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domingo, 2 de outubro de 2011


Carta de Amor.

J. Norinaldo.


Minha querida, neste momento é exatamente assim que estou: Colando os cacos da alma, com a resina da dor, tentando encontrar amor no fundo de uma trincheira, na carta manchas de sangue e lágrimas de saudade, pra quem a felicidade ficou pra lá da fronteira. Enquanto o canhão ressoa, nesse bordejar insano, a vida vai se apagando, aqui, ali acolá. Porém se um dia voltar, farei tudo diferente, lembra a colina da gente, vou fazer dela um jardim, plantar rosas e jasmim e um belo gira sol, quando as cores do arrebol forem sumindo atrás do monte, enquanto vejo a sombra da ponte do riacho cristalino, onde brincava em menino a sonhar em ser feliz, não sei o que foi que fiz pra merecer esta guerra, longe de ti e da terra que um dia me viu nascer, mas não pretendo morrer sem realizar meus desejos, matar a fome de beijos que sinto da tua boca, acalmar a ânsia louca, que me causa tanta dor; e neste dia prometo, colarei com muita calma, os cacos da minha alma, com a seiva do nosso amor.

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