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domingo, 26 de fevereiro de 2012




Novamente o Outono.
J. Norinaldo.


A nudez sem pecado, depois de cansado do amor vem o sono, e o cúmplice vento tenta por um momento esconde-los dos olhos com as folhas de outono; o quadro profano  do corpo sem véu, a tela e o pincel que dão luz a vida. Como as folhas de outono que adubam novamente o solo, e uma mãe no colo amamenta o rebento, para que novas folhas belas verdejantes colorindo a terra como foram elas antes; e outra vez cobrirão os amantes no sono, ao bailar com o vento novamente no outono.
Ah! Quem me dera em meu último sono, deitar em teu colo em completo abandono, sentindo o teu corpo como a mais doce delícia, além da carícia das folhas de outono.

sábado, 25 de fevereiro de 2012






A Involução.
J. Norinaldo.


Ébrio de amor e romantismo, encantado por dosséis que enfeitam altares, pelas cores efêmeras das rosas e pelas prosas da bazófia dos senhores, que sufocam a palavra dos poetas. Dos filósofos, dos profetas e dos mágicos, dos arcaicos dizeres sem sentido como vísceras penduradas nos varais. Nos desenhos circunspectos dos brasões nas orações hoje lúdicas banais, na cruz de ferro encravada no escudo, ou nas manchetes espelhadas nos jornais; a humanidade corre sem saber para onde, mas segue firme sem querer olhar para traz.
Já muitos gritam que acreditam no batismo, após a ressaca do amor, do romantismo, do amor que é feito ali na hora, do romance no palco da indecência, onde a inocência diminui seu cabedal, e a vida não é mais que um carnaval, onde os blocos se distinguem pela casta; o que não afasta a humildade dos salões, das castas com castelos e brasões, que compram beleza e felicidade.
E assim, caminha a humanidade, eu e você, para onde? Quem sou eu para saber.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012




Prece de um Imbecil.
J. Norinaldo.


Senhor, humildemente  vos peço, que permitas que eu mate o maior número de inimigos possível, inimigos esses que são meus irmãos, mas que veneram um pedaço de pano com desenhos diferentes do meu, cujo amo não se dá com o meu, e falam uma língua que eu não entendo. Por isto nem sei quando me ofendem ou me cumprimentam, sei que me enfrentam no teatro de guerra. Senhor não deixe que suas armas me toquem que meu escudo rebata qualquer ataque fatal; guia minha espada certeira a jugular do inimigo para que este não sofra. Que eu possa defender meu senhor, com mesmo amor que a Ti dedico. E por todo o mal que combato, os inimigos que mato em gratidão ao meu rei, Inclusive em Teu nome também já matei, por isto espero  que no céu recebido, um dia serei.
Senhor, não sou presunçoso, tampouco orgulhos, somente servil, no combate eu sei que estou do lado do bem, sirvo ao meu senhor e a Ti também, concedei-me esta graça que vos rogo, amem!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012




Eu Posso, é só ter Coragem.
J. Norinaldo.


Se juntasse todas as flores que pensei em te mandar, mas não mandei, formaria uma guirlanda capaz de enfeitar a terra, se repetisse em voz alta, eu te amo, quantas vezes pensei em te dizer e não te disse, seria capaz de calar o vento, a tormenta e o trovão; se pudesse mostrar os meus sonhos em que tu estás, daria um filme com cem anos de duração; se eu pudesse pintar os beijos que pensei te dar e não dei, a moldura da tela seria o infinito.
Mas, não mandei as flores, represei a voz e  escondi meus sonhos, e na verdade nada pintei, como a minha vida uma tela em branco pois pintar não sei. Ou até saiba, porém o que me falta é inspiração, ou simples vontade, de te mandar flores, dizer eu te amo e beijar-te tanto capaz de colorir a terra com o teu batom.
Ah! Se eu não fosse um covarde, e assim sem alarde e nenhuma espécie de truque, não me escondesse por trás do Blogger ou do Facebook para poder fazer essa declaração, Ah! Como seria feliz, poder te entregar em mão, estes simples rabiscos, que escrevi com as tintas do MEU coração; ou simplesmente dizer: Tentei escrever o mais belo poema para te oferecer, porém já estava escrito, apenas ensaiei e a ti declamo, esquece tudo que não fiz, e ouves e vês como sou feliz, e o quanto  belo é este poema:  
"EU TE AMO!"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012




Mitologia do Enredo.
J. Norinaldo.


Mitologia samba enredo dos antigos, que ressaltavam fantasias nas arenas, ante as tochas da ribalta e no proscênio, inebriavam a plateia com seus sonhos; alguns medonhos como o Inferno de Dante, outros belos cobertos de glória e louros, ricos tesouros como a Nau Argo do comandante Jasão, busca o carvalho onde se encontra  pendurado, o  Velocínio encantado, que lhe daria a coroa e o bastão.
Mas a Escola que apresentar esse enredo, mesmo sendo ao pé da letra interpretado, corre o risco de não ser bem entendida e de jamais ver o seu Teatro lotado. A humanidade esqueceu a poesia, hoje as Escolas usam outra metodologia para exaltar as proezas do passado, as belezas que foram esquecidas a esmo, os Velocínio que o homem fez pra si mesmo, e na verdade sem nenhuma serventia. Mas que levam a plateia ao delírio, deixando a nova Argo a deriva, diante da nudez da deusa viva, esculpida com o cinzel do silicone, o mais novo Tosão D’ouro que o homem descobriu na alquimia do saber, uma maneira de mostrar ao Criador, que é capaz de transformar,  ou de fazer, de uma simples criação Sua... Um verdadeiro tesouro.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012



Caminhos da Poesia.
J. Norinaldo.



Não apago os caminhos que faço, mas desfaço as armadilhas que acho, não piso nos frutos caídos e nem desprezo uma gota de orvalho. Não retiro a adaga da bainha sonhando com a túnica de Aquiles, não duvido da coragem de Paris, ao fugir como um coelho assustado, perante o espadachim tão esmerado que era Menelaus seu agressor. Não sei o que pensou Helena disso, por isso não apago meus caminhos, mas desfaço as armadilhas quando posso, escondo a adaga sob a túnica, minha única razão é o caminho, sem ao menos saber onde chegar. Não luto por Paris ou Menelaus, nunca quis ser herói a ser lembrado, seguirei meu caminho sem atalho, se preciso me alimentando com os frutos caídos,  saciando a sede com as gotas de orvalho. Quem conhece a Íliade e a Odisséia, faz ideia dos caminhos que eu faço. 

domingo, 19 de fevereiro de 2012




Dragões da minha Infância.
J. Norimaldo


Sinto saudade do meu lanche, do meu ponche aguado de limão,  de um pedaço de pão por vezes amanhecido, da lancheira que ganhei de uma madrinha, do bem me quer desenhado a mão em sua capinha. Sinto saudade dos brinquedos, dos medos dos dragões que não existem, a não ser no imaginário infantil, mas que não cabem na cabeça dos adultos. Sinto saudade da escola pequenina, da professora franzina, que falava com as mãos; a gente esquece a primeira palavra dita, o primeiro beijo a primeira namorada ou o presente mais bonito, mas a primeira professora ninguém esquece jamais, e não tampouco a saudade que ela traz.
Até hoje ainda ouço alguma história, de  régua de palmatória da Dona Essa ou Aquela, e até hoje choro ao lembrar da minha, da linda professorinha que me ensinou o B, A Bá. Onde andará?


A armadura de amigo.
J. Norinaldo.


Eu não fui a sua festa, pensei que me entenderia,
E tudo que eu mais temia, foi acontecer comigo,
Sonhei com este convite, a coisa que mais queria...
E de repente descubro que não tinha fantasia,
A não ser uma já velha, a armadura de amigo.

Já não consigo esconder que esta amizade me mata,
Maltrata meu coração somente você não nota,
Minha cota de sofrer faz muito que se esgotou;
A dor que dói no meu peito e me causa tanta amargura,
Como a ferrugem corrói a minha velha armadura.

Eu não fui a sua festa, e nem irei nunca mais,
Quem sabe na despedida, quando ai já será tarde,
Não posso vê-la nos braços de outro que nem conheço;
Também não sei se mereço todo esse sofrimento...
Por esconder meu sentimento, numa atitude covarde.

Eu não fui a sua festa, para você não vir a minha,
Fantasiada de rainha com o seu príncipe consorte,
Eu não indo a sua festa não correrei o perigo,
De recebe-la na minha com a armadura de amigo,
Nem pensar nisso consigo, querida, prefiro a morte.


sábado, 18 de fevereiro de 2012






O problema da humanidade, é que no lugar de Amor,  afeto  e amizade,  os pais entregaram aos filhos o Timão do Mundo. E como o poder fascina e  cega, estamos todos navegando para um abismo sem fundo.
J. Norinaldo Tavares.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012




A Imagem no Espelho.
J. Norimaldo.

Abespinha-me a espera no terraço, enquanto diante de um espelho a bela  imagem, que será exibida a criadagem, como a nova rainha desse lar. No olhar traquejado de quem trama, como a fera que sonda sua presa, de um rei que estuda onde pisa. O orgulho a soberba me devoram, enquanto espero a imagem do espelho,  no escopo de mostrar aos que me arvoram, o linho branco manchado de vermelho. Só  está no meu pensamento, o que pensam os meus súditos de mim, não amo a imagem que espero,  mas venero o terraço que me exibe.
Não sei se fui claro quanto ao mote, não me devote nenhum mal se não me entende, por vezes também me sinto enleado, ao pensar de como serei mostrado... Sinceramente, pela imagem do espelho.



Escudo do Amor.
J. Norinaldo.


O escudo não escolhe a quem ampara, nem compara a espada agressora, o amor não tem carta sob a manga, e nem se zanga com a dança sedutora. A espada não se encolhe atente o escudo, o amor não se rende a sedução, como o brilho do escudo encandeia, como a onda mansa vem beijar a areia num jogo de pura sedução. O amor e a espada não se juntam, e nem o escudo escolhe a quem ampara, mas quem compara o amor a sedução na vida passa, amparado por um escudo de fumaça, atacado pela espada da paixão.
O escudo tem dois lados diferentes, o de fora para o brado da espada, e o de dentro ao abraço do reconhecimento, o amor é diferente, é perfeito, está dentro do  seu coração, cujo escudo é o seu peito.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


Amor Digital.
J. Norinaldo.


A frente de um retângulo de argila, numa mochila com setas, atalhos e sinais, que calam os lábios, e agora os dedos falam . Uma letra sorrir e outras choram, e a mão que não falava ora se espraia, além de açoitar o frio  látego, sentencia agora a língua a masmorra do calado, a visão antes presa ao horizonte, ora limita-se a distancia do teclado. Da poesia se acrescenta e se deleta, e cada seta vai levando para um lado, e a magia do progresso se explica, no poema da tecnologia, na fantasia de quem apenas tecla e clica. Dedos que beijam e dizem eu te amo, ou não te amo e já não te quero mais, e no silencio da magia do teclado, o mundo fica mais conectado, e o amor se banaliza de uma vez.
Sei que muitos não concordam, e eu duvido até da minha sanidade, eu te amo com a boca ou com um dedo, não é segredo já não traz felicidade, se alguém quer Tc a respeito pois que  venha, Será que o eu te amo ainda é o mesmo, depois da Lei Maria da Penha? Bjussssssssssssssss. Teamodoro de montão.

domingo, 12 de fevereiro de 2012





A Voz do Silencio
J. Norinaldo.

Falar positivo é sempre bem vindo,
Positivar a palavra é fácil, e por isso,
Quando o silencio for tão necessário,
É preciso saber que represar um grito,
Mesmo que aflito poderá ser omisso.

Não precisa uma sílaba, quiçá uma letra,
Em tais circunstancias poderá causar dor,
Se o calar diminui por momento a fúria,
Interpretar bem ou mal o silencio depois;
Poderá nos trazer,  uma catástrofe maior

Grandes reflexões são momentos silentes,
Pertinentes ou não a uma grande ideia,
Pode até ser a melhor resposta a ofensas,
Pode até transmutar entre as diferenças;
Mas, jamais ser usada como panaceia.

Se as sombras não atalham o caminho,
Acodem o cansaço quando o fardo fadiga,
E a voz do vento que quebra o silencio,
Ou o som dos passos na poeira da estrada,
Talvez sejam as notas... Da canção mais antiga.

sábado, 11 de fevereiro de 2012





Favo de Fel.
J. Norinaldo.

Não, ninguém trocou o teu favo,
Não, ninguém falsificou o teu mel,
Foi o teu paladar que se modificou,
Transformando todo doce em fel;
Simplesmente a falta de um amor...
Que te mostre as belezas do céu.

Não, nunca foi proibido sorrir,
E os pássaros continuam a cantar,
A primavera está sempre florida,
A beleza estampada na vida,
E o perfume está livre no ar,
Não sente quem não quer, querida.

O amor é o mesmo lá do inicio,
Seja ele o inicio que for, não importa,
Só o beijo já não tem o mesmo valor,
O abraço perdeu quase todo o calor,
E a sinceridade, está sim está morta;
Transformando em fel, esta falta de amor.

Não, ninguém tocou no teu favo,
Não, ninguém colocou sal no teu mel,
Fostes tu que esqueceste a magia,
Volta a ver as estrelas que vias no ceú;
E as transforma em  uma linda poesia...
Ai, sim teu favo, não terá mais o gosto de fel.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012




Única Certeza.
J. Norinaldo.



Única certeza que existe, triste, mas tão real, nada na vida é eterno, nem mesmo o inferno, o bem ou o mal. Alguns cumprem todas etapas, do nascer, crescer, florescer, murchar e morrer. Outros não chegam a segunda, não fecunda a semente plantada; e ainda existem os que nem chegam a brotar, a pesar sobre o lombo da terra, sem ver a luz da chegada. Mesmo assim vale a pena lutar e lembrar que tudo na vida passa, como cada etapa da vida, uma hora a árvore florida, e de repente seca e apodrecida. No final já não haverá sombra, e nem necessidade dela, e as flores belas na primavera, servirão como último enfeite, no final em que a vida assevera. Portanto viva cada folha, como se fosse a última que ainda persiste, por que um dia será, pois é a única certeza e tão triste.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012




O Brilho do meu Sapato.
J. Norinaldo.


Ofuscado pelo brilho do sapato, sigo o trilho pontilhado do absurdo, nenhum mago nessa terra sabe tudo e nem tudo já lhe foi perguntado, quem se atira num rio duas vezes e pensa que é o mesmo está errado. Sigo o trilho pontilhado do absurdo, caminhando somente por caminhar, orgulhoso pelo brilho do sapato, que me ofusca a tristeza do olhar, num discurso de silencio fecho os olhos, no intuito de não me ouvir falar. Ouço ao longe a canção que traz o vento e o tropel do senhor que vem da guerra, conto as pedras que encontro no caminho refletidas no brilho do meu sapato. Voejam a minha volta borboletas coloridas, cantam pássaros as canções que alegram a vida, sinto o cheiro da terra e da montanha, vejo vultos de cisnes sobre o lago, tudo, muito vago e sem sentido, entretido com o brilho do meu sapato. E o trilho pontilhado continua a girar no brilho do meu sapato, como um rato a perseguir um grande queijo, com a intenção de fartar-se até a morte. Se não vejo a beleza dos aceiros do caminho, chegarei a algum lugar sozinho, sem ter visto o cenário por inteiro; e quando as cortinas se fecharem por completo e se apagar o pontilhado dessa trilha; quando olhando para um teto baixo de cetim,  já não poderei mais  ver a beleza que me cerca... E nem mesmo se o sapato ainda brilha.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012




Diferente.
J. Norinaldo.


Sim eu sou diferente, do contrario seria só mais um, me aceite assim como sou, ame-me como Jesus me amou, afinal sou seu semelhante, e temos tanto em comum. Podemos não ser iguais na aparência que o espelho devolve somente, se você não me aceita, não seria você diferente? Posso até aos seus olhos não ser tão belo, mas um castelo de rara beleza, as  vezes esconde segredos, medos, pavor e tristeza. Eu te aceitarei como és, mas não beijarei  os teus pés, pelo belo que os olhos te julgam, posso até humildemente beijá-los pelos teus atos, e o jeito pelo qual me julgas, E como te jugas na humanidade, pelo que fazes para trazer ao teu semelhante a felicidade.
Sim, eu sou diferente, mas não sou doente, demente ou palhaço, portanto não sorria de mim, e sim das graças que quando quero faço. Não grite comigo nem me aponte o dedo, não lhe tenho medo e sei bem o que faço.
Tomei uma atitude e daqui para frente, quem não me aceitar este sim é que será diferente. Eu te aceito, logo sou normal, e o que seria diferente afinal?



Eu Não Sou.
J. Norinaldo.


Eu não sou essa fera que ruge, essa pedra que está no caminho, não é meu este dedo que aponta o exilio ao meu semelhante. Não é meu esse elmo sem face, meu disfarce já nasceu comigo, meu mesmo só este sorriso como o desabrochar de uma rosa e esta singela prosa que escrevo para te ofertar. Como é bom saber existe, alguém simples assim como eu, capaz de se sentir feliz, com uns versos tão simples que fiz, que minha alma ditou e minha mão escreveu.
Eu não sou essa fera que ruge, sou simples como um passarinho, essa prosa sabe por que fiz? Para vê-la sorrindo feliz, nunca penso em ser feliz sozinho.
Ah! Se eu fosse um poeta, encantado com a primavera, retiraria a pedra do  caminho, e quem sabe com muito carinho, deixaria bem mansa essa fera, e diria ao dono do elmo que jamais brade a espada a esmo, e mostraria ao dono do dedo que aponta o exílio, que três dedos apontam a si mesmo.
Eu não sou essa fera que ruge!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012




A Sombra do Vale.
J. Norinaldo.


Se a sombra do vale pouco vale, vale a pena a sombra cultivar para o descanso quando o corpo se cansar e a fadiga que assombra sem a sombra bem depressa se chegar. Se o branco dos cristais cega a visão, o verde do vale traz alívio, e a sombra do verde traz a paz, quando a noite traz a lua prateada e as estrelas que salpicam a escuridão, e o verde que acolhe a passarada para a alvorada feliz de um novo dia; e o azul com o verde se entrelaçam e o branco das nuvens mais realçam, fazendo do vale  poesia. E o poeta no seu encantamento, junta o verde do vale com o branco dos cristais, a lua as estrelas os pardais, a aurora a alvorada e voz do vento, com uma partitura conhecida, e com a flauta de Dionísio executa a mais bela canção já composta nesta vida.



domingo, 5 de fevereiro de 2012




Humildade.
J. Norinaldo.



Ser humilde é não sonhar em ser um rei,
E se sonhar ser o mais bondoso chefe,
Ser humilde não é ser subserviente,
É simplesmente se aceitar como Deus quis,
Acreditar que a vaidade não passa de  blefe.

A humildade é carinhosa e mansa,
Sua voz nem por todos é ouvida,
Como a rosa que nos dá sua beleza,
Sem sentir-se melhor que a flor do campo...
Enfeitando-nos no amor ou na tristeza.

Se o ser humano  lembrasse da humildade,
Quando se encontra entre flores na partida,
Quando lágrimas se derramam sobre si,
Que adiantou ser tão orgulhoso aqui...
Se nada disto lhe servirá noutra vida.

Ser humilde não me transforma num fraco,
Nem num covarde, que simplesmente teme a dor,
Se ser forte, é saber usar a espada...
E não ter coragem de chorar por um amor;
O espadachim de valente não tem nada...
Luta apenas para agradar o seu senhor.

sábado, 4 de fevereiro de 2012




Carteado da Vida.
J. Norianldo.


A vida é feita de vicissitudes,
De atitudes que a própria vida cria,
Quem passa pela vida por passar,
Foi apenas desperdício de energia,
Um fantasma uma simples fantasia,
Ocupa o lugar que outro devia ocupar.

Quase tudo na vida tem seu preço,
Eu disse quase, por essa que é a verdade,
Até hoje ninguém conseguiu calcular,
O real valor de uma sincera amizade.
É um quadro que só se pinta uma vez,
E quem o tem, guarda para a eternidade.

Não se compra e nem se vende amizade,
O próprio amor sem amizade não existe.
Não se navega num mar de felicidade,
Com ondas mansas e ventos de fraternidade,
Sob um céu matizado de estrelas lindas...
Se no timão, está a mão da vaidade.

A vida é feita de vicissitudes,
E essas fazem dela uma mesa de carteado,
Ganha aquele que tem sorte e malícia,
E que aposta no momento apropriado;
A quem segura as cartas como carícia...
E nunca blefa, contra um baralho marcado.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012




 Nosso Amor.
J. Norinaldo.

Como a beleza de uma flor na mata virgem,
Do riacho, do cantar de um passarinho,
Da orquídea, da bromélia ou azaléia,
Da leve brisa que as folhas faz dançar,
Da leveza no voejar de um beija flor,
No doce beijo da onda prenhe de amor.

No arco íris a tiara de uma deusa,
Busco as cores pra enfeitar o teu viver,
No azul do mar que reflete a cor o céu,
No pedestal da montanha ao por do sol,
Como uma áurea que irradia ao teu redor...
O teu sorriso são as cores do arrebol.


Como uma estrela que brilha no firmamento,
Como a chuva que dança ao sabor da brisa,
Como um poema declamado pelo vento,
Assim como preciso do ar pra manter a vida...
Preciso ter-te presa em meu pensamento,
Até que a morte nos separe para sempre

Para sempre é tanto, mas não infinito,
Já escrevi mil poemas e um soneto,
Que resume tudo que já foi escrito;
Se existiu um amor maior que o nosso,
Escrever mais mil poemas, até posso...
Mas, nenhum deles seria tão bonito.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012





O Poema da Neve.
J. Norinaldo.


A neve salpica o manto da noite,
Tornando sisuda a face do vento,
A nuvem morna do bafo do lobo,
Aquece a janela do pensamento;
Que acorda a mente para o arroubo...
E nasce um poema cheio de sentimento.

Que fala de estrelas, flores e campo,
Colibris, borboletas e do por do sol,
E do campo gelado do frio soturno,
Pincelam na mente cores do arrebol,
São façanhas a que só um poeta se atreve,
Numa noite gelada pintar um sol diurno.

O poeta consegue ver beleza na dor,
Como o espinho da rosa não dói diferente,
E a beleza da neve para quem tem abrigo,
Que não vê no lirismo de uma noite gelada,
Mais beleza na nuvem do bafo do lobo,
Nem com o talo da rosa faz um fogo amigo.

Como tudo na vida também o frio passa,
E se vai com a fumaça do fogo que aquece,
O espinho fenece assim como o perfume,
A neve se vai e o sol novamente aparece;
O manto da noite readquire o negrume...
Só o poema não passa, este sim permanece.