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sexta-feira, 30 de abril de 2010


Catástrofes

Recebi de uma amiga da Internet uma pergunta, talvez todos já a conheçam, confesso que nunca havia pensado dessa maneira. A pergunta foi vencedora em uma conferencia ou seminário sobre Vida Sustentável.
Quem é que nunca ouviu esta frase: “Precisamos lutar para podermos deixar um planeta melhor para os nossos filhos”
Agora quem já ouviu esta?: “Precisamos lutar para podermos deixar filhos melhores para o nosso planeta”.
Eu nunca. Por que na verdade quem está destruindo, devastando todo o planeta, nossas florestas, poluindo nossos rios, nossos mares, nosso ar, esburacando a terra em busca de lucros, São filhos de alguém que repetiu inúmeras vezes a primeira frase, por que já a ao ouvira do seu pai que, por conseguinte ouvira do seu avô. Quem visitar a Antártida, poderá verificar que as bases mais limpas, mais bem cuidadas são dos paises pobres.
Um cientista passava dias e noites em seu laboratório em busca de uma solução que mudasse o mundo, um dia seu filho de sete anos, adentrou o recinto alegando que iria ajudá-lo, o cientista então, para não decepcionar a criança, pegou um mapa-mundi de uma revista, com uma tesoura recortou em centenas de pedaços, deu ao menino dizendo: Sei que adora quebra cabeças, que tal consertar o mundo? A criança pegou os recortes, uma fita adesiva e foi para um canto. E o pai pensou: pronto, agora tem entretenimento para muitos dias, e jamais conseguirá seu intento. Qual não foi a surpresa quando duas horas depois a criança gritou: Pronto pai, já consertei o mundo. E o cientista alarmado, viu o mapa perfeitamente reconstruído. Filho, como conseguiu fazer isto? E o menino inocentemente respondeu: Quando o senhor começou a cortar o mapa, vi que nas costas havia a figura de um homem, como não sabia como era o mapa antes, mas sabendo como é um homem, foi fácil. Foi só reconstruir o homem. Preciso dizer mais alguma coisa.
Na verdade o mundo não precisa de mudanças ou ajustes, quem precisa mudar somos nós em relação a ele, principalmente ensinando aos nossos filhos amor e respeito pela natureza. A solução da criança quanto ao mapa foi tão simples, quanto o ovo de Colombo, o grande problema é que na teoria sabemos tudo, na hora de colocar o peito n 'água, poucos se arriscam, as catástrofes são como os escândalos, uma abafa a outra e como aconteceu longe daqui, logo esqueço. Assim como foram esquecidas outras do Rio de Janeiro, não por mim, que ajudei as vitimas de 1966, mas também foi só o que pude fazer simples soldado fuzileiro naval.
Pode aguardar que o desastre do Rio de Janeiro, será material de primeira nas campanhas eleitorais, cada um dizendo que resolverá o problema, depois de eleitos: “Aqui pra vocês”

quarta-feira, 28 de abril de 2010


Diógenes Contemporâneo
J. Norinaldo.

A coluna de Claudia Laitano “Parelman e o Subsolo” Fez-me relembrar e muito Diógenes, o filósofo cínico da antiga Grécia. Segundo rezam as lendas, Diógenes vivia como mendigo, morando em um barril e tendo como bens apenas: Uma túnica, um alforje ou embornal para pão, uma bengala e uma tigela, e que andava de dia com uma lamparina acesa dizendo procurar um homem honesto e virtuoso, naquele tempo imaginem. Outra Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para Alexandre, disse: "Não me tires o que não me podes dar!" (variante: "deixe-me ao meu sol"). Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diogens.
Como disse em sua coluna Claudia Laitano, nós os leigos, provavelmente jamais teriamos tomado conhecimento da existencia do matematico Gregory Parelman se ele não tivesse recusado o premio de US$ 1 milhão oferecido pelo instituto Clay de matemática por ter resolvido, em 2003, a Conjectura de Poincaré, formulada pelo matemático francês Jules Henri Poincaré no início do século passado, e até então sem solução. Sem sequer receber os jornalistas que tentaram entrevistá-lo, não abrindo a porta do seu apartamento infestado de baratas em São Petersburgo, Parelman disse o seguinte: “Tenho tudo que preciso” segundo Claudia, uma vizinha contou que tem em casa apenas, uma mesa, um banquinho, uma cama e um lençol deixado ali pelos antigos donos.
Prefiro me resguardar quanto ao conhecimento de quem por acaso venha a ler a minha coluna, talvez todos já conheçam, tanto Diogenes, Jules Henri Poincaré assim como nosso cínico Parelman.
Quanto tempo duraria Gregory Parelman num cargo de alto escalão em Brasília, Como tesoureiro de algum partido? alguém se arrisca resolver essa conjectura formulada por mim aqui e agora? Não vale dizer que seria expurgado por causa das baratas, por que ratos em Brasília é o que não faltam. Diogenes acredito não teria a mínima chance, de acordo com seus pertences supra citados não existem meias nem cuecas, portanto...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Pedófilos.
José Norinaldo Tavares.

Mais um assunto muito velho que volta a tona a todo vapor: “Pedofilia”. Essa prática já foi oficial na antiga Grécia, quando os grandes atletas não se relacionavam com mulheres e tinham garotos lindos e de bochechas rosadas para a prática sexual, que quando completavam 18 anos eram dispensados da função, claro que muitos não largavam mais. Era uma honra para a família ter um filho como “Efebo”. Atualmente felizmente essa prática é considerada um crime, e dos piores que temos, mesmo assim vai e volta e surgem os casos famosos, sim por que aqueles que não dão Ibope ficam no esquecimento e até são considerados normais. Novamente a ICAR se vê com as denúncias de padres pedófilos, e as declarações das autoridades eclesiásticas são unânimes: Nada tem a ver com o celibato dos seus membros, ninguém dá uma explicação para tal celibato, mas existem especulações sobre heranças e coisa e tal.
Esta semana seguindo o rastro das noticias sobre Pedofilia, vi e não sei se por alguma coincidência o anuncio da estréia da Peça “Alice no País das Maravilhas”, Quem é que já não ouviu falar de tal fábula? Quem não compraria tal livro para seu filho ou filha? O que poucos sabem realmente é que o escritor inglês Charles Lutwidge Dodgson codinome Lewis Carroll, pode ter sido um dos mais famosos pedófilos da história. Alice, personagem central da história existiu, cujo nome é Alice Pleasance Liddell, menina na época da fábula com 10 anos de idade por quem Carrol era perdidamente apaixonado.. Uma das fráses mais marcantes do autor era: “Gosto de crianças (exceto meninos). Carroll adorava fotografar meninas seminuas, ou mesmo nuas com a permissão da mãe.
Por que me chamou a atenção esse assunto? Por que além de escabroso, existe muita cumplicidade dos pais de algum modo, mesmo que subliminarmente, a maneira que a mãe veste a filha, a maneira como fala dela. Entrei em uma comunidade do Orkut, e criei um tópico sobre: As pulseiras do sexo. Pulseiras que crianças e adolescentes estão usando e que contém um código, cada cor tem uma conotação sexual, de um simples abraço até o ato sexual em si. Exemplo: Amarela: beijo de língua. Preta sexo papai mamãe. Por unanimidade, todas as mães participantes do tópico confirmaram que suas filhas entre 10 e 17 anos usavam as tais pulseiras, mas que não tinham conhecimento do significado, até que uma menina de 13 anos foi estuprada por 3 jovens que lhe arrebentaram a pulseira preta.
Será que a maioria ou pelo menos boa parte dos crimes contra crianças e adolescentes não seriam evitados se os pais procurassem saber mais o que os filhos andam fazendo, ou com quem andam?
Quando abordo esse tema, ouço de muitas mães: Eu estou sempre dizendo pra minha filha não falar com estranhos na rua, ou aceitar quelquer tipo de presente. Pode ajudar, mas seria realmente a solução? Se muitas vezes os pedófilos tem a maior intimidade com a criança, não raro até seu total respeito e obediencia?
Você já reparou nas pulseiras da sua filha? Já conversou com ela sobre tais adereços? Ou está tomando conhecimento agora? Se assim for, fico feliz, principalmente se conversar com ela, como amiga e lhe mostrar que esse procedimento nada tem de inocente, é promisicuo e provocativo. Será que depois de proibidas tais pulseiras, como grandes cidades como o Rio de Janeiro já proibiu nas escolas, não surgirão outros códigos? Uma tatuagem que a principio pode parecer inocente, um botom... Sei lá.
A Pedofilia é um crime hediondo, pois é praticado contra alguém com frágil chance de defesa. Será?
Outro dia uma pretensa menina me disse na Internet: As pulseiras facilitam muita coisa, muitos meninos tímidos, não teriam problemas em arrembentar uma simples pulseirinha, ou alguém numa abordagem de negócio prpor: Uma pedra pela Preta, vai? Será que algum adulto desavisado entenderia? Boa pergunta. Ou péssima, se for feita a minha filha. Não espera, a sua também.

sábado, 24 de abril de 2010


O Poema da Vida.
J. Norinaldo.

No sublime caos da anárquica fúria,
Num mar de luxúria que em vagas flutua,
Nas dobras da seda da alcova cúmplice,
O sinete do embate em suor perfumado,
E o tom de rosado em tua pele nua.

As curvas perfeitas que tanto seduz,
Os montes de jade encimados por setas,
Planícies cobertas por pelos doirados,
Que levam ao talvegue do vale encantado,
Da fonte sagrada que a vida traz luz.

Tão lúcida antes tão louca durante,
Na sala uma dama no quarto, bacante,
Na entrega total que o desejo inflama,
Na inversa visão do inferno de Dante...
O divino poema que a vida declama.

Depois da batalha o soberbo repouso,
No deleite do gozo que a alma sacia,
A calma, a bonança depois da tormenta;
Vencida a procela a madorna o cansaço...
Num terno abraço na alcova macia.









sexta-feira, 23 de abril de 2010


A Voz do Silencio.
J. Norinaldo.

O que não foi dito por falta de tempo,
Perdeu-se no vento já não faz sentido,
Os caminhos mudam antigos traçados,
Não se homenageia a quem foi vencido.
O amor despreza a quem foi covarde,
Talvez seja tarde já fui esquecido.


Superar a dor, sei que não foi fácil,
A ferida sara, mas deixa seqüela,
O que não foi dito já não tem sentido,
É um texto esquecido no sótão do tempo,
Como a tinta seca em uma aquarela;
Que ninguém pincela numa linda tela.

Um amor não vive sem a amizade,
E a felicidade é tão passageira,
Como o vento forte que vem e se vai,
O amor não brota em qualquer touceira.
Se não verdadeiro esse amor se esvai...
Como a beleza efêmera de uma roseira.

No contexto da vida existem parâmetros,
A passagem do tempo que não volta mais,
É aquele jamais que o poeta recita,
Que não se consegue trazer nunca mais,
O amor que se perde nos campos da mente...
Como a flecha lançada ou a palavra dita.



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Como se Fosse Pérola.
J. Norinaldo.

Como se fosse pérola me fiz ao mar,
A ti buscar como se fosses ostra,
Sem sons de búzios a me orientar,
Para em teu ventre me fecundar,
E enfeitar teu colo num lindo colar.

Ao rasgar a fúria da onda espumante,
Como o navegante que vence a procela,
Longe da areia me enroscando em algas,
Que dançam se embalando em vagas
Ou as águas vivas num doce bailar

Como conchas livres dentre os sargaços,
Buscando teus braços pra não naufragar,
Como uma pérola em busca de um regaço,
E tu fosses uma ostra a me resgatar...
Pra enfeitar teu colo num lindo colar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


Teus Passos.
J. Norinaldo.

Posso até seguir os teus passos,
Ou ao sentir o teu cheiro agreste,
Só não posso é estar sempre seguindo,
Sem que saibas o que estou sentindo...
Dobrando-me como qualquer cipreste.

Por que não paras me esperas e me ouves,
Alguém que te beija até mesmo as pegadas,
Quem sabe não cesse esta tua procura,
O amor que buscas com tanta loucura,
E que está sempre atrás nas tuas estradas.

Os caminhos são longos e as noites frias,
Para almas vazias sedentas de amor,
Quem sabe até eu não te mereça,
Mas se demoras muito a olhar pra trás...
O tempo não pára e não te reconheça.

Ainda te sigo pelo teu perfume,
Que o maldito ciúme afastou de mim,
Mas o vento leva o que não é seguro,
E por mais puro o perfume se vai...
E assim como a vida a perda é pra sempre.

sábado, 17 de abril de 2010


Curvas da Vida.
J. Norinaldo.

As vezes penso em enrolar meu caminho,
Fazer um belo travesseiro e me deitar,
Ficar olhando as estrelas e refletir,
Se vale mesmo a pena prosseguir...
Descobrindo o que vem depois da curva.

Esquecendo as belezas do inicio,
Já sem o medo de antigo precipício,
Dos amores esquecidos no passado,
Sem auspícios de amores no futuro,
Sem pensar no que vem depois da curva.

Sem ter medo da chuva ou da tormenta,
Sem um teto recurvo que me cubra,
Sem vislumbre de amores passageiros,
Tendo apenas o sereno por coberta...
E a certeza do que está por trás da curva.

Por que será que escolhi este caminho?
Não me lembro de ter tido alternativa,
Comecei engatinhando bem devagar,
Até que olhei para trás e não vi mais...
O colo meigo que ficou antes da curva.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Meu Interior.
J. Norinaldo
Corro apavorado pelo labirinto do meu eu, perseguido por vampiros desdentados do meu texto, acorrentados as paredes do meu nada. Ouço uma música orquestrada cuja melodia entrecortada lembra o choro do silencio. Bebo do limo encardido da caverna iluminada pela tocha do pavor, sigo sem lembranças da partida a entrada ou a saída não importa aonde vou. Sou eu, em meu eu interior labirinto sem saída abandonado pela sombra e os fantasmas que me seguem cujos cascos são tambores da orquestra dos horrores da canção entrecortada. A carícia das urtigas e dos espinhos nas esquinas do caminho me mostrando quem eu sou. Paro já cansado, param os vampiros e os fantasmas, brotam das paredes os miasmas que me cobrem os pés adormecidos. Suplico encontrar uma saída, fugir esquecer, acordar, mas não é sonho, passo a gritar, porém a esmo, por mais que grite ou que corra não posso fugir dessa masmorra e deixar de ser eu mesmo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


Prosa da Varanda.
J. Norinaldo.

Já não vens a minha casa,
Eu tampouco vou a tua,
As cadeiras na varanda,
Já são coisas do passado,
E as crianças no terreiro,
Brincando a luz da lua.

Quase não saio de casa,
Nem sei se tu sais da tua,
A trepadeira do alpendre,
As vezes é novidade,
Se as crianças não brincam,
Não há mais felicidade.

As vezes minha cadeira,
Ainda fica em frente a tua,
As vezes olhando estrelas,
Vejo ir embora a lua;
E as crianças que não brincam...
Ainda não chegaram da rua.

Das conversas do passado,
Eu até nem lembro mais,
Dos brinquedos no terreiro,
Nas visitas dos meus pais,
Que as crianças não brincam,
Meu Deus, quanto tempo faz.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Íntimos de Deus.
J. Norinaldo.

O homem mata o semelhante a sangue frio,
Depois salva uma mosca de uma teia de aranha,
Leva flores pra amada depois de morta,
Nega um pão a um mendigo em sua porta;
Usa um coração como isca pra piranha...
E fala em Deus com a maior intimidade.

O homem estupra a criança inocente,
Depois mente dizendo ser seduzido,
Vai ao templo e decora suas preces,
De joelhos pede ao Pai suas benesses,
Se escudando em um manto corrompido,
E fala em Deus com a maior intimidade.

O homem tem muitos livros em sua casa,
Tem sempre a mão uma Bíblia Sagrada,
Uma página marcada com uma fita ao deus dará,
Se não fosse Deus ficava sem entender nada,
Até a Ele o homem procura enganar...
A si mesmo engana com facilidade.

A imagem e semelhança de Deus,
Mas quem será que inventou essa inverdade?
Terá sido algum filósofo ou um poeta,
Ou terá sido frase de algum profeta?
Deus não exige dos seus filhos castidade,
E falam Dele na maior intimidade.

terça-feira, 13 de abril de 2010



O olhar do Camelo.
J. Norinaldo.

O camelo com seu olhar indiferente,
E o velho resmunga algo ininteligível,
Leio a multa que está no para brisa,
A mancha de batom na camisa é visível
O wysky que serviram era falso,
A ressaca esta sim, será bem legítima.

O caminho se torna mais longo,
E a chuva não cessa um segundo,
E esse rádio que não funciona,
E este cheiro de podre do mundo;
Por que me preocupar tanto,
Com o olhar de um camelo imundo.

Não sei por que velhos resmungam,
E os camelos são indiferentes,
Como saber o que os velhos dizem?
Descobrir o que os camelos sentem.
E esta multa molhada no vidro...
Por serem velhos serão inocentes?

E o semáforo mudando de cor,
E o resmungo do velho prossegue,
O sinal verde novamente avisa,
Que o olhar do camelo me segue,
Que o cheiro de podre do mundo...
Não é da mancha de batom na camisa.


segunda-feira, 12 de abril de 2010


Abelha Rainha.
J. Norinaldo.

Se o homem pudesse controlar o mundo,
Como a abelha rainha controla a colméia,
Será que haveria escravidão na terra?
Tanta destruição através da guerra?
E a natureza como seria você tem idéia?

Na ordem do dia só felicidade e alegria,
Todo ser humano teria direito ao aconchego,
A infelicidade e a dor seriam somente utopia,
E o mundo viveria em eterno sussego
Se o homem controlasse a terra ah! Que bom seria.

Opa! Mas é o homem quem controla a terra,
Pois é quem a vende em forma de terreno,
Quem polui e destrói a natureza e a vida,
E depois se mata com seu próprio veneno,
O ser que nasceu grande se tornou pequeno.

Mas por que Deus fez o homem assim?
Por que queria filhos e não escravos,
Como as abelhas em suas colméias,
Que unidas fazem o seu próprio mel...
Mas na partilha não escolhem favos.


domingo, 11 de abril de 2010


Quantos Loucos.
J. Norinaldo.

Ah! Como é bela a loucura, quão bela,
Quem desdenha dela comete heresia,
Em uma aquarela nas cores da tela,
Na argila que molda no belo que cria,
Na beleza da pedra depois do cinzel...
E a ternura sem véu em uma poesia.

Beleza que á vida esconde conserva,
Enquanto o louco no esquecimento cai,
Mas a vida reserva um futuro de glória,
A ficar na história depois que o louco se vai,
Mas de vida e de arte entendo tão pouco,
Mas da minha parte afinal quem é louco?

Quem em vida extravasou loucura,
Em busca da cura pra ser normal,
E que nunca foi reconhecido,
É hoje exibido em palácio real.
E vida segue assim mesmo escondendo...
As obras dos loucos para o pós funeral.






sábado, 10 de abril de 2010


Bêbedo, Beco e Bordel.
J. Norinaldo.

Enquanto as sombras giram a minha volta,
E o copo gruda na sujeira da toalha,
No lusco fusco de uma lamparina,
Uma mundana remexe seu corpo informe,
Vestindo um velho modelo de mortalha,
Que ainda recende o cheiro de naftalina.

Tenho sorte de estar vivo, se é que estou,
Ergo o copo e sorvo um gole como brinde,
Ao meu lado delira outro ébrio louco,
De onde será que a vida tira sem melindre
Personagens como eu e a dançarina louca?
E quem ainda paga pelos beijos dessa boca?

Mais um gole de uma garrafa sem rótulo,
Se tem rótulo eu já nem posso pagar,
E o veneno aos poucos vai fazendo efeito,
Além do fogo que vai me queimando o peito,
Dilacera minha alma, que ainda insiste...
Mesmo triste a me seguir por estes becos.

De repente algo se mexe em meus cabelos,
Mas o que é isto, uma barata em meu chapéu?
Consigo vê-la e até sinto em seu olhar,
Quem sabe fazer aqui me fazer um cafuné,
E me lembrar que não estou só neste bordel...
Pego a garrafa danço um tango de Gardel.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Delírio de Amor.
J. Norinaldo.

Se sonhas comigo poetisa da chama,
Se a cama está fria incendeia-te a alma,
Teu corpo em delírio implora e reclama,
Como vôo do falcão ou a águia no pouso...
Que na hora do gozo a taça derrama.

Depois indolente corpo saciado,
No sonho molhado pecado inocente,
A alma silente de volta a madorna,
E o teu corpo volta a sonhar novamente,
Nos lençóis as marcas da seiva ainda morna.

Na apoteose o grito louco se perde,
A rosa púrpura se contrai e se fecha,
O perfume que emana da fonte do amor,
Depois da batalha sem nenhum pudor,
A maçã transpassada pela louca flecha.

No ninho desfeito as marcas da luta,
O cheiro da fruta que a flecha varou,
Depois da procela o silencio o deserto,
Enquanto me chamas no delírio do amor...
Tão longe e tão perto sabes onde estou.


quinta-feira, 8 de abril de 2010


Teu Olhar.
J. Norinaldo.

Este modo de olhar o sorriso inocente,
Torna-se indecente apesar de sisudo,
O modo de sentar como nada mostrar,
Atiça-me a mente me leva a sonhar,
O que tanto escondes eu, vejo desnudo.

Tua timidez só me aguça a malícia,
Por uma carícia pequena que for,
Assim como a distancia me separa da lua,
Por que me escondes o que sonho ver,
Apenas te ter em meus braços nua.

Isto é inocência ou pura sonsice?
Alguém já te disse quão bela tu és?
Nada tem de puro o que sonho contigo.
Joga longe este manto te cobre os pés...
Fica nua de vez e enlouquece comigo.




O Decote da Deusa.
J. Norinaldo

Se o decote da deusa cativa o olhar,
Motiva o sonhar que a mente extasia,
Pecado seria fingir que não vejo,
O louco desejo que assoma meu ser,
Ao ver os teus seios uma obra dos céus...
Cobertos por véus sedentos de beijo.

Na alvura do colo ó musa divina,
Uma rosa púrpura com lábios de mel,
No busto perfeito o desenho do mestre,
Que usa a aquarela do seu coração,
E a alma na mão segurando o pincel...
Na eterna busca pela perfeição.

Dizem que morro quando estou a dormir,
E dormindo é que sonho, aspiro e anseio,
Será que sou parte de um sonho de alguém,
Que sonha também tocar o teu seio;
Redondo e tão alvo como a lua no céu...
Teu corpo sem véu é um convite a pecar




quarta-feira, 7 de abril de 2010


A Garupa da Vida.
J. Norinaldo.

Quem cavalga a garupa da vida,
O horizonte se torna mais longe,
Nunca vê seu destino de frente,
Não é dono da tropa que tange,
Desconhece o ditame da lei,
Vale menos que o cavalo do rei.

Quem afaga os tesouros alheios,
Esquecendo os conselhos do Pai,
Adorando bezerros de ouro,
Correndo sem saber aonde vai,
Cavalgando a garupa da vida...
Na certeza que um dia cai.

Quem caminha a beira do abismo,
Acostuma-se ao pavor da vertigem,
Quem cavalga a garupa da vida,
Agarra-se a outro como esteio,
Na corrida estará sempre atrás,
E na vida na sabe a que veio.

Quem cavalga a garupa da vida,
Ocupa sempre a nave do templo,
Ninguém ouvirá seu sermão,
Sua voz nunca será ouvida,
Ninguém nasce para exemplo...
Ou para cavalgar a garupa da vida.







segunda-feira, 5 de abril de 2010


Resquícios de amor.
J. Norinaldo.

Resquícios desse amor que vem de longe,
Tão presente neste presente absorto,
Diferente de todos os outros amores,
Falsas dores de um amor em cada porto;
O amor que se vive e não se esquece...
Mesmo que este alguém esteja morto.

O amor não tem peso e nem altura,
Portanto pra ciência é sem valor,
O amor é uma avalanche de ternura,
Para um príncipe ou para um gladiador.
Quando não compreendido vira ódio...
E não há pódio pra quem se diz vencedor.

Amor é oferta e não promessa,
Não se marca o amor como uma jóia,
Não se conquista um amor pela espada,
Menelau que era um grande espadachim,
Porém Paris com o escudo da paixão,
Conquistou a linda de Helena de Tróia.


domingo, 4 de abril de 2010


Chuva no Telhado.
J. Norinaldo.

Enquanto a chuva tamborila no telhado,
Acompanhando a canção que sopra o vento,
Inarmônico concerto em um palco de ternura,
Que contrastam com o sonhar a cama morna,
Na madorna em que cavalga essa loucura...
Na tormenta dessa dor sem sofrimento.

Na madrugada escura sem a lua,
Ilumina o meu quarto a pele nua,
Deste corpo enlouquecido de paixão,
Deixando marcas do colóquio nos lençóis,
Como se o mundo pertencesse só a nós...
E a nossa alcova fosse a fonte da razão.

A chuva passa, passa a noite e vem o dia,
Mas não passa a ilusão do sonho louco,
Ainda sinto nos lábios o sabor da tua boca,
Ainda ouço teu gritar com a voz rouca,
Eu te amo, eu te quero, não te vais,
Abraça-me, por favor eu quero mais.


Feliz Páscoa.
Páscoa, Ontem e Hoje.
J. Norinaldo.

Jesus ressuscitou, mas não ficou,
Depois que provou nossa maldade,
Voltou para o céu de onde veio,
Mesmo assim nos deixando seu amor,
E pedindo ao Pai por todos nós piedade.

Perdoai-os, pois não sabem o que fazem,
E nós, será que nos arrependemos?
E seguimos o Seu caminho de luz,
Ou prosseguimos não sabendo o que fazer,
E O pregaríamos novamente numa cruz?

É só lembrar a Páscoa de antigamente,
Com jejum, orações recolhimento,
Se a festa lembrava a ressurreição,
A Via Crucis na Sexta Feira da Paixão...
Quase tudo caiu no esquecimento.

Páscoa, passagem, conquista libertação,
Foi o que aprendi no catecismo,
Ao meu filho hoje lembra chocolate,
A humanidade motivo pra consumismo...
Na certeza de obter outra vez o Seu perdão.

sexta-feira, 2 de abril de 2010


Meus Defeitos.
J. Norinaldo.

Meus defeitos são bem feitos
Tão perfeitos que tu notas,
Meus bem feitos tem defeitos
Imperfeitas franjas rotas,
Ser perfeito é ter defeitos,
Ter direito a linhas tortas.

Meus defeitos tem direitos,
Teus direitos tem defeitos,
O meu direito termina,
Quando iniciar o teu,
Porém sempre o teu defeito
É bem melhor que o meu.

Quem nunca teve defeitos
Igual aos meus e aos teus,
Aquele que trouxe ao mundo
O Amor, verdade e a prece,
E foi pra cruz sem defeito...
Imaginem se os tivesse.


quinta-feira, 1 de abril de 2010


Depois das Dunas.
J. Norinaldo.

A vida muda, muda a todo o momento,
Mudam as nuvens muda a direção do vento,
Muda o corte do cabelo, muda o gosto da salsicha,
Muda o sinal de transito, muda o seu pensamento;
Muda a estação do ano, muda a faixa de pedestres,
Mas eu não consigo ver o que há depois das dunas.

Cada árvore que cai é uma história perdida,
Cada história que se conta há uma ilusão contida,
Cada pássaro que canta é uma canção esquecida,
Em cada beijo de amor uma promessa de vida.
Em cada curva da estrada uma surpresa esperada...
Mas eu não consigo ver o que há depois das dunas.

Muda os desenhos das roupas muda o jeito de vestir,
Muda o jeito de falar de andar de comer e de sorrir,
Muda a plumagem dos pássaros muda o beijo de amor,
Muda-se a muda da árvore mesmo pra depois cair;
E a vida vai mudando por que não pode parar,
Mas eu não consigo ver o que há depois das dunas.

Tudo na vida muda, somente eu não mudei,
Aqui na minha janela vendo a vida passar,
Vendo as árvores tombando sem nada fazer pra mudar,
Como vou saber o que há depois das dunas?
Se nunca me levantei e caminhei até lá?
E você sabe dizer o que há depois das dunas?