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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Boi de Canga.
J. Norinaldo.


Lá vai o trem, o trem se foi,
Levando o boi que criei com amizade,
O meu amigo que nunca foi à cidade,
Vai agora justamente pra morrer.
O que fazer? O boi não é meu,
Amanhã o meu amigo já morreu.

O patrão está doente e precisa de dinheiro,
Vendeu o boi para cuidar da saúde,
Pra morrer o boi tem que está saudável
Se doente, ninguém compra ninguém mata,
Ainda sinto o seu cheiro com saudade...
Quanta maldade desta vida miserável.

Na partida não vi tristeza em teu olhar,
Pois não sabes o destino que te espera,
A morte fria por um maço de papel,
Ignorante como sou nem sei dizer;
Se tens alma e se esta entra no céu,
Lá vai o trem, o trem se foi levando o boi.

Olha amigo, sei não serve de consolo,
Mas segue o teu destino e não te zanga,
Quem te vendeu já está quase no fim,
E já lhe resta muito pouco a vender.
Também é triste o que aqui vou te dizer...
Só na miséria é que se vende um boi de canga.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Tenho certeza que voce não vai precisar vender seu "Boi de Canga" amigão.