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quarta-feira, 29 de junho de 2011


Apenas um Giro.

J. Norinaldo.


Sente na mão o frio da maçaneta, gira entra e te desnuda, esquecendo os conceitos La de fora, dispensa tantos anjos que te guardam; por momentos regurgita os preconceitos que tem te acorrentado até agora. Chegar até a porta e recuar, é avessar o teu direito à vontade e pisar a liberdade que te aflora. Quando o frio dos lençóis tocar-te a pele, que não repele a carícia advinda, das mãos e de uma boca que te adora. Deixa fluir todo suor, não sufoques nenhum grito na garganta, não permitas que o látego da voz, venha te ruborizar a alma. Sublimas os momentos de loucura onde a própria razão se faz bobagem, te atira sobre a lança que te fere com a coragem do cio que te assoma; ignoras os sinos que badalam e escancara as porteiras que limitam, pisoteia o pudor que te rodeia. Quando em fim no silencio da madorra, no cansaço da batalha não vencida, agradeças a maçaneta que num giro, permitiu teu encontro com a vida.

segunda-feira, 27 de junho de 2011


O Brilho do meu Sapato.

J. Norinaldo.


Ofuscado pelo brilho do sapato, perco o trilho pontilhado do absurdo, nenhum mago nessa terra sabe tudo e nem tudo já lhe foi perguntado, quem se atira num rio duas vezes e pensa que é o mesmo está errado. Sigo o trilho pontilhado do absurdo, caminhando somente por caminhar, orgulhoso pelo brilho do sapato, que me ofusca a tristeza do olhar num discurso de silencio fecho os olhos, no intuito de não me ouvir falar. Ouço ao longe a canção que traz o vento e o tropel do senhor que vem da guerra, conto as pedras que encontro no caminho refletidas no brilho do meu sapato. Voejam a minha volta borboletas coloridas, cantam pássaros as canções que alegram a vida, sinto o cheiro da terra e da montanha, vejo vultos de cisnes sobre o lago, tudo muito vago e sem sentido, entretido com o brilho do meu sapato. E o trilho pontilhado continua a girar no brilho do meu sapato como um rato a perseguir um grande queijo, se não vejo a beleza dos aceiros do caminho, chegarei a algum lugar sozinho, sem ter visto o cenário por inteiro; e quando as cortinas se fecharem por completo e se apagarem os pontos dessa trilha, já não posso mais ver a beleza que me cerca, e nem se o sapato ainda brilha.


Louca Busca.

J. Norinaldo.


Busco caminhando a passos lentos,

Uma toca na esfera espichada,

Onde possa me abrigar do vento,

E furar os calos da caminhada;

Indicar o caminho a quem me segue,

Para o fim do caminho ou para o nada.


No deserto não há curvas ou esquinas,

Cada monte é uma curva que se eleva,

Todo túnel é uma toca que se espicha;

Cada lua nessa minha caminhada,

Para o nada ou para fugir da treva...

É um ponto colocado em minha ficha.


Cada lobo desgarrado da matilha,

Como um toco de cigarro apagado,

Cada toca que abriga contra o vento,

Um sinal que o caminho está errado;

E que a esfera espichada não tem fim,

Perdido, estarei de qualquer lado.


Mesmo assim vou seguindo a passo lento,

Contra o vento tenho a toca que me abriga,

Escrevendo meus poemas na poeira

Como pena vou usando o meu cajado,

Como escrita uso a língua mais antiga;

Se for louco como eu, então me siga.

sábado, 25 de junho de 2011


Eterna Luz.

J. Norinaldo.

Ah! Se aquela rua dos cataventos,

Catassem os meus pensamentos,

De quantas e quantas vezes morri;

Quantas vezes, morto e desnudo,

A luz do toco de vela a mostrar tudo,

Perdi o jeito de viver e de sorrir.


Se os corvos, os chacais, ladrões de rua,

Roubaram-te, te deixando a alma nua,

Esta luz que é eterna e não se apaga;

Como a mão que apedreja quem lhe afaga,

E escarra na boca que lhe beija...

Que ilumina até a derradeira chaga.


Com a lama da sarjeta que escorre,

Vem o último poema de quem morre,

Abanado pelas asas dos horrores;

Nos tremores da mão jamais adunca,

Ainda sinto na beleza das flores,

O Quitanismo, este que não morre nunca.


Todos passarão, mas tu passarinho,

Sei que já no fim da vida sem um ninho,

Mas teu toco de vela amarelada continua;

Em fim saístes da viela para a rua,

E um palácio tem teu no na fachada...

A eterna chama, da tua luz, a poesia.

quinta-feira, 23 de junho de 2011



O Gaúcho sem Campo.

J. Norinaldo.

O gaucho do campo migrou pra cidade,

E a felicidade ficou na tapera,

Seu cusco morreu de tanta saudade,

Deu água nos casco do pingo do Cuera;

Hoje vive trancado entre grades de ferro,

E o campo tão grande virou jaula de fera.


Já não sente a vida quando se levanta,

E o cheiro de terra que a muito se foi,

Só a antena lhe traz as noticias do campo,

Já não ouve mais os berros do boi,

Não vê o quero-quero nem o pirilampo,

Só moirões de cimento onde não entra grampo.


Chimarreia em frente ao fogão a lenha,

A erva lhe cai pelo peito do poncho,

Um cusco tosado com roupas de gente;

O minuano açoitando em volta do rancho,

No radio tocando uma moda diferente,

O gaucho se sente como charque no gancho.


O sol já não brilha como brilhava antes,

Sua faca não tem mais o fio que tinha,

Seu falar para os filhos é de um homem rude;

É um velho perdido na invernada da vida,

Como o vento que esbarra na taipa do açude...

Só lhe resta a lembrança da pampa querida.


domingo, 19 de junho de 2011


Esquinas e escombros.

J. Norinaldo.


Dos eternos escombros do nada,

Catei restos e construí meus sonhos,

Que embalei nos braços da vida,

Com canções de ninar sem sentido;

Como uma criança iludida,

Como o eco de um grito perdido.


Em cada esquina um olhar prolongado,

Em busca de um aceno, um sorriso um abraço,

Só o eco dos passos neste meu caminhar,

E o resfolegar do meu grande cansaço;

Outra esquina outro olhar, o caminho prossegue,

Sem saber o que busco nem por que o faço.


Sei que não estou só, nesta caminhada,

Dos escombros do nada pouca coisa restou,

É tão triste saber que no fim desta estrada,

Com certeza me junte aos escombros do nada;

E o meu sonho termine como começou,

Um sonho tão triste que ninguém sonhou.


Numa esquina encontrei um sorridente velhinho,

Que ensinou-me aquilo que eu sempre quis,

Descobrir o prazer de um faquir numa cama de prego,

Saber quais as cores nos sonhos de um cego,

Parei numa esquina e foi isto que fiz;

Em fim descobri que sou muito feliz.

sexta-feira, 17 de junho de 2011


Os Sonhos.

J. Norinaldo.

As vezes nos sonhos quando o corpo inerte,

A vida inverte os sentidos das setas,

E o tolo se vê como o dono do mundo,

E os donos do mundo são simples patetas;

A solidão do poço já não é mais no fundo,

E os mudos se tornam os grandes poetas.


No fundo da tela abstrata e sem cores,

Nos sonhos as flores colorem o ego,

Como uma aquarela nas mãos do pintor;

Resplandece a beleza na visão de um cego,

Solitários se tornam senhores do amor,

Mas nos pesadelos ainda existe a dor.


Será que dormia no ventre materno,

E sonhei com a vida que em breve teria?

Por isto chorei ao deparar-me com a luz,

Por que nunca sonhei com quem tanto queria?

Aquele que um dia pregaram numa cruz,

Ou será que sonhei, mas foi só poesia?

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Chegou a Hora.

J. Norinaldo.

Chegou a hora de quebrar o meu arco e fazer uma cruz, e da flecha uma pena e escrever um poema, de pegar meu alforje e alcançar quem partiu, acender meu archote e explorar o túnel, encher meu cantil com a água escolhida, que foi escondida e o homem não poluiu. A terra vomita fogo das entranhas, formando montanhas onde nada havia, são os restos que o homem vai enterrando, e a terra engolindo lhe causando azia. E a nuvem de cinza de fogo de pedra da terra que morre por asfixia.

Chegou a hora de encher a tigela do monge, que veio de longe para nos alertar, que está acabando o tempo do jogo, que o gelo do fogo também pode queimar, chegou a hora de dar bons exemplos, abrir as portas dos templos e permitir a qualquer um entrar. Chegou a hora do frio e do medo, onde nenhum segredo terá mais valor.

Chegou a hora de lembrar-se de Deus e do Seu filho amado, esquecer quem não leu seu sermão tão falado, que sequer conheceu o seu tema, para agora ficar lendo o poema desesperado, que escrevi com a flecha do meu arco quebrado.

domingo, 12 de junho de 2011


Sonho de Amor.

J. Norinaldo.

Por que invades meu sonho no meio da noite por pura maldade? Com beijos molhados com falsas promessas que não cumprirás? Como consegues fazer com que possa correr e correr sem cansaço? Se desperto ando tão devagar, corro contigo numa praia deserta sei que estás desperta e só eu a sonhar. Acordo e o escuro do quarto protege meus olhos de ver o retrato que a loucura conserva pendurado a parede; as vezes consigo coragem de acender a luz e olhar para ele.

Um turbilhão de saudade, de repente me invade como um lago de dores, primavera sem flores, uma tumba vazia. E tu onde estás, sei que não és mais a mesma da foto? Lembras daquela semente que plantamos a margem do riacho, prometendo um dia nos amar a sua sombra? Nasce, cresceu, deu frutos morreu, e somente eu a reguei com meu pranto.

Às vezes nos meus devaneios, converso contigo como antigamente, nem mesmo falando por ti nunca consegui fazer com que confessasses o motivo que te fez partir. Não amei mais ninguém, se fiz mal ou fiz bem isto não sei. O que sei e que me causa dor, é no meio da noite invadires meu sono com um sonho de amor. Não entendo este poder que tens, por que quando não vens é maior minha dor.

sábado, 11 de junho de 2011



Chegada e Partida.

J. Norinaldo.

Não me lembro do meu choro primeiro,

Mas chorei por que não sou diferente,

Esqueci da luz que vi no meu começo,

Do número da casa meu primeiro endereço;

Lembro bem de um túnel azul pelo avesso,

E de uma sombra que me segue indiferente.


Uma cigana com um archote apagado numa arena,

De tez morena com um olhar aveludado,

Leu minha mão e revelou o meu destino;

Tão pequenino e com o caminho já traçado,

Pintou no chão os passos do meu amanhã...

Com o picumã do seu archote apagado.


Acreditei mesmo sem nada entender,

O que quis fazer ao me dar um talismã,

Como a cigana, a vida também me enganou;

Segui meu túnel azul pelo avesso,

Caindo e levantando, a cada tropeço...

Portanto a vida como a cigana foi vilã.


Se chorei na chegada, devo sorrir na partida,

Quando o meu túnel finalmente se fechar?

E no aconchego do ser nada novamente,

Como a linha do horizonte tão ausente,

Que existe, mas ninguém pode tocar,

Como essa sombra que me segue indiferente.



A Felicidade e a Mentira.

J. Norinaldo.

Dizem que uma mentira repetida por mil vezes,

Passa a ter a conotação de uma verdade,

Nem tudo que dizem é certo, acredito quando quero,

Mas agora sou sincero e peço por piedade,

A mim mesmo que acredite na minha sinceridade.

Sou feliz, Sou Feliz, Sou Feliz, Sou Feliz, Sou Feliz

Sou Feliz, Sou Feliz, Sou Feliz, Sou Feliz, Sou feliz...


Onírico Mundo Cibernéitco

J. Norinaldo.

Fui feliz quando acreditei que as flores e as belas mensagens eram para mim? Sim! Fui. Fui feliz ao responder, muitas vezes com aquilo que acredito ser poesia, que nascia lá no âmago da minha alma? Sim! Fui. O que senti ao descobri que a coisa mais triste desta vida é dizer “Eu fui feliz”?

Já fiquei durante quatro horas enviando poesias para meus amigos em redes sociais, sentia-me orgulhoso quando alguém, principalmente do sexo feminino, com uma linda foto no Avatar, pedia-me para ser adicionada a minha lista de amigos. Até o dia em que vi uma mensagem linda, que me chamou muito a atenção, e no final vi que havia sido enviada automaticamente para 874 amigos. Então não era só para mim? Senti como se me tivessem me atirado no lago gelado numa noite de frio.

Aprendi com alguém a fazer o mesmo, o que me poupou muito trabalho, mas castrou a minha felicidade. Descobri que para ser feliz por alguns instantes, precisamos ser inocentes, e que mesmo enganados podemos ser felizes; o grande problema, é que no mundo atual ser inocente é sinônimo de idiota e ninguém em sã consciência quer ser chamado assim.

Passei 30 dias afastado premeditadamente do Orkut, passado esse tempo abri a minha página. E lá estão lindas mensagens, belas flores, pensamentos e poesias, todos endereçados a mim e a mais 874 amigos.

Muito obrigado pelas mensagens a mim e a minha namorada, por lembrarem que namoramos numa época em que o importante não era a beleza das flores, ou a sua raridade, mas sim o gesto, a maneira de ofertá-las, que as velhas canções que cantei em serenata para ela, já foram esquecidas, mesmo assim, obrigado pelas mensagens do Dia dos Namorados. E muito obrigado por me fazer descobrir que fui feliz quando inocente.

Pena que não se pode começar tudo outra vez, nem se apagar o que já fez, e ser inocente novamente.

Feliz dia dos namorados, aos meus milhares de amigos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011


As Pedras da Montanha.

J. Norinaldo.


Rolam pedras da montanha estremecida,

Sem guarida a terra treme de pavor,

Enquanto o homem busca nas suas entranhas,

As riquezas mais estranhas num completo despudor;

Desnudando a mãe que lhe deu tudo,

Sobretudo em se plantando tudo dá.


No lugar da floresta do começo,

Hoje o berço da imensidão de areia,

E a água antes clara que corria cristalina,

Hoje é como se fosse uma injeção letal;

No esgoto que se oferece a maré cheia,

No oceano mais um paciente terminal.


Antigas feras que o homem tanto temia,

Hoje vê no dia a adia a comer lixo a sua porta,

Sem florestas para viver não restam alternativas,

O mar invadindo a terra em busca de uma saída;

E o homem segue dando explicações evasivas,

Só que quando abrirmos os olhos a terra estará morta.


Rolam pedras Rockn Roll, o horror já não se esconde,

E as pedras se derretem formando rio de fogo,

E o homem segue dançando ao barulho dos metais;

Até que as fichas terminem fechando as portas do jogo,

E o veneno plantado cresça em nossos quintais...

E restem apenas sombras de fantasmas nos varais.

terça-feira, 7 de junho de 2011


A Palavra e a Flecha.

J. Norinaldo.

A flecha atirada e a palavra dita, não voltam jamais nem que o homem queira, por isto é preciso ao esticar o arco, antes de soltar as amarras do barco, antes de abrir a boca e dizer: dessa água não bebo desse mal não padeço, ter certeza do rumo da flecha e do barco; saber que a água do charco não nasceu imunda. Maçãs de ouro em salva de prata se comparam a palavra dita no momento certo. A flecha sem alvo e o barco a deriva, é a palavra dita da boca pra fora, como um poema que se escreve na areia, sem eco a ser pelo vento levado, como se o poeta estivesse perdido num túnel, trazendo na mão um archote apagado.

Dizer eu te amo é tão simples e doce, para quem ouve de alguém a quem quer, como um salmo, um poema uma prece, e para quem diz que desse mal não padece, é o alvo da flecha ou da água do charco, simplesmente a procela que naufraga o barco.

Por que um anjo armado de flecha simboliza o amor, se a seta traz dor, mata ou aleija? Quem ama não fere não mata ou maltrata, por que sempre ouve: eu te amo da boca que beija. Por isto acredito não fazer sentido, o arco esticado nas mãos do Cupido.

segunda-feira, 6 de junho de 2011


O Lago e o Gelo.

J. Norinaldo.

O lago reflete o gelo do monte, a água não molha a sombra da ponte, e as flores da tela não murcham com o tempo. O gelo derrete e se junta ao lago, à sombra da ponte com o escuro se vai, na tela as flores continuam belas, porém não dão frutos que pelo chão cai. O lago é o espelho da natureza, enquanto o espelho do homem que mede a beleza, a ponte que sua sombra é inútil, os jardins das telas não morrem e não crescem.

O cisne no lago nada junto ao ganso, a água da ponte se junta ao riacho, as flores das telas tem cheiro de tinta, que o homem pinta geralmente as mais belas. O corvo não honra a carniça do rei, a beleza que reflete o espelho do lago é bem diferente que aquela que é vista no espelho do homem.

O sol não distingue o lago ou o homem, até a sombra inútil da ponte dele depende, divide o calor com as flores que murcham, com ganso ou cisne e o homem não aprende, que o gelo e o lago não foi ele que fez, fez a ponte, mas não fez sua sombra, inútil é aquele que a nada se prende.

Falar de amor planejando uma guerra, dividir a terra em poções desiguais, quanto mais espelhos o homem emoldura, o lago e o gelo vão ficando para trás.

sábado, 4 de junho de 2011

Meu Sonho.

J. Norinaldo.

Um lugar de estradas de chão, odaliscas sem véus onde crianças ainda brincam de crianças. Um lugar onde se anda a pé de guarda chuva em punho; um lugar onde os mais velhos conversam sossegados no oitão, enquanto as crianças brincam como crianças sem ouvir o que dizem os mais velhos sossegados no oitão. Um lugar onde o terreiro reserva um lugar ao jardim, e o carteiro ainda traz uma carta a alguém. Um lugar onde moças já feitas, jogam peteca no meio da rua, e a noite brincam de roda sob a luz da lua, cantando cações inocentes que não falam nas partes de outra moça nua. Um lugar onde os namorados passeiam tranqüilos, mãos dadas na praça em volta do coreto. Um lugar em que a poluição é poeira do chão que levanta com o vento. Um lugar em que seus habitantes desejam bom dia a todos que encontram. Um lugar onde uma donzela, por mais que seja bela, pode andar tranqüila. Um lugar onde alguém acha uma corrente de ouro e procura seu dono. Alguém vai dizer, não existe um lugar assim, mas existe sim, se existem os dragões dos sonhos das crianças, este lugar existe aqui dentro de mim. Não durmo uma noite sem com ele sonhar.

Na noite passada em meu sonho encontrei uma jovem tão bela, era branca e negra e havia nela, algo difícil de descrever, esquecer impossível pois não há outro igual, seu olhar. Perguntei-lhe o caminho que devia seguir para chegar ao destino, ela mostrou-me ama estrada

Florida que girava e girava e chegava outra vez aonde ela estava. Que sonho mais lindo, então meu lugar é ali, por que acordei e me encontro aqui? Entre torres de aço, onde não há abraço ou sequer um bom dia, as ruínas são novas e abrigam seus donos por castas e brasões, onde os dragões pisoteiam sem dó e os jardins viram pó que levam a outros sonhos, medonhos, sem volta, sem vida, sem moças sem véus, crianças perdidas, feridas de morte; e a sombra do oitão se foi para sempre, somente existe no meu lindo sonho.

Crianças brincando degolam crianças com vidro e cerol e até seus dragões fogem dos seus sonhos e se escondem no meu. Bem: contei o meu sonho, por que não conta o seu?

quinta-feira, 2 de junho de 2011


Nova York, Nova York.

J. Norinaldo.

Desde muito pequenino sonho com tua beleza,

A capital da grandeza a maçã que encanta o mundo,

Um dia hei de beijar teu solo contrito e sereno,

E o meu sonho de pequeno lúcido tornar-se profundo;

Brincar de louco nas pontes gritando sem vaidade...

Poder encarar de frente a estátua da liberdade.


Não consigo entender como alguém pode ferir,

Atentar contra a beleza que o homem ousou criar,

Deviam lamber-te o chão os loucos que sem motivos,

Tentam tirar dos seres vivos o prazer de admirar,

Tua beleza intocada, como a mais pura rainha,

Ainda bem que Deus me deu o direito de sonhar.


Nova York, Nova York, maçã do pomar de Deus,

A tua beleza é tanta que duvido de outra igual,

Talvez se encontre resposta num poema de Gibran;

Talvez por isto atraias a inveja dos dementes,

Semeadores da ira pelos desertos do mal,

Que num canteiro do umbral buscam as suas sementes.


Tu és ó linda cidade com a fênix lendária,

Como uma prece Sioux que ecoa pelo vale,

Que renasce mais bela a cada golpe pungente;

Para tornar realidade o sonho de uma criança,

Que não perde a esperança que um dia de repente...

Possa acordar para sempre neste sonho fascinante.


quarta-feira, 1 de junho de 2011


A maior relíquia cristã

Especialistas acreditam que conjunto de 70 livros encontrados em uma caverna da Jordânia podem conter relatos dos últimos anos da vida de Cristo

por Graziella Beting

Um achado arqueológico está gerando polêmica entre especialistas em história religiosa. A localização de 70 livros feitos de placas de chumbo em uma caverna na Jordânia foi anunciada como “a maior descoberta da história cristã”. Os códices, do século I, trariam relatos dos últimos anos da vida de Jesus Cristo. Muitos pesquisadores estão céticos.

E Agora José

J. Norinaldo.

E agora José? Comprovada a autenticidade de tais códices, e se realmente trouxerem algumas verdades que não puderam ser manipuladas por conveniência de alguém ou de grupos, o que mudará para o Cristianismo e para o mundo?

Muitos pesquisadores estão céticos, e não poderia ser diferente, alguns devem estar apavorados, pois dependendo do conteúdo dos livros de chumbo, colocará uma pesada camada de chumbo nas suas teorias e histórias. Imagine um historiador respeitado até hoje por reis, rainhas e leigos, ter suas balelas a respeito de Cristo jogadas na lama. Como o achado arqueológico já tem cinco anos e só agora eu, e não sei se só eu tomo conhecimento, já demonstra uma certa estranheza, se assim for, será que já não se sabe que quem tem ganhado fama e dinheiro contando a história de Cristo não será afetado por tal descoberta?

Em 1947, um outro grande achado, encontrado por acaso por um humilde pastor, Os Pergaminhos do Mar Morto, prometiam muito na verdade não elucidaram muito, pelo menos pelo que foi divulgado.

Por que será que temos essa ânsia louca em saber se a história de Jesus, que afinal segundo os pesquisadores, é idêntica a de Osíris, e que tanto bem tem trazido a grande parte da humanidade, seja mudada, ou que seja mentira? Se realmente aparecer como verdadeira a história que Jesus foi casado com Maria Madalena e com ela teve filhos, como ficarão aqueles que a difamaram tachando-a de prostituta?

Acredito que o problema maior estará nos livros sagrados, aqueles que têm enricado muita gente que prometem o céu a quem lhes dá até o último centavo. Mas, até isto não será um grande problema, pois quem tem capacidade para tirar o pão de um pobre em nome de deus, poderá muito bem explicar que tudo que se encontrou nos livros de chumbo, é o mesmo do livro quem vem vendendo o nome de Deus, apenas interpretações diferentes. Ou que se os livros realmente fossem importantes seriam de ouro e não de chumbo. Vamos aguardar, e guardar um pouco de cautela para as interpretações. Isto e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.


O Enduro da Vida.

J. Norinaldo.

No enduro da vida o melhor corredor,

É aquele que corre sabendo pra onde,

Que deixa pegadas a serem seguidas;

E não atropela os que ficam pra trás,

Não colhe mais frutos do que pode comer,

Só o suficiente pra que possa correr.


No enduro da vida quem chega primeiro,

Descobre que o pódio é um fim do caminho,

Se correu simplesmente pensando em vencer,

Devagar viria se pudesse saber,

Que a recompensa ficou para trás;

E voltar pra buscá-la já não pode mais.


No enduro da vida existem vários caminhos,

Alguns são floridos, outros só de espinhos,

Atalhos são muitos e se pode escolher,

E quem se perder nunca estará sozinho,

O destino é o mesmo para qualquer caminho...

Participar do enduro é viver, o final é morrer.


No enduro da vida todos tem seu troféu,

O percurso difere de caminho e distancia,

Alguns chegam ao fim claudicando cansados;

Outros apressados ou por ignorância,

Que em plena infância já correm chapados...

Na corrida precoce, são pela morte amparados.