Translate

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Escada de espinhos.
J. Norinaldo.


No vago das horas que preencho,
Com o vazio escuro do meu interior,
O doce perfume que a vida anestesia,
Na poesia tento amenizar a dor;
Como se o espinho no talo da roseira,
Fosse a escada para se alcançar a flor.

Palhaço sem circo ou picadeiro,
Cuja máscara a vida bem pintou,
No sorriso o simbolismo de um dilema,
Como a escada de espinho sem a flor.
Como uma estrofe de um triste poema...
Que a vida escreveu, mas não cantou.

Dói-me na alma as gargalhadas,
Para essas não existe anestesia,
Quando sou na verdade a palhaçada,
A própria dor me vestindo a fantasia,
Os espinhos da escada me ferindo...
Na existência de uma triste poesia.

Só me resta o direito a sonhar,
Pena que os sonhos chegam ao fim,
Sonho sempre com um rosto sem pintura,
E esqueço os sorrisos de amargura,
E a escada me leva a mais bela rosa...
Que transformo na mais linda criatura.

1 comentário:

Amadeu Paes disse...

Oi José, como vai?

Belo poema, ele tem uma certa sonoridade, imagem até um som de viola nele.

Um abç