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quarta-feira, 2 de novembro de 2011



Desdém.

J. Norinaldo.


Não me apontem o cadafalso do carrasco,

Este crime não fui eu quem cometeu,

Nada fiz para não ter nascido belo,

Não possuir nem fortuna nem castelo,

Minha aparência não fui eu quem escolheu,

Então julguem e condenem a quem me deu.


Não posso ser condenado inocente,

Alguém disse que a verdade é a beleza,

E a feiúra tem direito a ser feliz?

Ou será que quando tudo terminar,

E de volta ao Senhor me apresentar...

Ele dirá: espera, isto não foi eu quem fiz?


Não, a verdade ainda não foi encontrada,

A felicidade não é privilégio de ninguém,

Às vezes alguém que é rico e tão belo,

Atira-se da torre do seu próprio castelo,

Por isto não irei mansamente ao cadafalso,

Só por causa do seu sorriso de desdém.



A beleza e a feiura foi o homem quem inventou,

A imagem de Jesus foi por este mesmo homem pintada,

Que durante seus sermões jamais apontou alguém,

Que devesse retirar-se por que beleza não tinha,

Curou cegos e leprosos fez mortos voltarem a vida,

Não há noticia de ter transformado o feio em belo.

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