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segunda-feira, 20 de agosto de 2012




Ao Mestre com Tristeza.
J. Norinaldo.


A tristeza não me assusta a solidão não me intimida, eu aprendi com Bukowski  a caçoar desta vida, se um cão me lambe a mão eu lambo a boca da morte, nunca precisei de sorte para me fazer sorrir; vejo nas cicatrizes do rosto a escrita torta da alma falha, que fugiu de algum asilo fantasiada de mortalha. A minha vida é uma migalha que sobrou de algum banquete, meu mais rico palacete uma privada de hospital. Bukowski  nunca foi mal, foi  realista por gosto, usou seringas por taça ao ter a própria desgraça desenhada no seu rosto.
A tristeza não me assusta, Bukowski foi o meu mestre, como a figura rupestre que o tempo não apagou sobreviveu, já não me causa desgosto, o que tenho escrito no rosto e nem odeio quem escreveu.
A solidão não me intimida, a morte não me assusta, já que nivela por baixo quem nesta terra viveu, não só o mestre Bukowski, vive você vivo eu.

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