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domingo, 29 de maio de 2011


Homem, Terra e Tornado, Tornando a Terra sem Homem.

J. Norinaldo.

O homem tem armas para destruir a terra que ele não fez. O homem que já foi a lua por mais de uma vez, o homem que venceu o mar, capaz de tornar o mundo deserto, mas não é capaz de guiar o vento que gira e que mata a todo momento. Se o simples bater de asas de uma borboleta em continente, pode transformar-se em um furacão e matar tanta gente, que custa ao homem estudar um jeito de mudar-lhe o rumo, para o deserto que ele mesmo fez por insensatez e pura ganância. O tornado surge e a terra treme, sem ninguém no leme ele vai onde quer, devastando a vida levando o terror, e atrás de si um rastro de dor, mas o homem ainda acha que é Deus.

O que com carinho aqui se constrói o vento destrói, como um pensamento, o que foi destruído é reconstruído exceto a vida, o vento disperso se transforma em brisa que afaga a beleza, o homem precisa respeitar a Deus e a natureza.

A vida se curva, como um guarda chuva ante a fúria do vento, como a onda do mar que ao se levantar não encontra o rochedo, que o homem retirou para construir um local de folguedo.

A terra esquenta e o gelo derrete, e o homem promete tomar providencia, mas sem consciência pensando em consumo, e assim como vento que gira e que mata, o homem prossegue na vida sem rumo.

sábado, 28 de maio de 2011


Inspiração em Pó.

J. Norinaldo.

Quem busca inspirações nos labirintos do umbral,

Cantará canções ao mal desafiando o Criador,

Buscando o prazer carnal que a própria vida abomina,

Beijando os lábios da morte numa carreirinha fina;

Vendo no vidro a máscara que a própria morte pintou.


Quem busca por artifícios mudar a vida que tem,

Não tendo tempo sequer para o arrependimento,

Mentindo para si mesmo pregando que é feliz;

Anestesiando o corpo para qualquer sentimento...

O coração no esquecimento só se lembra do nariz.


Tantos seres que ainda sofrem tentando sobreviver,

Paralela outra corrida de quem debocha da sorte,

Uns aspiram tubos de oxigênio tentando buscar a vida;

Outros que são entubados a guisa da despedida...

E tantos jovens sadios aspirando o pó da morte.


Num futuro não tão longe quem sabe até se construa,

Cemitério especial para quem vem se matando,

Sem velório, vela, ou choro, sem nenhuma extrema-unção,

Somente a última dose, a saideira da vida...

E o defunto vai andando sem precisar de caixão.

sexta-feira, 27 de maio de 2011


Perguntas.

J. Norinaldo.

Quando me fogem as respostas a tantas perguntas que faço a mim mesmo, e busco nos sábios conselhos do meu travesseiro tão mudo e tão quieto, ou nos ditos escritos há muito da filosofia que o homem criou. Por que se perdeu apenas um elo e com ele a verdade que tanto queria. Só teoria de vários começos, cheios de tropeços e de contradições, do barro ou explosões, em fim de onde surgi? Daqui para onde vou, se é que ainda vou a algum lugar, se sou ou não sou eis ai a questão. Se fui feito a imagem do meu criador, por que alguém me ensinou que minha espécie evolui, o que se conclui que ele também mudou? Quando será que o homem terá a resposta completa, será que isto importa, depois de Inês morta e a terra deserta?

São tantas perguntas que todas juntas encheriam o mundo, um fardo tão pesados que carregamos as costas, sem a verdade é impossível saber, o que é mais importante? Perguntas ou respostas? Ai está mais uma pergunta, que também vai ficar sem resposta.

quinta-feira, 26 de maio de 2011



No Escuro do meu Ser.
J. Norinaldo.

Num translúcido momento de sensatez,
Acendo a escuridão do meu ser interior,
E vejo então ressonando brilhar o amor,
Num canto do lado esquerdo do meu peito,
Num leito que por tempo o silencio acalentou.

Como um raio de sol que anuncia o amanhecer,
Como a brisa que toca o rosto do louco de Gibran,
Sem a máscara um dia roubada por maldade,
Mas que transforma o mal em felicidade...
Ao ter na face o simples beijo da manhã.

A felicidade é chamada de loucura,
Quando a ternura perde a razão de ser,
Quem não descobre o amor que há em si;
Passou aqui simplesmente por passar...
Sem saber a diferença, de passar e de viver.

Tire a máscara e acenda o seu escuro,
Destrua o muro que separa e distancia,
Esqueça a máscara e sinta o prazer do vento,
Construa pontes com as pedras da alegria,
Creia no amor como o mais lindo sentimento.

terça-feira, 24 de maio de 2011


Ser Poeta.

J. Norinaldo.

Se o meu poema diz quem realmente sou,

Então a minha servil sinceridade,

Não condiz com a promiscuidade,

De que me acusa o meu verso sedutor;

Que propaga tanto a felicidade,

Na verdade conhecendo apenas dor.

Se a alma dita o que sinto realmente,

Se poetar é mentir despudoradamente,

Eu confesso que poeta já não sou;

Escrever sobre o amor que não conheço,

Almejando o céu que não mereço...

Sou apenas um singelo trovador.

Talvez a minha imensa ânsia de amar,

Somada a solidão deste meu ser,

Concita a minha alma a escrever,

Poemas tão lindos de amor;

Desenhados no escudo da beleza...

Que apara a tristeza da minha dor.


Verdade ou Poesia?

J. Norinaldo.

Como me dar se não me tenho, não sei quem sou ou de onde venho, certeza só aonde vou parar? Se o elo perdido for achado, e mostrar o que há muito é sabido, o que fazer com o tempo perdido na procura do valioso achado? Se a luz do fim do túnel é a saída, o começo do caminhar da vida, sem escolha ou opção de recuar?

Mudou-se o modo de ceifar o trigo, muda-se a maneira de viver, como a moda muda o modo de vestir, já não é mais deboche se sorrir e a cicuta perdeu o seu valor, o pilar da família desabou, mas o poder continua imperativo, o homem já se mata sem motivo, mas morrer ainda é definitivo.

Se a caverna de Platão é mitológica, qual a lógica de tal mitologia? Se acredito que há vida após a morte e ninguém me explica o que é morte enquanto há vida, ou que a mentira é uma verdade vencida, repetida por mil vezes num discurso.

Quando o poeta escreve o termo justo, na morbidez de um poema de Augusto, execrável para alguns por verdadeiro, punido quiçá com o esquecimento, laureados após seu passamento, com uma placa de bronze e um epitáfio.


Dia Internacional do Café

J. Norinaldo.

24 de maio, sinceramente eu não sabia é o dia Internacional do Café. Parabéns. Que coincidência não? Dia 23 de maio para mim passa a ser o dia Internacional do Café Veloz, dia em que o grande astro do futebol mundial Maradona, acusa o Dirigente do futebol argentino de ter conhecimento que sua equipe tomou um café veloz em 1994 antes de uma partida que disputava a última vaga para a Copa do Mundo contra a Austrália.

O que teria levado Dieguito a fazer tal declaração, e que tal velocidade poderia ser colocada em qualquer outra coisa, água, comida, ou simplesmente um comprimido, que não teriam seu dia internacional no dia seguinte. Como escrevi em outro artigo, continuo seguindo os passos dessa notícia e a espera de uma nova marca de café.

Terá sido realmente mera coincidência? Pessoas que não tamam café, não plantam café, ou negociam com o mesmo, mas lêem jornais, com toda certeza tiveram a sua atenção voltada ontem para tal bebida, ou estou errado? Ainda não conseguindo entender muito bem o que aconteceu em 1994 quando a Argentina conseguiu um lugar na Copa do Mundo, eliminando a Austrália, num jogo que poucos lembram, pegam novamente seus jornais, entram na Internet e lá está: “24 de Maio, Dia Internacional do Café”.

Para nós brasileiros nada temos a reclamar da mãozinha, que Dieguito nos dá, como um dos maiores exportadores do produto para o mundo, nem sei se foi a mesma mãozinha que terminou com o sonho da Inglaterra noutra Copa, mas seja qual for, muito obrigado.

Quem sabe o próximo escândalo envolva a Cerveja Feliz, veloz talvez não, por que já existe um produto que promete fazê-lo voar. E agora se me permitem, vou tomar um cafezinho, afinal também sou filho de Deus, ou penso que sou.

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Café Maratona.

J. Norinaldo.


Um meliante entra num bar e pede afobada mente: Me Server um cafezinho rápido. O garçom corre para a máquina com a xícara na mão, vendo a afobação do freguês, mas este grita novamente: Não é desse ai seu idiota! Eu pedi um café veloz, preciso fugir da policia e por isto preciso correr mais que ela, será que você entendeu agora? E também não quero essa xicrinha, quero numa grondona, vamos que estou com pressa, se não entendeu liga pro Maradona. Traduza para o espanhol.

Durante uma Copa do Mundo, o jogador Branco, ficou muito mais branco e mareado após aceitar uma garrafa de água do time de Dieguito, que fez depois comentários alusivos, quem não lembra? Deveria ser a água lenta, não água benta, que não serve para turbinar nenhum café.

É normal quando a Seleção participa de eventos dessa natureza se anunciar o cardápio que se leva na bagagem, geralmente se fala em café descaféinado, agora o café passa ser desconfiado, pois pode muito bem ser café veloz.

E como o consumismo não perde tempo e nem deve, assim como já existe o Café Pelé, que para nossa felicidade é coisa normal e nossa, quem sabe surja nos próximos dias na Pátria hermana o “Café Maratona para ser tomado em xícaras grondona.

“Tome um Café Maratona, que é bom pra cassete, dilate as narinas, como se fossem turbinas e vire um foguete”.

domingo, 22 de maio de 2011



Relendo um Velho Poema.
J. Norinaldo.

Hoje senti tanta saudade de ti, reli tua poesia,
Por certo nunca senti o que ela me diz agora,
Cada palavra me toca como se aqui estivesses,
Cada estrofe é uma carícia que da tua alma aflora,
Posso sentir teu perfume a cada frase que leio,
Como se fosse o esteio do fervor das tuas preces.

Por que não decoro este poema tão belo?
Para poder pegar nas mãos este papel,
Poder sentir a magia do teu toque,
Amarelado e ressequido pelo tempo;
Mas que me traz certo sabor de céu,
E que me leva de volta aquele tempo.

Ah! A saudade é como um rio que não volta,
Mas que está sempre presente em nossa vida,
Não sei se vale a pena uma vida sem saudade;
Só por ser triste não quer dizer que é maldade,
Não sei se sentes o que eu sinto querida...
Ou se a solidão conhece a felicidade.

sábado, 21 de maio de 2011



Um Barquinho de Papel.
J. Norinaldo.

Vi passar um barquinho de papel,
No riacho cristalino do meu sonho,
Cuja vela apontava lá no céu,
A estrela mais brilhante que conheço;
E se foi o barquinho navegando,
Pelo riacho sem fim e sem começo.

Pelas sombras dos bosques verdejantes,
Navega o barquinho sem destino,
Sem bandeira, sem leme ou navegantes;
Sendo apenas o sonho de um menino,
Carregado de inocência e de carinho...
Busca o porto de um oceano pequenino.

Sei que fui um menino no passado,
Que brinquei com barquinhos de papel,
Que sonhava em ser grande e navegar;
Com meu barco carregado de amor;
Mas cresci e hoje só carrego fel...
Pelo rio de lágrimas de dor.

Pelo menos em sonhos sou feliz,
Meu riacho continua cristalino,
A correr pelos bosques verdejantes;
Como é bom voltar a ser menino,
E soltar meus barquinhos navegantes...
E escolher o meu porto meu o destino.

sexta-feira, 20 de maio de 2011



Representar a Vida.
J. Norinaldo.

Se no último segundo me acovardar,
Na verdade fui covarde a vida inteira,
Alguém que nunca entendeu o seu papel,
Somente o figurino, o palco e o cartaz;
Sem pensar que um dia as cortinas...
Se fecham, e não se abrem nunca mais.

Se os aplausos da platéia são constantes,
É o papel de um palco apenas diferente,
Consistente que transmite a mesma idéia,
Ovacionar do palco da ribalta a quem assiste,
Seguindo um pensamento que consiste...
Que as cortinas também se fecham á platéia.

É a peça em que todos são artistas talentosos,
Do cocheiro ao cavalo que transporta seu senhor,
Só a fachada do teatro por vezes é diferente;
As vezes a cena representada em plena rua,
Mesmo a cortina de poeira se fecha indiferente...
Vão-se os artistas somente o teatro continua.

quinta-feira, 19 de maio de 2011


Intolerancia.
J. Norinaldo.

Caminhar sobre escombros e destroços,
Vendo o quadro antes belo destruído,
Vendo sonhos transformados em fumaça,
Sob os turbantes dos mercadores de desgraça;
Ou dos conluios do ser mais evoluído,
Que em cuja mente não tem mais que pão dormido.

Numa luta que parece não ter fim,
Como se a vida fosse parte de um jogo,
E o pano verde é o teatro da guerra;
E as fichas as cimitarras de fogo,
Que cada vez mais destroem a nossa terra...
Tudo em nome de um deus desconhecido.

O amor um sentimento esquecido,
A intolerância ocupando os espaços,
O sorriso é sonegado e escondido,
Só nas lutas aparecem os abraços;
Os jardins servem como esconderijos...
O irmão nega o pão ao irmão falido.

O perdão é negado por suspeita,
E o bordão vai guiando sem sentido,
O abismo vai ficando mais profundo,
O Arquiteto que projetou o mundo...
Tem o Nome vendido no mercado,
Quando não é totalmente esquecido.

segunda-feira, 16 de maio de 2011



O Bobo da Corte.
J. Norinaldo.

O bobo da corte do reino de ontem,
Aprendeu alguns truques e hoje o rei,
E a voz de tirano pelos vales ecoa,
Falsifica o vinho multiplica o seu pão;
O Seu Santo nome aos gritos em vão,
O que importa é o trono, o manto a coroa.

Os incautos súditos por ignorância,
Não vêem a ganância a que o ouro conduz,
Que a voz que engana do coração não sai;
E fazem o contrário do que ensinou Jesus,
O único caminho pra se chegar a luz...
A Cesar, o que é de Cesar, ao Pai o que é do Pai.

E o Templo se enche de cordeiro inocente,
Um mercado latente onde a palavra é vendida,
E sob medida para cada tipo de dor;
Deus está no comando é quem grita mais alto,
E o bobo da corte já não tem mais senhor,
E as ovelhas imploram a bênção do Pastor.

Sob o manto do medo o lobo se esconde,
E ataca a ovelha que não pode fugir,
A mão estendida exige não pede,
A sede do templo tem que se construir;
Enquanto as ovelhas se saciam no pasto...
Dos restos do fausto do ex bobo da corte.

sábado, 14 de maio de 2011



O Elmo e a Espada.
J. Norinaldo.


A espada fere o corpo, mas dar o direito a defesa,
O elmo protege a face e completa a armadura,
A máscara esconde a dor, mas só da boca pra fora,
Não há escudo que defenda alguém da dor da amargura;
Como a ancora na procela o navio não segura...
O mascarado de Gibran não escondia a loucura.

A tela está completa mesmo fora da moldura,
A zebra teme o leão, mas não foge da savana,
A cimitarra de fogo que aquece a água do lago,
Na janela de um castelo ou de uma simples cabana;
Traz sua luz seu calor como um verdadeiro afago,
E a linha do horizonte também se afasta do mago.

Se Bukowski fosse vivo quem sabe até concordasse,
Que por mais sujo o beco, por mais amargo o licor,
É melhor andar por eles com os pés no lamaçal,
Brindar mesmo sem querer o fel em nome da dor;
Tendo a falsa liberdade com a máscara da loucura,
Que os mosaicos brilhantes de um corredor de hospital.

Quem fere a face sem elmo com sorriso de escárnio,
Não ouve os gritos de dor que a alma em si sufoca,
Uma língua como espada, fere mais que o metal,
E o fel que sobra na taça amarga cada vez mais,
Atrai para si a ira que o mascarado invoca...
Com um sorriso tão belo, mas que tanto mal provoca.

quinta-feira, 12 de maio de 2011



Tem Espelho que é Cego.
J. Norinaldo.

Atrás do espelho a cama recém desfeita, nos lençóis ainda o sinete de suor, enquanto ajeita o nó da gravata e os cabelos revoltos, tenta entender o significado do ato recente; dos beijos ardentes, dos lábios macios, de feras no cio que se dão sem amor, ignoram o pudor e a honestidade, usando o talento que o espelho esconde. Nem sabe se o nome que disse em delírio é mesmo o de alguém que também delirava, se o delírio valeu a pena o cansaço e se alma entendeu e perdoa este ato. Não foi a primeira e nem será a última cama desfeita, ânsia satisfeita por alguns minutos, a cumplicidade silente do espelho, que olha nos olhos na hora da fuga.
Depois a rotina o pedido da conta, enquanto ela se apronta retocando o batom, não demonstra langor, simplesmente fadiga, que desaparece ao primeiro drinque. Tão bela, tão jovem, de onde será que vem? Na rua em que mora o que devem pensar? A esta hora seus pais onde pensam que está? Vai-se a beleza ao estender a mão, o brilho nos olhos ao ver o seu prêmio, até onde vai nessa profissão?
De volta pra casa, a porta lhe espera, uma deusa antiga já sem muita beleza, que o chama querido e a beija por tabela, a outra tão bela, como foi no passado, lhe diz com carinho, deve estar cansado, precisa pensar um pouco em você, vou preparar um drinque enquanto se troca, fiz aquela panqueca que você adora.
Onde está nossa filha pergunta de chofre, como se temesse o mesmo destino, saindo de um quarto com cama desfeita, porém satisfeita com o premio que tem. Não! Isto jamais, sempre fomos bons pais, e lhe dei bom exemplo, minha casa é um templo de felicidade, diferente daquela, tão jovem tão bela, cujos olhos brilham ao estender a mão.
De volta ao espelho, agora em seu quarto, já tão conhecido que nem vê a cama, olhos nos olhos, apagada a chama, só deseja um sono sereno de justo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011



Se Culpado fores.
J. Norinaldo

Ouço os ecos de lamuria em tua prece,
Como chispas de uma língua de adaga,
Que escarra na face que afaga,
E apedreja os anjos de augusto,
Atraindo a si mesmo o nojo justo,
Do desdém que a vida te oferece.

Caminhando com a morte de mão dada,
Consciente que tua prece não diz nada,
Que teu sorriso de escárnio é fingimento;
E que os rastros que deixastes na estrada,
São seguidos por aves de rapina,
Pelos odores de carne estragada.

Insalubres lembranças do passado,
Como mofo das tochas apagadas,
Diz-te santo perante um deus amigo;
Por teus atos aqui na terra praticados,
Até o mar que te acolheu foi poluído,
E com certeza Deus nunca esteve contigo.

terça-feira, 10 de maio de 2011


Abaixo ou Acima da Montanha.

J. Norinaldo.


Sempre haverá beleza, acima ou abaixo da montanha, a vida pode até ser absurdo, porém tolerável a quem sonha, o sabor do mel se falsifica, a primeira impressão é a que fica, e a abelha não defende em cartel. E a chuva que é levada pelo vento, rolará novamente pelo chão, como a vida na esperança de ir e vir, e renovar, como a chuva que um dia já foi lama, cai novamente e não reclama, sabendo que a nuvem voltará.

Sempre haverá beleza na montanha, e beleza da montanha a ser vista, como a chuva que cai e se evapora, e a nuvem em nada egoísta, a recebe em seu seio novamente, para que possa chover constantemente.

A vida que vai um dia volta, como a chuva um dia vem o outro vai, assim um dia a vida nasce, assim como outro dia a chuva cai; a vida e a chuva viram lama, por caminhos diferentes voltam puras, a beleza da montanha não se esvai, acima ou abaixo da montanha há vida enquanto a chuva cai.

Sempre haverá amor na terra, abaixo ou acima da montanha, porém não se extinguirá a guerra com o absurdo amor que a terra sonha; o único bem, que quanto mais se dar mais se tem; na verdade é o amor, se por acaso fosse outro tesouro, a montanha que possui tanto ouro, não o cobria de pedra sem valor.

segunda-feira, 9 de maio de 2011



O Vento e o Tempo.

J. Norinaldo.

Singram as velas do tempo, que o vento não cansa em soprar, de longe por mim avistadas, as vezes por descuido ou soberba, distraído com a beleza da vida, ou com o espelho que faço, esqueço um tempo no espaço, que o navegar do tempo é constante, suas velas sem nódoas ou remendos, para ele mesmo não passa, mas devassa tudo por onde passa. Teimo em ver no espelho que faço, os destroços que o tempo deixou, tentando com nódoa e remendos, esconder que o tempo causou. Com a certeza que o tempo não volta, na esperança que o tempo parou. Diante do espelho o suplício, de quem viu o tempo passar, esquecendo que o tempo e vento estarão sempre em seu navegar; descobrindo já tardiamente, que a vida não é somente, para diante de um espelho ver o tempo passar.

domingo, 8 de maio de 2011


Feliz Dia das Mães.

J. Norinaldo.

Feliz Dia das mães, para todas aquelas que entenderam ser o verdadeiro jardim de Deus, Aquelas mães de corpos lindos ou não, mas que durante um tempo tem este corpo modificado e se acha linda, por que realmente são; passam as mãos com carinho sobre o ventre distendido, sem a certeza que a beleza retornará depois do parto, e mesmo assim o acariciam sabendo cumprir a missão que Deus lhes deu. Parabéns as mães que hoje tem seus filhos perto, na beira da piscina ou embaixo de uma árvore ou de uma ponte, mas que jamais lhe passou pela cabeça abandoná-los. Lamentavelmente este dia nasceu de um triste acontecimento, mesmo assim parabéns as amigas de Anna Gervis que resolveram fazer uma festa de aniversário da morte da sua mãe.

Uma vez, me encontrava numa chácara de um amigo, e vi uma galinha se jogar contra uma enorme vaca, por achar que esta ameaçava sua ninhada, também vi na TV uma cadela que adotou um bezerro, quase morrendo de inanição por amamentá-lo. Também vi na TV a triste e abominável imagem de uma mãe jogando seu filho recém nascido numa caçamba de lixo dentro de um saco plástico para que morresse asfixiada, quase no mesmo dia outro jogou seu filho recém nascido no lixo de um hospital, e tenho tomado conhecimento de tantas atrocidades cometidas por mães, vadias que sabem bem abrir as pernas, com a mesma facilidade de fecharem o coração.

A mais antiga comemoração do dia das mães aconteceu é mitológica, na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Reia, a mãe dos deuses, na verdade não deveria existir um dia dedicado as mães, e sim todos os segundos, todos os minutos, toda a vida, por que ninguém merece mais do que elas.

Deixo aqui o meu beijo, meu abraço fraterno a todas as mães, não tenho mais como abraçar a minha, a esta dedicarei uma prece, na qual pedirei que se puder interceder onde estiver para evitar que mulheres que como ela são aqui chamadas de mães, joguem seus filhos no lixo, e que não cheguemos ao ponto de termos como temos hoje anjos catando latinhas de cervejas, denominados catadores de anjos pelas caçambas de lixo.

sábado, 7 de maio de 2011

Ramas da Discórdia.

J. Norinaldo.

Alastram-se as ramas da discórdia,

Proliferam as plantas carnívoras,

O sistema modifica o seu teor,

As palavras vão perdendo seu sentido;

Não se busca, hoje já se faz amor,

Um brinquedo há muito já esquecido.


Sublimam-se as esfinges das moedas,

E as bolsas acumulam o cabedal,

As montanhas que se sobrepõem as nuvens,

Viram pó pela busca do metal;

Na pureza do mel falsificado...

Quando o bem é vencido pelo mal.


E a vida antes tão valorizada,

Quase nada vale hoje no mercado,

E ai daquele que mudar isto pretende,

Volta a face do cruel inquisidor,

E a fogueira novamente se acende...

Quando o escravo, não é comprado se vende.


De porta em por um convite para o céu

E o campo incha já não cabendo as ovelhas

Em altos brados gritam o Seu nome em vão

Se manipula o que foi dito e não escrito

Maldito seja que não ouve tão sermão

Cada vez mais as moedas brilharão

sexta-feira, 6 de maio de 2011


Campanha de Desarmamento da População de Bem.

J. Norinaldo.

Nova campanha de desarmamento do cidadão de bem deste país mais um conchavo que teremos que engolir. Está mais do que na cara que duas ou mais tentativas dessa prática, não melhorou em nada, aliás, até piorou a situação de segurança da nossa nação, e não poderia ser diferente. Somente um país que teme de algum modo, algum tipo de reação por seus atos durante séculos, a corrupção impune, crimes de colarinhos brancos tratados de maneira diferentes pela Justiça, a vergonha de um povo sendo esmagada por aqueles que têm o dever de protegê-la, somente um país assim tenta por todos os meios deixar seus cidadãos totalmente a sua mercê,; caso a insatisfação ultrapasse todos os limites, como é o nosso caso, o governo sabe que tipo de arma encontrará para enfrentá-lo: panelas, geralmente vazia e pedaços de pau.

As estatísticas mostram dedes o inicio dessa palhaçada que o crime só tem aumentado, pois os bandidos não respeitam quem está desarmado, se fossem realmente todos profissionais, como temos muitos no governo, saberiam que não precisariam atirar em incautos desarmados antes pelo governo para facilitar o seu crime; acontece, que nem sempre é assim , sempre vão existir os postulantes, os recrutas, que cansados de serem lesados, e sabendo que bandido tem boa vida e sexo de primeira, arrisca-me no mundo crime facilitado.

Quem poderia legislar em nome da lei, mandando para a cadeia monstrengos de 15 e 16 anos, ou até menos, por crimes hediondos que são trocados por cestas básicas, que seus pais pagam com muito prazer, às vezes até com o dinheiro dos meus impostos; jamais farão algo neste sentido. Sabe por quê? Por que têm em seus lares alguns desses monstrinhos. Quem já foi assaltado no Rio de Janeiro, decerto jamais vais esquecer esta frase: Perdeu tio, passa tudo. Tio?

Na minha humilde opinião de jornalista que não conseguiu chegar a universidade, este desarmamento interessa apenas a duas facções: O Governo e o Crime organizado, que na verdade são a mesma coisa, a diferença é que uma é organizada.

Tão organizada, que já deve ter notado: não há necessidade de identificação ao entregar ou vender sua arma. Eu cometo o assassinato agora, corro e entrego a minha arma, a mesma que usei para matar meu semelhante, e as autoridades, diante da Televisão, passam com um rolo compressor por sobre ela, pelo menos dessa prova estou livre. Graças a quem? Não mereço nenhuma indicação para qualquer premio de inteligência, mas foi logo o que me veio mente, concorda? E mais, quantas das armas apreendidas anteriormente voltaram as ruas, vendidas por quem foi encarregado de destruí-as, será que estou aqui sendo injusto? Ou que a situação mudou de lá para cá?

Está mais do que provado, que se não fosse um crime tão grave nestes pais portar uma arma para legítima defesa, alguém que passasse no momento do massacre daquele colégio em Realengo, e tivesse coragem suficiente, poderia ter evitado muitas mortes daquelas crianças, veja bem o paradoxo, caso isto tivesse ocorrido, este cidadão estaria agora tendo terríveis dores de cabeça para explicar a Justiça por que estava armado.

Tenho certeza que cada espingarda recolhida com grande ênfase pelo governo, em seu lugar entrará um fuzil ou uma metralhadora, cujo nome o cidadão comum seque sebe dizer o nome

O governo deveria pelos menos divulgar a população mais uma vez lesada, quanto custaram as campanhas anteriores e os resultados.

Ainda tenho em meu poder uma arma, esta ninguém vai me tirar, nem com papo de cerca Lourenço, ou a força, a Fé que um dia tenhamos homens e mulheres dignos de comandar nossos destinos, para que meu filho possa sair de casa para o trabalho e eu tenha a certeza que o receberei de volta. E não somente a incerteza que quando a maçaneta é girada, que pode não ser ele, mas o seu que veio aqui roubar, matar e destruir mais uma família. Ou vice versa, por que não?

Desarmar somente os cidadãos de bem de uma nação, é transformá-la num galinheiro, entregando as chaves às raposas.

Em vez do tradicional: “Me ajuda ai” que já tem dono. Eu crio o: “Se Ajuda ai, por favor,”.

segunda-feira, 2 de maio de 2011


Terror e Morte.

J. Norinaldo.

Presidente Barak Obama, anuncia a morte de Osama, que agora repousa para sempre na lama no fundo do mar, será?

Há poucos dias atrás, é claro que não poderia ser a frente, um tornado matou centenas de americanos, o que chocou o mundo inteiro, não sei o que pensou ou disse o Osama a respeito de tal tragédia, se fez algum tipo de comemoração e talvez por isto tenha sido morto e sepultado no mar sem honras da mídia. O que penso é o seguinte: O mundo atual em que vivemos, que avança vertiginosamente em tecnologia, porém parece retroceder na mesma velocidade em questões humanitárias. Lembram do velho Oeste, dos cartazes de: “Procura-se vivo ou morto”?

Costumo sonhar com certas coisas e sair contando como se tivessem acontecido, já confessei isto antes, não sei se sonhei ou se realmente é verdade que ainda existem muitas dúvidas sobre os atentados as torres Gêmeas em Nova York, atribuídos a Osama Bin laden e o seu grupo terrorista. Se for mais um dos meus sonhos realistas, por favor desconsiderem este trecho.

Quando teve início a guerra contra o Iraque, e os jornais do mundo inteiro anunciavam o motivo, que Sadan Hussein tinha em seu poder, armas de destruição em massa, e que após o massacre aquele país pela segunda vez, e pelo segundo Bussh a ocupar a Casa Branca, os mesmos jornais depois anunciavam não terem sido encontrada nenhuma arma de destruição em massa naquele país. Escrevi uma crônica, me oferecendo para mostrar que havia sim, e até indicar o local onde poderia ser destruída. A fome imposta pelos embargos da ONU e dos Estados Unidos aquele país após a primeira guerra, que matara mais de quinhentas mil pessoas, principalmente idosos e crianças.

Como não tenho a pretensão de que minhas crônicas sejam lidas por muita gente, ou por gente importante que pudesse levar meu recado a Casa Branca, no máximo que pode ter acontecido é ter parado em algum barraco na periferia, por aqui mesmo é claro.

A fome é a pior arma de destruição em massa, enquanto as outras matam rápido, muitas vezes até sem dor, a fome humilha, enlouquece antes de matar, sem quem a conhece é que pode na realidade falar sobre ela, não aqueles que falam de fome diante de uma mesa farta.

Este país já foi a guerra por motivos até hilários, quem sabe a próxima, não seja contra um país qualquer por ter descoberto um jeito de fazer rodar o vento a toda velocidade e está fazendo isto justamente no país do Tio Sam.

Bem morto Bin Laden, acabou-se a história de atentados. Nem nos meus loucos sonhos, hoje mesmo alguém já assumiu o seu posto, seu dinheiro, que pelo jeito não é pouco, e talvez agora tendo Osama como Mártir, com mais gana de matar. Na verdade, não são os terroristas que devem morrer, mas sim o terror, que nasce contra nações prepotentes, diferentes e que pretendem mandar no mundo, capazes de criar armas com capacidade para destruir a terra, no entanto impotentes para prevenção de um tornado.

Logo tomaremos conhecimento do substituto de Osama, tomara que pelo menos tenha um nome assim tão fácil de escrever, por que alguns além de terroristas são simplesmente sacanas com seus nomes.

Uma nação que se considera tão pura, capaz de querer corrigir os erros do mundo, deveria adotar uma frase que encontrei na Internet que achei o máximo:

“Quando falarem mal de mim, me convidem, sei de coisas horríveis a meu respeito”.

domingo, 1 de maio de 2011



A Corrida.
J. Norinaldo.

Aviar o passo pra chegar na frente,
Esquecer o cansaço de que vem atrás,
Ocupar o espaço e escapar do vento,
Mostrar para o mundo do que é capaz,
Não ver a beleza que há nos aceiros;
Ter punhos cerrados recuar jamais.

A mente centrada no mapa da estrada,
Não pensar em nada que distraia a alma,
Não ver as estrelas o sol ou a lua,
Uma tela nua de uma noite calma;
Pensar só nos louros que ficam na história...
Com toda certeza, a vitória é tua.

Sublimar a prata que brilha na copa,
Degustar o doce nos favos de mel,
Ter o nome escrito nos degraus da fama,
Caminhar sisudo até chegar a grimpa;
Bebendo água limpa com gosto de fel...
Por saber que um dia também será lama.


Passarinhos Não Passarão.
J. Norinaldo.

N a simplicidade da minha gaiola,
Cantarola um pássaro triste canção,
Que chega a rua onde a vida acontece,
E esquece a gaiola pendurada no oitão;
Atrofiando as asas de quem tinha o mundo...
No poço profundo desta solidão.

Nesta pobre prisão sem direito a um ninho,
Meu canto ainda fala de amor e paixão,
Quem escreveu a letra não pensava em gaiola,
Como Mário Quintana que se foi passarinho;
Ou a paixão de Catulo pela sua viola,
Quem destruiu meu ninho, estes sim passarão.

Anuncio a alvorada com meu pranto triste,
Nem sei se existe algum pranto feliz,
Já não posso voar como fazia antes,
Sei que as notas errantes da minha canção;
Tem no refrão, uma frase que diz:
Meus tormentos também um dia passarão.

No silencio da noite cala meu canto triste,
Que não fala do alpiste não por mim colhido,
Lembro o fruto maduro na ponta do galho;
Ouço um grilo entoando seu canto comprido,
Pela manhã um pardal na parreira voa livre...
Por não ter nesta vida, nenhuma canção aprendido.