Translate

quarta-feira, 10 de outubro de 2012




O Tapete Azul.
J. Nornaldo.


O mar estende o tapete azul, para todos que podem    pisa-lo ou vê-lo, não para alguns cuja soberba, exige sempre  um de cor vermelha, que chama a atenção para os sapatos e faz com que se esqueça os bolsos. O tapete azul que vem do mar, para enfeitar lugares belos, onde a natureza é pujante, não se desenrola diante do palácio ou do castelo. A onde quem tece o tapete, pede a cor azul do céu para tingi-lo, enquanto o outro é cor de sangue e os sapatos não deixam os pés senti-lo. Jamais troque o tapete azul do mar, que a maré traz a praia de mansinho, pela falsidade do vermelho, não da cor, mas do tapete escarlate, que se desenrola no palácio, a mesma cor das pedras da coroa, ou do colar da rainha que delira. O mar estende o tapete azul, para quem está descalço ou bem calçado, depois o recolhe lentamente, como um poema declamado.


Sem comentários: