Translate

segunda-feira, 4 de julho de 2011


O Poeta e a Verdade.

J. Norinaldo.

Meu poema vai ficando sem assunto, apesar de o amor ser infinito, se as fogueiras das cavernas se apagaram, mas as correntes não se rompem por completo, mesmo as flores conservando seu perfume e o canto do sabiá manter o tom e o arco íris não mudar as suas cores; vejo a vida diferente e sem sentido, consumido por labaredas de flores.

Bem vindo aquele que fala somente de amor, a poesia passa a ser um linimento, cura feridas por momentos faz esquecer a dor, mas traz seqüelas depois que o tempo passou, e toda beleza que o poeta alardeia, é como salmos que escritos na areia o vento trouxe a maré cheia e carregou.

Qual o poeta que ainda não falou da lua, da deusa nua ou das Valquírias prateadas, musas desnudas esquipando na esplanda, num diamante que brilha mais que o sol, no arrebol, na flor de Lótus tão amada.

Alguns poetas que até nem lembro mais, que falavam em corredores frios de hospitais, em becos sujos e cobertores de jornais, em meretrizes em doentes terminais, ou quem jamais soube o que é felicidade, foram malditos por poetarem a verdade.

Não sei como é a perfeição, e o meu poema, se poema tem deslizes, mas quantos poetas anteciparam a despedida, com as mãos tirando a própria vida, seria por serem demais felizes?

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

É verdade!!!! POETA.
A dor trasnformada em poesia, pelo dom poético, materializado em versos, não o exime de sofrer na alma o julgamento da verdade. Há perfeição?... somos humanos.