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sexta-feira, 29 de julho de 2011



A Pedra Maldita.

J. Norinaldo.

Encontro-me numa senda sem retorno,

Vendo o forno do inferno no final,

Agarrando-me as pedras do caminho,

Apaixonei-me pela pedra mais mortal,

Que sugou toda a minha juventude...

E jogou-me num açude terminal.


Tropecei nessa pedra da qual falo,

Num embalo a buscar felicidade,

No início foi apenas um tropeço;

Um travesso brinquedo da idade,

Fui esquecendo que a vida não tem preço,

Hoje almejo a morte por caridade.


Como um doce que se dá a uma criança,

Essa pedra que passa de mão em mão,

Quem a fez não teve a sinceridade,

De fabricá-la em forma de caixão;

A promessa da falsa felicidade,

Que nas esquinas se compra com facilidade.


Não cheguei ainda ao final da trilha,

E a matilha que me segue esfomeada,

Se alguém me mostrar algum atalho,

Que me livre desta triste caminhada;

Não servirei de repasto para os lobos...

Que colocaram essa pedra em minha estrada.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Ah! essa pedra. Tão pequena, tão avassaladora na destruição da vida humana. A simplicidade dos seus versos descreveram de maneira direta´, todo o poder de aniquilamento da alma que essa droga tem. A aparência ingênua e valor econômico baixo iludem os incautos que procuram a felicidade através das veredas. Belos versos a serviço da realidade em que vivemos. Abraço, amigo.