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sábado, 6 de outubro de 2012




O Grito.
J. Norinaldo.


A montanha não devolveu o meu grito, o eco perdeu-se a brincar com o vento, e o pensamento sozinho, tão ligeiro tão esperto que pode cruzar o deserto, mas não ensina o caminho. Quantos ecos o vento já carregou, onde os deixou nem o pensamento sabe, são gritos loucos que não cabem no deserto, mas que de certo dentro do meu peito cabe. Existem gritos de euforia e de dor, gritos de guerra e de amor, e gritos de exaltação, porém o eco de todo grito é igual e o vento por ser normal, brinca com o eco do grito. Um grito, são bilhões de palavras não ditas, contidas, armazenadas sob pressão dentro de nós, que um dia criam coragem e voz e explodem como uma bomba letal; pena que nunca um grito foi decifrado, ninguém sabe o que foi gritado, somente aquele que grita.Só a montanha que as vezes detém o eco antes que o vento carregue, mas a montanha não fala, e se fala, fala ao vento e nem mesmo o pensamento entende o que pela montanha  foi dito. 

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