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quinta-feira, 1 de julho de 2010


Madeiiiira
J. Norinaldo.

Amazonas, tu és a melena da terra,
Que aos poucos se torna rala,
O teu esplendor sofre e cala,
Ante as mordidas da serra.
Amazonas, tu és pujança e beleza,
Onde a água corre lenta
Como o líquido da placenta...
No ventre da natureza.

Amazonas, ama de leite do mundo,
Verde fundo do pano que não protege.
Cujas estrelas brilham sobre a nuvem alva,
Sombreando a terra calva do deserto da cegueira.
Amazonas da onça arisca, embaixatriz da beleza,
Pena que de nada vale toda tua valentia,
Se o pano verde não tremula em teu favor.
Teu futuro não passará de incerteza.

Amazonas o que dirá a canção do Irapurú?
Quando vê na mata uma fogueira,
Quando seu canto é abafado pela serra,
Que sente a terra quando tomba a castanheira?
Que pensa Deus do homem que pôs na terra,
Que ao próprio Criador declara guerra...
Tudo em nome do progresso da bandeira
Com tanto orgulho do seu grito de: Madeiiira?


Se não tomarmos cuidado
No que deixar por legado,
Será longa a nossa insônia.
Nossos filhos terão filhos
Numa nação sem vergonha,
De escrever parte da história...
Com as cinzas da Amazônia.





1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Hoje certamente a amazônia vai respirar com mais tranquilidade, é Copa do Mundo, é festa do povo brasileiro, é o nosso futebol. Tudo pára(se é bom, eu não sei), mas é um momento de anestesia quando parece tudo resolver nesse país. Viva o verde da amazônia. Boa sorte para todos nós. Ab raço Norinaldo.