Ao Mestre com Tristeza.
J. Norinaldo.
A tristeza não me assusta a
solidão não me intimida, eu aprendi com Bukowski a caçoar desta vida, se um cão me lambe a mão
eu lambo a boca da morte, nunca precisei de sorte para me fazer sorrir; vejo
nas cicatrizes do rosto a escrita torta da alma falha, que fugiu de algum asilo
fantasiada de mortalha. A minha vida é uma migalha que sobrou de algum banquete,
meu mais rico palacete uma privada de hospital. Bukowski nunca foi mal, foi realista por gosto, usou seringas por taça ao
ter a própria desgraça desenhada no seu rosto.
A tristeza não me assusta,
Bukowski foi o meu mestre, como a figura rupestre que o tempo não apagou
sobreviveu, já não me causa desgosto, o que tenho escrito no rosto e nem odeio
quem escreveu.
A solidão não me intimida, a
morte não me assusta, já que nivela por baixo quem nesta terra viveu, não só o
mestre Bukowski, vive você vivo eu.
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