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terça-feira, 20 de novembro de 2012




A Cimitarra e o Perdão
J. Norinaldo


Levanta-te, jurei que até aqui tu chegarias, mas te garanto em nome de tudo que daqui não passarás, tragam-me a cimitarra mais cortante, que quero separar essa cabeça do corpo que me fez um ser errante, e até renegar meu próprio deus. Depois, deixa que eu siga meu caminho, sozinho, depois não quero ninguém perto, que no deserto  da morte encontre a remissão, do meu pecado maior, da soberba de não saber pedir perdão. Levanta-te, enquanto o carrasco cumpre a lei, sei que errei e reconheço meu crime, isto, porém não redime todo mal que eu te fiz; levanta-te e jamais chores por mim, e nem acredites que teria que ser assim, não! Sei que contigo poderia ser feliz, mas da felicidade desdenhei. Levanta-te nada tens a me pedir, de joelhos deveria estar perante a  ti naquela hora, mas o orgulho borrifou-me  seu perfume, e simplesmente pelo maldito ciúme, virei as costa e não te ouvi;  então não chores e te levanta. Tenho agora o julgamento que mereço, e se o meu desamor paga esse preço, não desvies a mão do meu carrasco, não me deixes aqui bramir a esmo, pois o meu carrasco sou eu mesmo, perdoa- me ou me deixes prosseguir. Mas, levanta-te,  por favor, já te pedi.


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