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quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Angústia.

J. Norinaldo.


Minha insônia e a chuva na janela,

E o retrato na parede a me sorrir,

O cansaço do corpo me domina,

O barulho daquela chuva fina...

E o colchão como a cama de um faquir.


E o pavor de sonhar o mesmo sonho,

E o medonho terror ao acordar,

Sabendo que não há ninguém aqui,

Apenas uma lembrança que não morre...

E aquele velho retrato a me sorrir.


Amanhece e a chuva continua,

Como lágrimas a correr pela vidraça,

Nem o sol vem para me acudir,

O cansaço em fim vence e adormeço...

Vendo aquele retrato a me sorrir.


Já pensei em me livrar do retrato,

Ou me mato e o retrato fica ali,

Até hoje nada disso aconteceu,

Sempre falte-me coragem afinal...

Quem está nesse retrato sou eu.

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