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quarta-feira, 6 de abril de 2011


Triste Canção.

J. Norinaldo.

Debruço-me sobre um velho pergaminho, a partitura das pegadas que deixei pelos caminhos percorridos até então, tiro acordes que me lembram uma canção; que deixa viva antiga recordação de um amor que no passado só eu vivi. A flauta feita de um canudo de mamão, dá a idéia do caminho que sigo agora, Com cuidado andando na contra mão, a valsa triste que das notas vai surgindo, a cada acorde a procura de um refrão. O mais triste numa estrofe se resume, o meu ciúme vestido de insensatez, o amor não aceita desaforo, fui insensato ao duvidar do teu decoro, sofro de fato ao ouvir meu próprio choro, e as vezes culpo o meu pobre coração. Sonhei compor com os meus passos lindos odes, e ora ouça só parte de uma triste canção, sem platéia, sem aplausos sem salão, desafinada numa flauta feita com canudo de mamão.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

"Flauta feita com canudo de mamão", muito original. Não é triste a canção tocada nela tão pouco sem platéia. O aplauso vem na lembrança silenciosa do grande amor que o tempo apagou. Amigo, abraço