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quarta-feira, 6 de julho de 2011


O Destino.

J. Norinaldo.

O destino é o relincho de um cavalo,

Se puro sangue é reconhecido longe,

O pangaré serve pra carregar peso,

E ter o desprezo da montaria do abade,

Do velho frade que unge o corpo do monge.


Ninguém controla o próprio destino,

E cada sino taca num tom diferente,

Em cada anca há uma marca bem distinta,

O mesmo ferro marca gado e marca gente,

Marca de fogo é diferente de tinta.


Se hoje se queima o gado marcado a ferro,

Ouve-se o berro do destino derradeiro,

E o relincho puro sangue garanhão,

Igual aos gritos de quem morreu no braseiro,

Da fogueira da santa inquisição.


O homem segue queimando o irmão vivo,

Seguindo o livro que lhe dá absolvição,

Marcando a ferro tanto gado como gente,

Alimentando o fogo da inquisição,

Na esperança, que no fim terá perdão.

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