Abuso de Poder.
J. Norinaldo.
Se as cortinas se rasgam de repente,
e a penumbra leva vontade a deriva, a tendencia da visão já viciada, desenha a
imagem mais lasciva e a nudez se despe ante um olhar. O ímpeto de culpar se torna forte e norte já
não está onde devia, a razão sai do trilho e se desvia o desejo de punir a
qualquer ato que de fato ou não possa existir. Por isto é preciso refletir e
abrir as cortinas com cuidado, deixar que se vá toda fumaça, para não causar
uma desgraça, que jamais se irá remediar. Ouvir os gonzos e a cortina se
abrindo, o convite ao conforto do calor, evitando a invasão do precussor,
odiado depois se não procede, mas que se ampara num pedaço de papel. Quando se
vai o tropel sem levar nada, fica na estrada o murmurar, que culpa e condena
sem punir, aquele que se escuda no poder e utiliza a armadura mais covarde,
simplesmente para se satisfazer.