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segunda-feira, 29 de outubro de 2012




A Cidade do Meu sonho
J. Norinaldo.


A cidade dos meu sonho é tão bela, que até hoje não se encontrou a tela, nem os pincéis para pinta-la, o arco a  encimar seu portão é como a tiara de uma deusa da beleza, e os arcos da ponte sobre o rio, um desafio para a própria natureza; suas ruas ladrilhadas de cristais, com vivendas construídas com brilhantes e nas torres dos templos cintilantes os mais belos retratos nos vitrais. E a donzela debruçada no balcão, com o olhar perdido sem ver nada, mas ouvindo as batidas repetidas, da bengala de um cego na calçada. o filósofo a caminho do mercado e o prelado a tramar o seu destino, na casa de banho ou no senado, a moça do balcão é esquecida enquanto a cicuta é servida. As pedras da cidade dos meus sonhos, talhadas pela mão do escultor que molda na moeda com cinzel a imagem do seu  imperador; que em breve sem brilho e sem valor por que com o tempo prescreveu; e a moça cujo olhar não via nada, somente as batidas repetidas da bengala do cego na calçada, seu olhar para sempre se perdeu, o filósofo já não vai mais ao mercado e o cego da bengala  já morreu. Pode ter sido um sonho ou pesadelo, seja o que for, mas é só meu.

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