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segunda-feira, 18 de abril de 2011



Suplicar Afeto.
J. Norinaldo.


Suplicar afeto é como catar restos no lixo da vida,
É cavalgar de costas sem ver a estrada, respirando pó,
Afiar a espada numa pedra mole que a chuva criou,
É como um lobo em plena matilha se sentindo só;
É como correr mesmo sem saber pra onde está indo...
É a solidão que com a própria mão você desenhou.

Conquistar afeto e dividir com outros isto é amor,
Guardar a espada como um adorno para o museu,
Cavalgar de frente, sentido o vento que carrega o pó,
Se preciso, correr tendo que saber se está longe ou perto;
Mesmo no deserto tendo a certeza de nunca está só,
E que a solidão não entra em seu coração, por estar aberto.

Deixar as migalhas para os passarinhos que cantam felizes,
E das meretrizes não comprar o templo em que vive a alma,
Dar um pão inteiro a quem no caminho busca seu destino,
Agradecer a quem lhe oferece o céu como o maior teto;
Ser benevolente com quem não cavalga, mas caminha a pé...
Não trocar a fé pela soberba de não precisar suplicar afeto.

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