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domingo, 4 de dezembro de 2011


O Dom da Beleza.

J. Norinaldo.


Dizer que não queria ser como sou,

Pode crer não é soberba ou ingratidão,

E para o Senhor jamais poderei mentir,

Ninguém sofreu assim como eu sofri,

Simplesmente por que não nasci...

Com toda a beleza de um pavão.


Não é justo ser motivo de chacota,

Pagar por um crime que nunca cometi,

Ser o motivo da mais bizarra risada,

Ser sabedor de que também nunca sorri;

Se não cheguei a vida com a cara pintada,

Então Senhor me diga: Para que nasci?


Se somos todos filhos de um mesmo pai,

E nem os dedos das mãos nasceram iguais,

Somente as flores nos jardins são diferentes,

E existem algumas que perfumam muito mais;

E até diferem na maneira que ornamentam,

Umas enfeitam a vida... E outras os funerais.


Criticar com desdém as diferenças,

No projeto do arquiteto mais perfeito,

Epitetando diferenças tão normais;

Tendo como única certeza nesta vida,

Que no exato momento da partida...

Todos seremos, tão exatamente iguais.

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