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segunda-feira, 30 de abril de 2012





A Estrada e o Amor.
J. Norinaldo.



Aonde me leva este caminho, com este meu vestido listrado, o que haverá depois da curva ou na volta do feriado; quem será que fez este caminho e quem costurou o vestidinho e fez o xadrez quadriculado?  Quem me vê assim sozinha com essas flores já murchas em minha mão, nesta estrada tão bonita, parecendo a própria solidão, não imagina o que há depois da curva nem o que levo escondido na outra mão. Não conheço quem fez este caminho, ou plantou a flor que colhi do chão, porém sei o que há depois da curva, assim como o que levo na outra mão. Ensinaram-me que quando estiver sozinha, convide a solidão para dançar, veja que agora estou dançando, por que tenho algo pra te confessar, sabe o que tenho na outra mão? O Eme de amor para te dar.

domingo, 29 de abril de 2012




Acordar Por que?
J. Norinaldo.


Eu tive um sonho, que sonho, que tristeza ao acordar mesmo recordando  todo lirismo, como um filme que acabara de assistir, e que por segurança comprara um DVD com o mesmo e o tivesse a mão quando desejasse revê-lo. Eu me encontrava numa ilha, belíssima, dessas que só existem em sonhos; acordava de repente vendo ao longe umas montanhas geladas e um lago tão azul como o mais azul céu já sonhado, e após ouvir os mais belos cantos de pássaros de inúmeras cores, comecei a ouvir uma introdução de uma orquestra, muito baixinho, como se uma leve brisa trouxesse de longe aquela suave melodia, agucei os ouvidos e comecei a identificar a música, tão minha conhecida; quantas vezes acordado, me emocionei, chorei, ouvindo Sara Brightmam cantando D’ont Cry For My Argentina. Ali também me emocionei e chorei, ai notei que havia alguém ao meu lado, era uma bela mulher e não parecia ouvir a musica, pois olhava distraída para um lado. De repente percebi que a orquestra era composta por pássaros e que no lago se formava um verdadeiro balé de golfinhos e outros peixes, todos muito coloridos. Perguntei a mulher qual era o seu nome e que lugar era aquele e a resposta realmente me surpreendeu: Eu sou a mulher dos seus sonhos, e foi você quem me trouxe para cá, como quer que eu saiba onde estou? Então por que esta canção desvia a minha atenção de você, insisti. Não existe nenhuma canção, a minha presença é que faz com que você veja  tudo que está vendo, sentindo e ouvindo; isto só acontece uma vez na vida, e por um breve momento portanto cabe a você eternizar o seu sonho. Somente você pode fazer isto. E acordei! Por que? Eu não pedi para ter este sonho, mas imploraria pelo resto da vida para não acordar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012




Eu Fuzileiro Naval e o Mar.
J. Norinaldo.



Enquanto a tempestade qua a bonança anuncia, escreve em letras de fogo no manto negro da noite um poema de magia, eu com meu sabre descrevia a borrasca que aterroriza quem navega, encadeia e até cega a deusa da fantasia. Só quem viu pode contar, uma tempestade em alto mar em que a vaga serpenteia, a beleza aterroriza e até a alma enxarca  e o marinheiro desembarca  na praia da poesia. Como o fiel da balança que tem num prato a tormenta no outro a dita bonança, o mastro aflito dança beijando a onda de frente, aonde não há valente que não se lembre de Deus. Eu ja vi posso contar, saudades não sei se tenho, pois não sei de onde venho, nem para onde vou voltar, mas, quando isto acontecer, isto é quando eu morrer, quero ser jogado ao mar, para meu último descanso no meu derradeiro sono,  desfrutar desse balanço quero ficar me embalando  no fundo do oceano.



A Vida e o Vinho.
J. Norinaldo.


Quando a videira murcha e a sombra se vai, quando a folha cai pra  bailar ao vento, enquanto o vinho é colocado a prova, a vida renova ao sabor da chuva a folha e a uva num girar sem eixo e sem movimento. Quando o frio chega e gela a montanha, quando o urso iberna e na caverna sonha com seu próprio céu, onde alguem transforma de maneira simples o vinho em mel. Quando a tempestade se vai de repente e chega a bonança, quando a esperança deixa de ser verde e madura de vez; ninguem para e pensa louva e agradece, com uma simples prece a quem tudo fez. Será que a verdade que tanto buscamo, não já encontramos e fingimos não ver, por não ser aquela que tanto queriamos e quando encontramos, a  reação é querer esquecer? Quando é florada a videira e a vida se mostra na sombra no chão em forma de véu, já não tem sentido o sonho do urso e qualquer discurso é jogado ao léu.

quarta-feira, 25 de abril de 2012





Cansaço.
J. Norinaldo


Tentem entender o meu cansaço, é tão fácil perceber os meus motivos, como os muros que cerceiam meu olhar. Já não tenho mais razão pra plantar flores, se os andores já são coisas do passado e o romantismo como a fé se foram juntos, como os sonhos que já não cabem nos meus sonos. Quem diria que um dia a poesia, falaria das esquinas do pecado, enquanto antigamente no balcão de algum sobrado, uma donzela suspirava por amor, ou se cantava serenta em seu louvor. Tentem entender o meu fracasso, esse cansaço que a minha alma já não nega, e nem renega o mundo por falta de amor, mas este fardo que meu coração carrega, até não sei por que ainda não parou. É somente uma questão de querer, por isto peço tentem por favor me entender.

domingo, 22 de abril de 2012




Navegar e Sonhar.
J. Norinaldo.



Quando o navegar se faz longe do mar, e o naufrágio é descer do calvário,  o importante é a imagem do retrovisor, não importa o conflito entre o espelho e a alma, ou o rumo da quilha de uma nau a deriva;  não há luz que clareia a ideia de um túnel, nem poder que desfaça a curva do rio. Nenhum sábio revela o poder da alquimia. Enquanto a busca se fizer por etapa, por grupos e castas a verdade não vem;  caminhos construídos para o mal e o bem que navegam e naufragam no deserto e no mar. Se conseguem cruzar a curva do rio, o espelho prossegue sendo o crupier, sempre dando as cartas e jogando de mão, segurando o timão e apontando o rumo, é da balança o prumo entre o mal e o bem, na promessa de em fim navegar, não mais longe do mar, num oceano de amor.


sábado, 21 de abril de 2012




São Borja.
Orgulho de ser Mossioneira.
J. Norinaldo.


Eu acredito que um povo que tem orgulho da sua terra, tem por obrigação conhecer a fundo a origem desse orgulho, não apenas por que seu pai se orgulhava do orgulho que herdou do seu avô. Tem por obrigação saber dizer a quem desconhece e quer conhecer a história dos seus ancestrais, as figuras do escudo que ornamenta o portão do  castelo do senhor, mesmo que em seu rancho haja apenas um desenho, um lenço ou uma adaga que remeta ao seu passado, que encha o seu peito de orgulho ao falar da sua terra. O povo gaucho sabe, nos mais de 40 anos que com ele convivo, posso afirmar, Por isto mesmo escrevi um dia e não esqueço jamais: “Ser gaúcho não é só andar pilchado ou saber montar direito, mas sim, ter o Rio Grande, no lugar do coração corcoveando no peito.” Por isto existem muitos gaúchos que não nasceram aqui.

sexta-feira, 20 de abril de 2012




Insano.
J. Norinaldo.


Ah! Insanos são meus sonhos são meus medos, meus segredos que diminuem meus sonos, são meus donos que me usam e compartilham sem ao menos perguntar se quero ir. Ah! Insanos são meus gritos de prazer no meu gozo imaginário no amor mais mercenário que a vida tem para vender. Ah! Insanidade é acreditar numa amizade que não tem cheiro nem gosto, que até mudade rosto quando cansa o avatar. Ah! Insano mundo em que vivo onde a boca são meus dedos, que me revelam os segredos neste piano sem som. Ah! Como é bom ser insano, em madrugadas sem sono, sonhando o sonho que quero, as vezes louco sincero descrevo a felicidade num rio de sinceridade que tenta chegar ao mar, ah! Este louco oceano, como a imensidão do insano, da loucura do amar.
Ah! Insano é o meu verso, insano é o universo, insano devo ser eu, insano é o infinito, se você não é insano, não perca tempo pensando, no meu escrito que leu.

quarta-feira, 18 de abril de 2012




 Vamo Simbora pra Pasárgada.
J. Norinaldo.



Ah! Como gosto desta estrada, principalmente esta curva donde avisto Pasárgada, vejo a rua principal, a torre da Catedral e a escola onde estudei, vejo o castelo encantado e num grande mural escrito que sou amigo do rei. Ah! Como amo esta estrada e seus aceiros floridos, as aves que aqui gorjeiam sempre encantam meus ouvidos, e as sombras tentam seguir-me mesmo que eu não diga nada; não há como disfarçar que a felicidade está, com quem vai pra Pasárgada. A brisa em minhas costas como se soprasse velas de uma nau encantada, finjo não perceber, mas sei que o seu querer, é ir comigo a Pasárgada. E você, não me diz nada, nem tem alguma desculpa, pra pular na minha garupa e ir comigo a Pasárgada; vamos lá, prometo não cobro nada.


Meu Direito, Teu direito.
J. Norinaldo.


Sublime seja o tom da tua voz, ao dizer eu te amo ou te odeio, pois se ambos representam a verdade, nem sempre haverá felicidade se a falsidade está no meio. Se me amas e não és correspondido, pelo menos meu respeito tu terás; se me odeias sem motivos aparentes, meu desprezo com certeza herdarás. Não posso apenas ser indiferente, ao amor ou ao ódio simplesmente, sem justificar este meu ato que de fato me afeta ou me fascina, o amor e o ódio caminham lado a lado, mas por estradas que não se tocam e não combinam. Entre ser amado e odiado jamais tive o direito de escolha, mas tenho direito de amar ou odiar, como esse direito não é só meu, eu simplesmente abomino e odeio o seu.


terça-feira, 17 de abril de 2012




Meu Segredo.
J. Norinaldo.


Não ouse apontar-me com deboche, acusar-me de covarde por mentir, pelo menos não calei, não me omiti, não troquei minha alma por perdão, meu orgulho engoli  em um soluço, o meu pranto sufoquei dentro do peito; como um rio que sai do leito e vira lago, sem o afago da soberba insensata que o impede de chegar até o mar. Esqueci do eu falei do nós, vencendo minha própria covardia, Calar, sei que calarei um dia, quando não tiver mais minha voz. Enquanto houver grito eu gritarei, e não for crime essa minha covardia, tentarei transmitir na poesia a quem entender o meu segredo, como o cão eu ataco por ter medo, e grito para espantar a hipocrisia.

domingo, 8 de abril de 2012



Vou Voltar, quem sabe um Dia.
J. Norinaldo.


Vou sumir do Facebook, pois aqui não fui feliz,
Vou juntar tudo que fiz e vou pegar a estrada,
Vou de volta para o passado o lugar que sempre quis,
Onde escolho meus amigos e não me são indicados,
Se aceito todos que mandam ainda sou reprimido...
Não levem a mal, mas adeus, vou voltar pra pasárgada.

Lá eu nunca tive um grupo, mas nunca fui tão sozinho,
Não era amigo do rei, mas tinha ao menos um vizinho,
Que declamava um poema e dizia que era meu,
Sempre me dava um abraço ao encontrar-me na rua;
Falávamos das estrelas e da beleza da lua...
E eu mostrava aos amigos um vaso que ele me deu.

Aqui as flores  eternas, não murcham nem perdem a cor,
Só não sei tem valor por ser uma cópia pintada,
Curtida e comentada pelo seu recebedor;
Fala-se  muito de amor, mas com frases muito antigas,
Nunca tive tantas amigas nem recebi  tantas flores,
Aqui só se fala em dores referente a bicharada.

Eu sei não vou fazer falta nesta cidade encantada,
Para não ser esquecido eu por aqui deixarei,
Alguns poemas que fiz e que talvez não digam nada,
E confessar que na verdade,  nunca fui amigo do rei;
Deixarei meu endereço, mas não terei mais E-mail...
Espero uma carta tua... Algum dia em Pasárgada


sábado, 7 de abril de 2012




Este Olhar.
J. Norinaldo.


Ah! Como queria traduzir este olhar, em letras para a tela do meu computador, assim como ver se existe ódio, no olhar de um touro numa arena, no do toureiro se haverá felicidade, quiçá descobrisse a verdade que existe entre o ódio e o amor. Na inocência que há nessa força bruta, diferente da luta do bem com o mal, o olhar do bem que transmite tanta paz, e o do mal que é como a ponta de um punhal.
Ah! Como invejo este olhar, tento imitar, porém me falta talento sei que não sou assim tão mal, sou humano, mas sou feliz, por que pelo menos tento.



sexta-feira, 6 de abril de 2012




Cem Palavras.
J. Norinaldo.


Cem palavras, Mil desculpas ou um milhão de perdões, não fariam esquecer esta cena, uma arena, um toureiro caído, tendo em frente um touro ferido, que este mesmo toureiro feriu; a inocência do olhar do ferido para o seu agressor caído que por um fútil motivo agiu. Como a dizer: levanta-te e satisfaz o teu público ávido, do contrário os aplausos não vem. Podes crê que não sinto ódio de ti, apesar da dor que senti, e da morte que ronda esta arena, olha bem nos meus olhos, e verás que por ti sinto pena.


quinta-feira, 5 de abril de 2012




O Hino.
J. Norinaldo.


Libertar meu grito para cantar  um hino que fala de morte, de um povo forte que oferece a vida por sua bandeira, mesmo que não tenha a menor  ideia da disposição das estrelas nela. Mostrar os meus punhos sem marcas ou  estigmas de correntes ou grilhões, mas ter na historia dos antepassados gritos de tortura, ver uma armadura como objeto raro de museu, ou ver os retratos de desaparecidos sem constar  o meu, mesmo assim seguir cantando este hino que alguém escreveu, usando por tinta o sangue de incautos assim como eu, que liberta o grito para entoar um hino que jamais foi seu.

domingo, 1 de abril de 2012




Meu Jardim.
J. Norinaldo.


Quantas rosas plantei, reguei e, mas nem colhi,
E permiti que a erva daninha invadisse meu jardim,
Assim como a tristeza invadiu a ninha vida,
Depois que voce esqueceu completamente de mim,
A minha poesia já não tem mais aquela beleza...
Quando havia a certeza que esse amor não tinha fim.

Quem hoje lembra o meu jardim de antigamente,
E os colibris que voejavam ao seu redor alegremente
Como as notas musicais de uma cantiga;
Coberto agora só pelas ervas daninhas,
E pequenas flores que tentam inutilmente...
Tornar alegre esse canteiro de urtiga.

Quantos poemas escrevi nas noites tristes,
Enquanto a chuva chorava em minha janela,
Quantos retratos preto e branco eu colori,
Com pincéis feitos dos talos das lindas rosas,
Que dos jardins dos meus sonhos eu colhi...
Com tintas do coração e a alma como aquarela.

Ah! Quantas rosas eu plantei, colhi para te dar,
Mas, vi murchar sem conseguir te oferecer,
Por causa disso abandonei meu jardim,
E hoje colho erva daninha só para mim,
Pois sequer sei por onde anda você,
Sabendo apenas que é triste viver assim.