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sábado, 12 de novembro de 2011


11-11-11.

Postagem 911

J. Norinaldo.


Protegido na trincheira de fumaça, que se esgaça com a brisa da manhã, que acaricia cada rosto cada face, sem disfarce como o louco de Gibran; enquanto o roçar de seda dos roupões que descem escadas em caracóis, ordenam que se esvaziem os paióis e que os canhões bordem o espaço de vermelho. E no chão como uma colcha de retalhos, são contados os comuns os rebotalhos e as aves de rapina a bordejar. E os jornais anunciam que haverá uma decisão, mas somente na próxima reunião, que o conselho ainda não decidiu quando será. Enquanto isso na trincheira ensanguentada, estou eu, o meu filho e meu irmão, sob a ordem de não cessar o fogo, por que na verdade nesse jogo, não há descanso para o segundo tempo. E o vento que sopra manso da colina traz o cheiro ocre da carnificina, não daqueles das escadas em caracóis. Depois das batalhas são desfeitos os batalhões, e as trincheiras são cobertas por carcaças e ficarão as estátuas pelas praças, como garças que surgem de vereda, sem o nome de quem estava na trincheira, mas de quem usava roupão de seda.

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