,
Mas eu procurei compreender seu sermão,
Se o mundo tivesse aprendido a mensagem...
Saberia que amor não tem tradução.

O pássaro e o vento ultrapassam fronteiras,
Sem passaporte ou carteiras nem permissão,
O homem dividiu o planeta com riscos,
Não por ordem de Deus, mas por pura ambição,
Cujo valor lhe é dado não por sua beleza,
Mas, sim pela riqueza que possui o seu chão.

E assim o amor nosso tesouro mor,
Sincopado de grande que Deus nos legou,
A cada conquista que o homem promulga,
A distancia aumenta entre a ovelha e o pastor,
Que conduz o rebanho como aquele que julga...
Que também com a espada se conquista o amor.


Pensar é Preciso.
J. Norinaldo.

Eu preciso parar, eu preciso pensar,
Eu preciso parar de pensar e pensar,
Se penso logo existo e quero existir,
Mas não só pensar eu quero sentir,
Não posso parar ficar sem pensar.

Eu preciso navegar não preciso viver,
Como vou conseguir navegar e pensar?
O mar é imenso o pensamento maior,
Ou penso ou navego ou faço um só...
Navegando e pensando não posso parar.

Sem pensar não existo, existo ao pensar,
Quem pensa navega até longe do mar,
Sem ondas, sem vento sem rumo a seguir...
Pensando e vivendo sem poder parar,
Viver e pensar pensando em existir.

Pensei que existia ao parar de pensar,
Até quando durmo tenho que sonhar,
E sonhado penso que estou acordado,
E penso acordado, pois vivo sonhando...
Pensar é preciso então vamos a pensar.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009



Caminhando.
J. Norinaldo.

Muito ainda tenho que nesta vida caminhar,
Deixando a cada passo uma marca na poeira,
Que o vento se encarrega de apagar,
Em cada curva a descobrir um novo mundo...
Em cada pedra uma mensagem a decifrar.

Seguir em frente, pois voltar não faz sentido,
Não vejo marcas de alguém que retornou,
Pelas cruzes que encontro nesta estrada,
Pelos castelos que o tempo derrubou,
A estrada é longa, mas pra muitos terminou.

As lembranças vão ficando com as pegada,
A esperança vai à frente repontando,
E a cada amanhecer o sol nascendo,
E o horizonte continua se afastando...
E mais cruzes no aceiro aparecendo.

O que me espera no final dessa estrada?
Só há um caminho e não posso está perdido,
A incerteza veste vai vestindo o meu cansaço,
Com as belezas que para trás fui deixando...
Voltar não posso, isto jamais foi permitido.




domingo, 27 de setembro de 2009



Narciso.
J. Norinaldo.

Quem sou eu? Não sei, nunca soube,
Se sabes, então digas a verdade,
Enganar-me não ajudará em nada,
Se apenas vês minha imagem no espelho,
Segue teu caminho em silencio,
Que buscarei a resposta noutra estrada.

Reflitas na pergunta e na resposta,
Ou na precipitação em responder,
Antes de dizer que me conheces,
Terás antes que te conhecer,
Depois que as palavras forem ditas...
Pouco importa que venhas a te arrepender.

O pouco que sei de mim vem do espelho,
Por isto, digo que não sei ainda quem sou,
O espelho mostra aquilo que quero ver,
Enquanto não souber quem sou eu mesmo,
Não perguntarei jamais quem é você...
Por que seria divagar no mundo a esmo.

Saí enfim da frente do espelho indeciso,
Subi a montanha meditei sobre a verdade,
Busquei no silencio a resposta que preciso,
Mas ao beber água num lago sereno...
Novamente o velho espelho apareceu,
E respondeu quem sou: um seguidor de Narciso


sábado, 26 de setembro de 2009



A Odalisca do meu Sonho.
J. Norinaldo.

Eu sonho constantemente com a felicidade,
Esta que não dorme e nem sonha comigo,
Estou sempre correndo atrás desse sonho,
De uma deusa que corre e me chama ao deserto,
Quando estou perto acordo quase chorando,
E o sonho se torna em pesadelo medonho.

Por que não consigo alcançar meu amor?
Por que essa dor, acordado e desperto?
Por que esta miragem persegue o meu sono?
Onde levaria aquele imenso deserto?
Que mensagem traria no bojo do sonho?
Talvez que essa deusa já tenha seu dono.

Por que o deserto e não o imenso oceano?
Onde de bom grado seguiria a sereia?
Enfrentando a procela e a profundidade,
Em busca da deusa da minha felicidade,
Que teima em lavar-me a um mar de areia...
Pra que o sol me castigue por alguma maldade?

Essa odalisca que povoa meus sonhos,
Talvez fugitiva dos sonhos de alguém,
Que em outra vida fugiu ao deserto,
Pra não ser apenas mais uma num harém,
Tão bela confesso, não me falta coragem...
Para seguir essa miragem até ao além.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009



Indulto de amor.
J. Norinaldo.

Indulto-me pelos pecados por amor,
Nunca fui ressarcido pela dor,
Pelas noites de insônia, os pesadelos,
Pelos poemas tristes que tive que escrever,
Na verdade nem só amor o amor constrói...
Outra mentira é que tapa de amor não dói.

O amor é lindo quando é correspondido,
Entre dois seres que se entregam por inteiro,
Duas metades que Zeus mandou separar,
Quando se encontram não há muros que separe,
Nenhum outro sentimento que se compare..
O amor que fica na história a se contar.

Ainda existe o amor correspondido,
Mais proibido pelo preconceito insano,
Mais de uma vez a espada decidiu,
Quantas vezes a clausura consumiu,
Grandes amores enterrados para sempre,
Na torre fria do castelo de um tirano.

Feliz daquele que vive um grande amor,
Até nem sei se o amor tem um tamanho,
É tão feliz mesmo não tendo tesouro,
Sem castelo por vivenda uma tapera,
E um carneiro tem o valor de um rebanho...
Quando qualquer estação é primavera.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009



Portugal.
J. Norinaldo.

Advindos de uma terra tão distante,
Oriundos de uma nação navegante,
O vento trouxe a bandeira portuguesa,
A descobrir a beleza deste país tropical,
No qual nasci e não esqueço a gentileza...
E como minha singeleza, te agradeço Portugal.

Sigo os passos de Camões amante da poesia,
Que em mil versos dizia em poema uma história,
Salve a Escola de Sagres, bem dito rumo das velas,
Daquelas três caravelas que aportaram no Brasil,
Pasmos diante do belo todos tiveram certeza,
Da existência da beleza naquele dia em 22 de abril.

Diante de uma montanha de nome Porto Seguro,
Se desenhava o futuro de uma grande nação,
Nasceu de um mundo gestante a minha pátria mãe gentil,
Que Portugal descobriu por ser guapo e valoroso,
A cujo povo dedico minha simples, mas sincera poesia...
Com um abraço caloroso do tamanho do meu Brasil.

Ó! Portugal das aldeias, do fado do vinho verde,
Onde a história mata a sede na águas do rio Tejo,
Ó! Portugal que abrigas da terra, belos cenários,
Que abrigastes os bravos monges templários,
Com tanta história, eu confesso que te invejo;
Hei de um dia conhecer-te não só no imaginário.









Amor.
J. Norinaldo.

Suspiras escondida por quem de ti sorri,
Desdenhas abertamente de quem suspira por ti,
Sofres no silencio ao entender cada sorriso,
Que provocam em teu sono pesadelos de quimera,
Para esse alguém darias a rosa mais bela do teu jardim...
Nem notas que existe alguém te ofertando a primavera.

Enquanto te enfeitas para alguém que não te vê,
Há alguém que enfeita a vida com as tintas da paixão,
Pincelando sem talento numa tela sem moldura,
Usando na aquarela cores foscas de ilusão,
Flores que já nascem murchas mortas e sem cores,
Ou um céu sempre escuro sem estrelas e nem luar.

Como linhas paralelas, como chinelos ao chão,
Caminhamos lado a lado sempre a olhar em frente,
Se alguém estender o braço as linhas viram um caminho,
Também podem se afastar virando duas estradas,
Uma que leva ao desprezo daquele por quem suspiras...
A outra um vale de espinhos como navalhas afiadas.

Falar de amor é tão fácil o poeta se deleita,
Pois qualquer papel aceita que se escreva o amor,
Tendo a lua, as estrelas, flores da primavera por tema,
O romantismo, o lirismo, sonhos lindos, por do sol,
Como se fosse amor mais amor, fosse igual a amor...
Sem sofrimento nem dor, no mais intricado teorema.






quarta-feira, 23 de setembro de 2009



Primavera.
J. Norinaldo.

Dá-me apenas teu amor na primavera,
E todas flores que se abrirem serão tuas,
A outros seres permitirei somente vê-las,
Te darei a lua sobre as mansas marés,
Tuas também serão os milhões de estrelas,
E a minha vida atirarei aos teus pés.

Dá-me teu amor a todo instante,
Não precisamos esperar a primavera,
Reguemos o nosso jardim com carinho,
Se no outono não se abrem nossas rosas,
Enxergaremos um botão em cada espinho,
Que flores farei se abrir em verso e prosas.

Cada floco de neve que no inverno cair,
Colherei e transformarei em linda flor,
Nem que seja apenas pra te ver ri,
E aquecer o frio com o nosso calor,
E esqueçamos que existe a primavera...
Estarmos juntos é nossa estação de amor.

No verão quando o sol vem te acordar,
Nos convidando a nos entregar ao mar,
A nudez revelada pela água transparente,
Até que a lua alcoviteira e confidente,
Vem na areia nossa cama iluminar...
É a estação do amor, vamos amar.




terça-feira, 22 de setembro de 2009


O Casaco de Pele.
J. Norinaldo.

A pele que esconde o que queres mostrar,
Tua pele que se valoriza ficando escondida,
Um dia foi vida e pelos campos correu,
Outro dia morreu pra poder te enfeitar,
Parte de um cadáver que orna a vida...
A beleza perfeita não carece de altar.

Quem usa uma pele numa noite de festa,
Não vê que a floresta perde seu enfeite,
Na raposa elegante que está sendo extinta,
Na meiga chinchila abatida para teu deleite,
Vestida assim desvalorizas a tua própria pele,
Que os pincéis do desejo buscam na tinta.

Olha-te no espelho e verás como és reles,
Envolta em peles que já tiveram vida,
Penses no pavor que sentes pela morte,
E como tua pele fica depois da partida,
Imaginas depois de deixar este mundo...
Tua pele na noite por outra exibida.

Deus nos deu o corpo coberto por pele,
Devemos então com ela ao pó retornar,
Se for preciso matar pra viver que matemos,
Nascemos pelados, mas vestidos vivemos,
Não precisamos de pele além da que temos...
Apelo para que deixem de por peles matar.

O Amor Está no Ar.
J. Norinaldo.

O amor não é um bem que se pode adquirir,
Não há concurso de amor tampouco vestibular,
O amor é sentimento sem preconceito de raça,
Uma fonte que não seca e nunca vai acabar,
Encha o coração de graça, o amor está no ar.

Se o amor não é moda é por que jamais mudará,
Quem dessa fonte beber de sede não morrerá,
Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu amor,
Nem as doçuras das lágrimas de por um amor chorar,
A dor passa a lágrima seca, e o amor está no ar.

Ninguém passa pela vida sem conhecer essa dor,
De amar sem ser amado ou fazer outro sofredor,
Somente Aquele que veio aqui pra nos ensinar,
Que não basta ser amado o importante é ser amor...
O que mais Ele pregou é que o amor está no ar.

Nas cores do arco íris na beleza do arrebol,
No belo azul do mar num lindo raio de sol,
Na neve sobre a montanha num jardim a vicejar,
Na beleza de uma rosa que o colibri vem beijar,
Na primavera ou no outono o amor está no ar.


Amor nas Ondas.
J. Norinaldo

Teus cabelos encharcados de suor,
Confundem-se com as franjas do dossel,
Quando cavalgo o teu corpo com loucura,
Enquanto a alcova é um barco na procela,
Nossas velas são lençóis amarfanhados...
E o teu rumo é a busca do meu mel,

Os teus olhos de Medusa não assustam,
Os teus gritos soam como uma canção,
Nossos corpos num colóquio violento,
Como a onda que se choca ao rochedo,
Como o vento transformado em furacão...
É o amor sem censura e sem segredo.

Por fim a taça cheia, o doce brinde,
Como a abelha colhe o pólen de uma flor,
Num abraço como dois corpos fundidos,
Entre gritos e palavras sem sentidos,
Misturados aos lençóis e ao suor,
Ainda quente, gotas do néctar do amor.

E o perfume que emana o quarto cúmplice,
Que a brisa leva á fecundar a noite ardente,
Nem o cansaço da tarefa mais sublime,
Que leva o barco à deriva por momentos,
Impede as velas de buscar por novos ventos...
E atirar-se contra as vagas novamente.




domingo, 20 de setembro de 2009


A Montanha e a Vida.
J. Norinaldo.

Quer saber se você é importante para alguém,
Vá pra montanha fique recluso na distancia,
Jejuando de sorrisos, tente desinflar seu ego,
Alimente sua alma com encanto da natureza,
Fique por tempos quando retornar terá certeza...
Se faz falta ou tem sido mera insignificância.

Sem desespero ou mágoa tente refletir,
Que não deixou de existir por este fato,
A vida é um caminho sem placas ou atalhos,
Tem o formato de uma colcha de retalhos,
Pedaços que você costura a mão a cada ato,
Pode ser linda ou uma trouxa de frangalhos,

A montanha nunca muda de lugar,
Estará lá a sua espera novamente,
Quantas vezes for preciso retornar,
A montanha não nasceu alta com certeza,
Tente aprender com a sábia natureza,
E sua colcha um dia lhe encantará,

Se sua colcha não encanta a humanidade,
Tenha humildade tente ao menos se encantar,
Não adianta o mundo inteiro lhe aplaudir,
Se em seu silencio você mesmo se vaiar,
O importante é seguir sempre costurando...
Pelo caminho retalho não lhe faltará.

Onde Está o Amor?
J. Norinaldo.


Cantei tantas odes ao amor,
Quantas noites de sono perdido,
Tanta ilusão a me roubar a calma,
Como se o amor fosse um bandido,
Um turbilhão a me envolver a alma,
Consolo ébrio de palavras sem sentido.

Onde, onde está meu grande amor?
Que com certeza iria curar minha dor,
Qual o caminho que leva a felicidade?
Por que soltaram tão cedo a minha mão?
Perdido num mar de indagação...
Sem vento para encontrar a verdade.

Vivo como folhas mortas no outono,
Rezando que não chegue a primavera,
Quando a vida numa explosão de cores,
A concitar oas beijos mais delirantes,
Em alcovas perfumadas, entre amantes...
E em meus sonhos, pesadelos de quimera.

Porém hoje tomei uma grande decisão,
Se não consigo encontrar meu grande amor,
Por que tranquei o coração, sofri a esmo,
Tenho certeza felicidade não é uma invenção,
Ouço a voz da razão, que com razão vive a dizer:
Pra conhecer o amor, primeiro ame a si mesmo.






sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Homenagem a Todos os Veteranos Fuzileiros Navais
Do Brasil e aqueles que os admiram.
Veterano J. Norinaldo.

Veteranos Fuzileiros a Pátria sabe onde estamos,
Nosso pavilhão tremula ao vento que vem do mar,
Hoje o meu grito é mais fraco pelo desgaste da vida,
O meu amor é maior e jamais esqueço o passado,
Nas redes de desembarque na vibração da descida...
Com denodo e galhardia e amor a Pátria querida.

Enche-me o peito de orgulho ser Fuzileiro Naval,
A tropa que me ensinou não desistir ou recuar,
Ai daquele que fizer com que eu volte à fileira...
Pra defender a Bandeira que um dia jurei honrar,
Meu juramento não morre ó minha Pátria querida...
Te darei a própria vida e tudo mais que possa dar.

Aprendi seguir em frente até à hora da morte,
Tombarei beijando o chão ao qual jurei defender,
Ao empunhar meu fuzil tendo o peito por escudo,
Onde as medalhas de guerra contam a minha história,
Ser poeta Fuzileiro em nada me desmerece...
Considero uma prece que enaltece nossa glória.


Ser Veterano é orgulho de quem jurou e cumpriu,
Se necessário morrer em defesa do Brasil,
O que a história escreveu nunca será apagado,
Que o Pavilhão veterano seja perene e jamais...
Seja esquecido ou manchado, que o considerem sagrado...
O BRASIL E O CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS.
–AD SSUMUS.



A Tristeza do Poeta.
J. Norinaldo.

Oh! Mas que bela paisagem quanta inspiração,
Um bosque, um caminho, um belo raio de sol,
Uma linda mulher sozinha completa o ornamento,
Um poeta ver com olhos e transmite ao coração,
Que passa ao julgo da alma desta vem à decisão...
De escrever um poema eternizando o momento.

O poeta não se culpa se aquela mulher é triste,
E não vê tanta beleza que emoldura seu redor,
A tristeza do poeta é água de outra nascente,
Ao lembrar que o lindo bosque foi uma grande floresta,
E agora tudo que resta uma mulher atravessa só,
E os pássaros que aqui cantavam, não cantarão novamente.

O que importa um pássaro, uma árvore um caminho?
Se a beleza da mulher suplanta todo cenário,
Por que o poeta insiste em canonizar as flores,
Vê beleza num inseto que se arrasta aos seus pés,
Nas asas de uma libélula ou no cantar de um canário...
Quem se arrasta se transforma em primavera de cores.

O raio do sol perene nascerá mesmo sem bosques,
Novos bosques surgirão de outras florestas que tombam,
Triste ou feliz a mulher continuará caminhando,
E os pássaros que cantavam na parte alta do monte...
Juntam-se a beira da fonte da tristeza do poeta,
Uns por que perderam os ninhos, o outro por ser pateta.



Minha Revolta.
J. Norinaldo.

Nunca se falou tanto em nome Deus,
Nenhum produto até hoje valeu tanto,
Quem souber gritar mais a multidão,
E oferecer o seu santo nome em vão
Enfrentar corpo a corpo satanás...
Na televisão em revistas ou jornais.

Aqueles que juram falar por Ele,
Acumulam tesouros nos porões,
Bradam alto em nome da verdade,
Prometem ao rebanho a felicidade,
Em praça pública ou em luxuoso templo...
Jamais tiveram o Criador nos corações.

E o rebanho vai seguindo cabisbaixo,
E também grita quando alguém manda gritar,
Na verdade sem saber por que os gritos,
Mesmo assim gritam como agem os aflitos,
Deus não deu procuração aqui na terra...
Por que não grita: está na hora de parar?

Já não agüento meu irmão sendo lesado,
Principalmente em nome do criador,
Que filho é este que vende o nome do Pai?
Que tira o pouco que um pobre pai juntou,
Para alimentar o seu filho que tem fome?
Pedindo em nome de um Deus que é só amor..

Daí a César o que é de César, a moeda,
E a Deus o que é de Deus, só o amor,
Hoje, essa parábola é cantada diferente,
Para César uma banana, é o que merece,
E a moeda Já sem a cara de César, ao Senhor,
Que alguém garante entregará pessoalmente.




quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Ao Amigo Gilsolei José de Liz
J. Norinaldo.

O mundo dar muitas voltas e até as pedras se encontram
A distancia não impede nem mata uma grande amizade,
O peito guarda a saudade, mas não esquece jamais,
Da velha Vila Garruchos, do Clube do Ricardo Barrufaldi,
Das serenatas noturnas, das meninas e dos Fuzileiros Navais,
Podemos dizer amigo, que ali conhecemos a dona felicidade.

Vamos lembrar alguns deles da família no quartel,
Do Chaves e sua parada de como resolver contenda,
Do velho Chagas, o Pivetta, o Santos e o Xavier,
O Japão, o Favorino, Norinaldo, Paim, O velho Nelson da venda,
Mas os amigos de fora que para nós eram os civis...
Não sabes a felicidade de te encontrar agora Gilsolei José de Liz.

Alguns amigos partiram deixando muita saudade,
Por certo Deus precisava de segurança no céu,
Outros perdemos o rastro, mas a amizade existe,
Quantos anos se passaram e quanta coisa aconteceu?
Nossa amizade não morreu e cada vez mais se expande...
Por isto te mando um abraço do tamanho do Rio Grande.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009



Revolta.
J. Norinaldo.

Do holocausto a diáspora, o decreto de Alhambra,
Dos pergaminhos de outrora aos alfarrábios de agora,
Das rodas de orações as ondas hertzianas,
Dos palavrórios dos sábios a ascensão das vogais,
Tudo que consta nos anais fruto da própria história...
O homem falsificou a assinatura de Deus.

Falou em seu santo nome foi deus em sua ausência,
Esqueceu a onipresença que alguém lhe ensinou,
Mandou que eu amasse o próximo assim como Deus amou,
Que dividisse meu pão mesmo o que o diabo amassou,
E me prometeu o céu sem deter procuração...
Me seduziu me enganou em nome do criador.

Criou bezerros de ouro à adoração incauta,
Aproveitou as cruzadas para encher os alforjes,
Apostou na impunidade e até hoje se deu bem,
Se o julgamento final é criação sua também,
O inferno é aqui mesmo pra aqueles que não tem nada...
Do outro lado há o céu para aqueles que muito tem.

Criador e criatura disputam espaço na mídia,
A criatura perfídia que desencadeia o caos,
Seus tentáculos potentes inflados pelo deus ego,
Que prega o desapego à fortuna que o trabalho trará,
Enquanto acumula ouro no subterrâneo do templo...
Os pobres gritam amém: Deus é meu Pastor, e nada me faltará.



terça-feira, 15 de setembro de 2009


Retrovisor.
J. Norinaldo

Pena que um retrovisor mostra um passado tão recente,
Que bom seria rever tudo que nos causa saudade,
Se olharmos pra trás, não vemos o que vem a frente,
Podemos nos chocar contra o presente que vem noutra direção,
Ou entrar em uma bifurcação que leva a infelicidade.


Oh! Espelho que maldade não me mostrar mais o menino,
Tão feliz tão pequenino me encantando com uma flor,
Quando meu único amor era o carinho de um colo,
Hoje pela vida rolo sem presente e sem futuro,
Competindo num enduro, refém do retrovisor.

E nesta louca corrida quase na reta final,
Pela estrada da vida tendo que seguir em frente,
Atropelando os sonhos que acalentei em criança,
Quando a única esperança era crescer e ser gente...
Para enfrentar a tempestade e esperar a bonança.

Ah! Se pudesse rever tudo pelo meu retrovisor,
Mas a vida me ensinou que tenho que olhar a frente,
Dando carona aos fantasmas que pela estrada criei,
Sinceramente não sei se tivesse o poder da direção...
Engataria a marcha ré, e buscaria uma estrada diferente.


Angústia.
J. Norinaldo.

Enquanto você sussurra palavras de amor,
Eu resmungo sozinho no escuro do quarto,
Enquanto grita a suar na cama de alguém,
Eu suo de insônia na minha também,
Enquanto você se diz no paraíso...
Eu passo do inferno e vou mais além,

Eu ouço seus gemidos mesmo tão distantes,
Em todos instantes seus sorrisos e beijos,
Sinto em meus lençóis solitários e frios,
Marcas, ainda quentes de tantos desejos;
Quando o cansaço vence e consigo dormir...
Sempre a me perseguir sonhos malfazejos.

Até quando terei que suportar essa dor?
Que chamam de amor para mim é suplício,
A angústia consome aos poucos meu ser,
Considerando a vida como um sacrifício,
Sem nenhuma chance de mudar o final...
Nem voltar atrás e começar no início.

Me restam as lagrimas e a resignação,
Enquanto o coração suportar essa dor,
Acreditar que na vida há sempre esperança,
Depois da tempestade vem sempre a bonança,
Para aquele que na procela não soçobrou.
Será que vale a pena a vida sem amor?


segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Assim é O Amor.
J. Norinaldo.

O amor é como asas transparentes,
Que voam sobre nuvens itinerantes,
Como um barco que desfralda suas velas,
Como o leme que dá rumo ao navegante,
De repente asas se estraçalham ao vento...
Leva o barco a soçobrar pelas procelas.

A vida e o amor caminham lado a lado,
Ninguém viveu a vida sem nunca ser amado,
Impossível existir quem veja a vida seguir a esmo,
Não ame alguém no presente ou no passado,
O amor é uma busca totalmente sem sentido...
Não se busca o que está dentro de si mesmo.

Aqueles que confundem sentimentos,
Tentam enxertar o amor com a paixão,
Sem amizade o amor muda de nome,
Na homilia que desconhece a razão,
Que banaliza o sentimento mais puro...
Que lhe batiza de química ou de tesão.

O amor não tem cor, cheiro ou brasão,
Não se encontra nas bolsas de valores,
Não se faz amor, o amor já nasce feito,
O amor transcende qualquer barreira,
Não morre nunca está vivo mesmo quando...
O coração parar de bater no peito.










domingo, 13 de setembro de 2009


O Penúltimo Guerreiro.
José Lewis Bicca.
(In memoriam)
J. Norinaldo.

O festim, alegre música o reencontro,
A felicidade renovada a cada abraço,
Em cada rosto o carinho ao menestrel,
De repente tudo cala tudo é triste,
Uma mensagem que ao tempo resiste...
E o doce vinho passa a ter gosto de fel.

A despedida toma seu lugar à mesa,
E as lágrimas se misturam aos soluços,
Os acordes tentam barrar a tristeza,
Até a lenha que está no fogo chora,
Mas segue a festa, cantoria noite a fora...
Mesmo que o ritmo já não seja o de outrora.

Vão-se os anéis e ficam os dedos,
Se foram os dedos, mas ficou o violão,
Fica a saudade e a lembrança do amigo,
Que foi poeta, poesia, amizade e canção,
Que deixa marca do sinete na história...
Que conta a glória pelo amor a tradição.

Que o Criador em sua eterna bondade,
Te dê no céu a barranca que mereces,
Aqui embaixo enquanto houver alguém cantando,
E no rio Uruguai pular um lindo dourado,
Ou uma voz cantar o teu Rio Grande...
É a certeza que serás sempre lembrado.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Dúvidas.
J. Norinaldo.

Para alguns a vida nega leite, iogurte e mel,
Deixando a disposição vinagre enxofre e fel,
Prometem para os aqui desventurados,
Os excluídos na terra terão depois o reino do céu,
Ninguém mostrou recibo de tal promessa cumprida...
E assim segue a vida cada um no seu papel.

Para uns a mesa farta para outros só o lixo,
Para alguns o poder para muitos escravidão,
Se fala em liberdade, amor e fraternidade,
Não consigo me ver livre com tanta desigualdade,
Meninas na flor da idade se vendendo por um pão...
E a vida vai seguindo mesmo que na contramão.

Ao ver um irmão com fome é simples virar o rosto,
Para não ter o desgosto de sofrer por compaixão,
O sol nasce para todos a sombra pra quem merece,
Se não houver sofrimento, fome miséria e carência...
O que vou fazer no templo por quem vou pedir em prece?
A quem mostrar minha riqueza se formos todos iguais?

O mundo não é malvado e está bem dividido,
Por cores, castas e raças por bandeiras e partidos,
Será que me torno ateu ao defender essa idéia?
E o deus para quem rezo não seria meu amigo?
Ou minha fé é um blefe por pura conveniência...
Que uso com sapiência para enganar no que digo?










ONZE DE SETEMBRO.
J. Norinaldo.

Onze de setembro um dia que a história queria esquecer,
Mas como esconder a dor e os túmulos daquela tragédia,
Arquitetos do mal, voluntários ao umbral ainda em vida...
Espalharam a dor, a morte o terror da maldita comédia.

O fogo a poeira a fumaça, cobriu de desgraça a humanidade,
Um rio de lágrima que ainda jorra da fonte da vida,
Pois se o mundo esquecer poderá ocorrer ou barbaridade,
Que não tenha sido em vão, tantas vidas ceifadas por insanidade.

O exemplo que fica a quem tem o leme que move o mundo,
Que abomine o orgulho e apele a Deus o conselho Divino,
Que jamais por capricho, soberba ou por falsa felicidade...
Ou mesmo ébrio de vaidade ponha em perigo o nosso destino.

As torres que tombaram em segundos apontavam o céu,
Pedras não faltam no mundo para reconstruí-las,
Vidas e almas o homem não faz são a imagem de Deus...
Mas que deu a este mesmo homem o poder para destruí-las.



quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Espelho Partido.
J. Norinaldo.

O espelho partido mostra fragmentos,
De um sorriso perdido e patético,
Os lábios abertos os dentes unidos,
Sem som num vácuo profundo,
Distante dos olhos que parecem,
Refletir as tristezas do mundo.

Um espelho partido separa emoções,
Um quebra cabeças que fala sem voz,
Um espelho partido cicatriza a beleza,
Polemiza a certeza e critica a razão,
Um espelho partido num gesto de fúria...
Que espelha na vida somente ilusão.

O espelho da frente que mostra o passado,
O espelho de trás não mostra o futuro,
O espelho que brinca com o presente invertido,
A patética imagem que mostra o espelho,
Colocado diante de um espelho partido,
É o sorriso de um velho num espelho quebrado.

Onde a boca sorri com os olhos parados,
Como dois continentes pelo mar separados,
Como os sulcos num rosto que o tempo cavou,
Como o mapa da vida tão bem desenhado,
Que não adianta num gesto de angústia...
Querer corrigir com um espelho quebrado.




segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Meninas da Noite.
J. Norinaldo.


Calos nas mãos, cálidas mãos, calada voz,
Calada por beijos, loucos desejos a sós,
Cálidas mãos que acariciam e chamam,
Calos nas mãos dedos que apontam a nós,
Beijos na boca, carícias loucas e após...
Vozes antes caladas que agora gritam e clamam.

Clamam por mais beijos, por mais desejos,
Gritam pelas mãos calejadas por quase nada,
Calam-se diante de cada sacada ou esquina,
Onde uma menina ainda em botão calejada da vida,
Velha tão jovem já tendo no corpo o ferro da sina...
Filhas do nada a espera do pão em mais uma buzina.

O botão desbotado que o tempo relega,
E que a vida nega o direito a felicidade,
Mas lhe dá a beleza que atrai o desejo,
Da mente espúria que compra seu beijo,
Trocando o amor pela bestialidade.
Esmagando uma rosa sem cor nem perfume.

Calos no corpo, feridas na alma gritos abafados,
Por beijos malvados, mal dados por pura lasciva,
Carinho malfazejo por puro desejo da mente nociva,
Os gritos de dores atiçam a luxúria no silencio da noite,
Com cumplicidade do nada que gera a flor em botão...
Que além de ser nada, delega a noite a sua criação.



domingo, 6 de setembro de 2009


Aos Brasileiros no Japão
J. Norinaldo
Estrelas Cadentes.

Riscastes o céu como uma estrela cadente,
Deixando lágrimas de lamentos na partida,
Pelas nuvens de incerteza do caminho,
Fostes enchendo a bagagem de esperança,
Que Deus te ajude no país do sol nascente...
Para que voltes com um sorriso de criança.

Que tua vida mesmo distante dos teus,
Tenha Deus como amigo e conselheiro,
Que a saudade que aperta o teu coração,
Influa na decisão de voltar ao chão brasileiro,
Para que aqui permaneçam tuas raízes...
E não precises plantar em outros canteiros.

Quando a noite sentires muita saudade,
Olhas pra lua e lembra que vemos o sol,
Nunca penses que sois um brasileiro em degredo,
O Brasil te ama e não faz nenhum segredo,
Minha homenagem é singela e sem homilia...
Que um dia vejas o mesmo solque vejo ao meio dia.




Partida.
J. Norinaldo.

A porta, a saída, a despedida o caminho,
A neve, o frio a solidão de quem parte,
Quem fica vê a neve vê a curva a tristeza,
E a estrada leva quem queria junto a si,
Que esquece o aconchego ao partir,
Fica a saudade que acabou de sair.

Lágrimas molham a porta e o caminho,
O orgulho e a soberba jamais se curvaram,
Quem parte é como um pássaro sem ninho,
Quem fica é como uma parreira sem uvas,
Com a certeza de que as águas das chuvas...
Jamais se transformarão em bom vinho.

Quem parte, parte sem olhar para trás,
Quem fica passa a odiar a neve e os caminhos,
O orgulho não lhe aponta verdadeiros os motivos,
Não lhe fala dos ciúmes e do ódio ainda vivos,
Que fizeram a pomba trocar o quente seu ninho...
Pela estrada com pedras, lobos e espinhos.

A porta se fecha à tristeza a solidão,
E a estrada vestida de noiva pela neve,
E o vento frio assoviando uma canção
A porta, o caminho, a neve o vento,
A dor de ver morto um sentimento...
Não impedem de seguirmos na contra mão.


Brasileiros em Nova York.
J. Norinaldo.

Tanta luz tanta beleza, tanta incerteza,
Em minha mente o lugar donde parti,
Onde nasci onde cresci e tanto amo,
Não reclamo do sonho que acalentei,
Tanta grandeza e me sinto tão pequeno...
Estou feliz parte do sonho realizei.

Voltar já estava incluído no meu sonho,
Falo de sonho, mas cultuo a realidade,
Como um feto estou ligado com o fio umbilical,
Ao meu País que deixei não por degredo,
Como as belas pontes que ligam está cidade...
Estou ligado ao Brasil não é segredo.

Não tenho medo de acordar com outra idéia,
A panacéia meu coração conhece bem,
Jamais esqueço os amigos e a beleza que deixei,
E da família querida que sinto falta de mais,
Me esperem, estou voltando, não sei quando...
Sou brasileiro e não desisto jamais.

sábado, 5 de setembro de 2009


Beleza Morena.
J. Norinaldo.

A tua beleza morena e serena,
Que atrela pequena, o amor a paixão,
Teu olhar uma seta afiada e ligeira,
Que perfura certeira qualquer coração,
O teu corpo meneia indolente...
Como uma serpente prestes a picar.

O teu doce veneno provoca delírio,
O perfume que emanas até enfeitiça,
A quem cobiça teu beijo mais louco,
Tocar o teu corpo com toda malícia,
Sentir do teu âmago todo o prazer...
Teu veneno até parece uma doce carícia.

És a primavera coberta de flores,
A estrela mais bela no céu a brilhar,
O arco íris com as mais belas cores,
A lua se olhando no espelho do mar,
A estrela Dalva ao alvorecer do dia...
Morena tu és a minha poesia.






sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Pontes e Paredes
J. Norinaldo.

Construí muitas paredes e poucas pontes,
Usei a força em vez de usar a razão,
Plantei sem escolher bem a semente,
Usei poderes da mente esqueci o coração;
Em paredes usei pedra e argamassa...
Para as pontes usei apenas fumaça.

Nas paredes que separam me esmerei,
Já nas pontes que unem fui omisso,
Nos alicerces de sentimentos banais,
Cavei fundo e fortifiquei demais,
Gastando todas energias para isso,
Emparedei o coração para o amor.

Quem ama não separa com paredes,
O amor não carece jamais de proteção,
Um abraço carinhoso ou um doce beijo,
São pontes que unem dois corações,
Ainda é tempo para mim há esperança...
De construir a ponte entre o amor e o desejo.

O Religare, o religar é uma ponte,
Me aponte outra que nos levará a Deus,
E o Caminho já esteve aqui entre nós,
Mas a insensatez humana calou a sua voz...
Mesmo depois de ser preso e humilhado,
Lá na cruz ainda pediu ao Pai por nós.





quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Preciso.
J. Norinaldo.

Preciso estar limpo, preciso ser lindo,
Mesmo estando sujo e beleza não tendo,
Preciso seguir mesmo sem saber para onde estou indo,
Preciso voltar ao mesmo lugar mesmo não querendo.
Preciso descer mesmo sem querer ao fundo do poço,
Preciso aparecer e nesse querer viver me escondendo.

Preciso de poucos, preciso de loucos, preciso pensar,
Preciso de amor e até da dor para me alertar,
Preciso ser crédulo, preciso ser ímpio pra sobreviver,
Não preciso estar vivo, mas sei que é preciso saber navegar.
Preciso aplaudir o canalha quando ele diz o que quero ouvir,
Preciso conhecer o caminho do templo pra não me enganar.

Preciso diferenciar uma cova rasa de um monumento,
Preciso saber que também na tristeza existe beleza,
Preciso até da tristeza senão não busco a felicidade;
Preciso lutar com a procela sem medo de me afogar,
Preciso ter forças e fé para encontrar a verdade...
Estou precisando mesmo é parar de fumar.

Preciso pedir perdão por tanto viver a precisar,
Saber que um pouco de terra e uma montanha,
Podem mostrar como a vida tem diferenças,
Depois que tudo termina não adianta tentar...
Tanto aquele que está no palácio ou na cova rasa,
Encontra-se no mesmo caminho, indo para o mesmo lugar.








quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Furor.
J. Norinaldo.

Eu quero surfar teu corpo inteiro,
Quero deslizar no teu suor,
Quero escalar picos e montes,
Descobrir vales e fontes,
Quero simplesmente te amar,
Quero que descubras o amor.

Amar com ardor e com loucura,
O amor verdadeiro sem frescura,
Sem a falsa máscara do pudor.
Quero ouvir-te falando a língua louca,
Que grites até que fiques rouca,
Mas que grites simplesmente por amor.

Quero ver o teu lindo corpo em arco,
Com a flecha a transpassar-te com furor,
Com teus pelos ouriçados de paixão,
Os teus olhos revirados e sem cor,
A tudo isto chamam de fazer amor...
Na verdade é a chama do tesão

Depois, se é que haverá depois,
Nós dois fundidos em um só,
Nossos gritos serão mitos aos anais,
Referencias em embates de amantes,
Brilharão como raros diamantes,
Em colóquios amorosos entre casais.