Translate

sábado, 25 de agosto de 2012




O Retrovisor.
J. Norinaldo.



Sabe, quando eu vinha para cá, de repente me veio a mente um pensamento, e como não poderia deixar de ser, eu comecei a pensar; olhei lá fora, pela janela do carro, e o que vi? Vi a vida acontecendo, senti no rosto o afago da brisa da manhã, e sabe o que me lembrou? Isto mesmo, lembrou-me do Louco de Kalil Gibran. Pensei na máscara que usei por tanto tempo, e que me negava o vento de me fazer tal carícia, que delícia e quanta estupidez, quanta insensatez por simplesmente não viver. Passava uma linda moça, parei o carro e lhe chamei, quando se aproximou eu lhe falei, falei em voz alta quase gritei: Moça! Eu sou feliz! Ela saiu em disparada, não quis mais saber de nada, corria e corria para trás, as vezes olhava apavorada para a frente, sim, corria para trás sim senhor, por que eu agora a via pelo retrovisor. Liguei o carro, segui em frente, vendo agora tudo, tudo diferente, pelo para brisa via o presente a caminho do futuro, vez por outra olhava o retrovisor, e nele via o passado, que foi presente, foi futuro, mas passou. O para brisa e o retrovisor tem tamanho diferente, um mostra atrás outro a frente, um o que foi outro o que é, o que será é mistério, um segredo bem guardado,  existem duas certezas, uma:  o para brisa é maior e o retrovisor minguado, a segunda é que ninguém... Jamais, irá morrer no passado.

Sem comentários: