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quarta-feira, 9 de novembro de 2011


O Beija Flor

J. Norinaldo.


Ah! Se a vida não tivesse tantas curvas, e em cada uma, uma lei para eu cumprir, se os caminhos fossem livres como o vento, e eu pudesse escolher o que seguir. Plantei uma roseira em meu jardim, a vi brotar, a vi crescer, assisti o parto da sua primeira flor, que reguei com a água do coração, usando a alma como simples regador. Inebriado com a beleza e o seu perfume, tão feliz que não notei que o meu ciúme, era bem maior que meu amor. Um belo dia numa curva da estrada surge do nada um colorido beija flor, que viu no talo minha rosa perfumada e colorida, ela por ele se apaixonou, fiquei apenas com o galho e os espinhos, tenho às vezes um pouco dos seus carinhos, e muitas curvas a dobrar por esta estrada. Tenho certeza de que entendem o que falo, só os espinhos do talo que ferem a minha mão, a mesma mão que regou com tanto amor, é justo que lhe reste apenas dor, que sua rosa dê a outro seu perfume? Sei que o ciúme me causa apenas dor, mas me responda será justo, que este beija flor, que apareceu tão de repente, e em minha frente minha rosa rorejou?


1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Versos digitados com a alma e a verve do poeta. Abraço, amigo.