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sábado, 9 de julho de 2011


Violino Misterioso.

J. Norinaldo.

Como uma cimitarra invisível corta a noite, acordes de uma canção, de um violino que não sei de onde vem, mas impregna com teu cheiro os meus lençóis, e aquece o frio do lugar que está vazio. Afogar mágoas só existia em poesia, sem saber de onde vem a melodia e sem poder pedir que não pare mais, de tocar seu instrumento que me traz de volta a sombra do que foi um grande amor e por momentos esta paz interior. Acordo sempre antes do concerto, às três horas da manhã tudo começa, às vezes chove e os pingos na vidraça seguem o compasso do artista que se esmera que talvez sofra como eu com uma ausência, e esta canção ameniza sua espera; quem sabe um dia para nós o frio inverno, ceda o lugar a uma linda primavera.

Quem acorda com acordes de uma valsa, tem a falsa impressão que está no céu, vendo a noite com seu véu todo estrelado e ao seu lado um travesseiro frio, que ainda guarda o perfume que ficou, de alguém que se foi e não voltará, só me resta a canção da madrugada, até que o artista já não queira mais tocar. Quem sabe sua espera terminou, e minha madrugada, ó! Meu Deus o que será?

Talvez como numa poesia, numa noite fira meu sonho se concretize e de repente minha ânsia não resista, siga os acordes dessa canção, e como um poema que Deus escreveu a mão, descubra ser você a misteriosa violinista.

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