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terça-feira, 31 de julho de 2012





Ser Deus.
J. Norinaldo.


Sonhei que era um deus miniatura, que temia despencar lá das alturas, como prova que a soberba e a loucura, são apenas caminhos paralelos; como um par de chinelos que caminha, envolvendo os pés o seu senhor, sem nunca estar frente a frente durante toda uma existência. De repente me toca o celular, e tenho que voltar a realidade, ao mundo que outro deus desconhecido, que não teme a altura do seu trono, mas que vela o sono de um estalecido, até que já não precise dos chinelos; o senhor que comanda os sonhos belos e controla também os pesadelos que seguem sempre os caminhos da loucura, por onde anda um deus miniatura que não sabe as respostas das perguntas, todas juntas ou separadas pelos sonhos; sejam belos, ou pesadelos medonhos. Só um Deus existe e é maior que a altura, e não se conjuga o verbo amor, portanto o restante é criatura... Que não pode sonhar em ser o Criador.

domingo, 29 de julho de 2012




Encontrar um diamante entre cascalhos, não lhe diminui o brilho nem o valor, tampouco torna o cascalho uma pedra semipreciosa.
J. Norinaldo






Sempre que imagino como é o destino, vejo um menino rindo, não sei se de mim ou para mim!
J. Norinaldo.
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Não deixe de ver a vida para contar estrelas, quando resolver olhar para baixo, boa parte da vida já passou.
J. Norinaldo.




Se você não está preparado nesta vida para enfrentar desilusão, será bem vindo de volta  a caverna de Platão.
J. Norinaldo.

sábado, 28 de julho de 2012




O Oásis Mais Distante.
J. Norinaldo.


Se os desertos da vida não me atingem, eu busco os Oasis mais distantes,  nômade de natureza livre, evito os muros e os vitrais, os sinos que tangem nas planícies ou trapos pendurados em varais. Não falo no tempo como meu, saudades só tenho do futuro o que vem depois da curva da estrada, não admiro o castelo por seu muro, ou a ponte levadiça da entrada; me oriento pela estrela que mais brilha, mesmo no deserto enxergo a trilha que me leva ao Oasis mais distante. Não me curvo durante a tempestade, se me ajoelho perante a divindade, sou sincero na prece ou no que rogo, não me afogo em lágrimas ou suor e quando tiver que voltar ao pó... Que seja no oásis mais distante.


sexta-feira, 27 de julho de 2012




A Glória.
J. Norinaldo.


A glória morreu na solidão, já que ninguém mais corre em busca dela, e sim do papel que está escrito, em Deus este sim eu acredito. O céu já não é mais testemunha e nem chancela o corredor na inscrição; o homem vai tentando o infinito, sem fazer questão de ser eterno, em busca do papel da propaganda, valoriza cada vez mais o inferno, prometendo afastar dele a humanidade, vendendo poções de felicidade na certeza de não cometer delito, e o sinete do papel que está escrito, em Deus este sim eu acredito na língua mais usada por nações, as razões não se explica e nem se fala, a voz da justiça cega cala. O tempo caleja a mão na espada, que tange o rebanho no caminho que leva ao céu, enquanto Deus está ficando sozinho, lembrado apenas no papel.

domingo, 22 de julho de 2012




Neste exato Momento.
J. Norinaldo.


Neste exato momento, tem alguém caminhando com cuidado, de mansinho para matar um soldado, que nem sequer lhe sabe o nome. Neste exato momento, tem alguém gemendo de prazer, em outro canto águem geme ao morrer, sons diferentes, mas... Gemidos. Neste exato momento, águem inaugura algum caminho, e grita que construiu sozinho e sem afetar a natureza. Neste exato momento, alguém tira o dedo do nariz, enquanto alguém grita sou feliz, e numa gruta algo  acorda de um hiberno. Neste exato momento alguém manda alguém para o inferno, sem saber a direção a lhe apontar. Neste exato momento, você pode até não me entender, mas vai me criticar mesmo sem crer, que eu vá tomar conhecimento. Em vez disso por que não escrever, o que faz você neste exato momento.



O caminho e a Vida.
J. Norinaldo.


Aonde vai dar este caminho, como um risco do dedo do tempo na parede, como um riacho num talvegue num vale cavado pelo medo tão cristalino e sem segredo, como a sombra da parede que é a tela. O que haverá no final deste caminho? Por que os caminhos se cruzam se o destino é um só, por que não há um só caminho, como palavras repetidas, mas que o sentido é um só; será que no final desses caminhos, todos se juntam em um nó? Ando vai dar este caminho, que língua falam os que neles vão, será que o final é bem distante, os vejo de longe, pequeninos, como pingos na tela da imensidão. Será que segui-los por não saber meu destino, serei apenas mais um ponto pequenino, sem que ninguém jamais me estenda a mão? Como será o final deste poema, cujo tema encontrei neste caminho; digo neste, pois nele me encontro sozinho  agora, na verdade nem sei se já é hora, de saber onde vai dar este caminho.


quinta-feira, 19 de julho de 2012




A Roda da Vida.
J. Norinaldo.

A roda viva da vida, gira sempre num sentido rumo ao desconhecido ou ao fim nunca esperado; como um poema cumprido que se desenrola a esmo e cada verso por si mesmo é do tamanho do giro. Quem escreve no papiro tudo que pensa e que acha, não pode usar borracha, nada pode ser remendado é como um quebra cabeça onde cada peça se encaixa. A roda viva da vida não para e jamais dar ré, e não espera por quem quer prolongar a despedida. Antes de existir a roda de oração ou da poesia cumprida, havia a roda da vida girando nessa direção. Chorando    começamos a girar e chorando vamos parar pensando que a roda pára, quando cobertos por flores umas simples, outras raras.

terça-feira, 17 de julho de 2012




A Loucura.
J. Norinaldo.


O meu semelhante está louco, é loucura de inverno talvez, não consegue sentir inveja e em tudo sente perfume, já não sabe mais o que é ciúme perdeu toda a sensatez. Eu tenho medo dos loucos, ainda bem que são poucos e vivem longe de mim, pessoas que vivem a sorrir e dizem o que querem dizer, que veem beleza em tudo e pintam a vida como a querem ver, Deus me mantenha bem longe, louco jamais quero ser. Hoje vi meu vizinho sorrindo, procurei e não vi o motivo, anotei o seu nome na lista dos loucos, afinal é pra isto que vivo; se não vejo a loucura dos outros, então meu Deu para que sirvo? E tenho que está precavido, para não viver sorrindo a toa, e até escrever nos murais, o que pode ficar pros anais; que a loucura é boa. E você está rindo de que, me dá depressa um motivo, senão eu escrevo teu nome na lista dos loucos, afinal é pra isto que vivo, e para temer a loucura para outra coisa não sirvo. Não quero a loucura de inverno, outono primavera ou verão, acredito que não valha a pena, ser feliz, numa  só estação.

domingo, 15 de julho de 2012




Chuaá! Chuaá!
J. Norinaldo.


Quando a areia subir aos telhados, e a montanha parar de crescer, quando a selva voltar novamente e o homem parar de nascer; quando o oceano ficar livre das velas e ninguém o chame de mar, quando as vagas livres ao vento, voltem novamente a cantar: chuaá, chuaá.
Quando o manto negro da noite recortado apenas pelo luar, enquanto a onda mansa, avança na praia a cantar: chuaá, chuaá!
Onde estará a lembrança, do homem que aqui viveu, e que deixou esse mundo, diferente do que recebeu, com rios pesados de lama, que alimentavam este mar cujas ondas já nem conseguiam cantar: chuaá, chuaá.
Quando a areia subir aos telhados, o sol simplesmente voltará a brilhar, o manto da noite novamente é cortado pelos raios da lua que atingem o mar regendo as marés que por sua vez fazem a onda cantar: chuaá! Chuaá!

sábado, 14 de julho de 2012




Avatar.
J. Norinaldo.


O mundo se encanta com o colorido e o homem perdido santifica os pares, construindo altares tecendo dosséis sem plantar o linho que colhia antes, amassando a uva sem usar os pés. E o encanto muda tudo colorindo e o homem sorrindo vai criando santos e por todos os cantos já não cabem altares, até pelos mares e pelo deserto surgem as miragens de santos por perto. O encanto do mundo vai perdendo as cores por não ver nas flores a efemeridade, e a perda total de todos valores tentando os encantos da eternidade. Sem saber ao certo o que é a verdade a humanidade crer em avatares bezerros de ouro que enfeitam altares, vai criando cores colorindo o mundo escrevendo a historia do seu próprio nada.


sexta-feira, 13 de julho de 2012




O Hálito da Besta.
J. Norinaldo Tavares.


Não deixe que o hálito da besta infle as velas do seu ego, e o leme deste barco tenha mesma direção, apesar do mar imenso as curvas são necessárias, o oásis no deserto não se encontra por acaso, a flor que enfeita o vaso foi pintada e não se abriu não murcha com o tempo como aquela que nasceu que também esteve no vaso, mas depois murchou e morreu. Quem fez a flor que nasceu nunca assinou a tela, demonstrando a humanidade o seu total desapego, enquanto o autor do vaso que imita a criação escreve nele seu nome para massagear o ego.Amo, tanto o vaso como a flor, descobri que o amor nunca termina, e quanto mais amor eu der mais amor tenho, no jardim daquele que nos criou, quanto mais amor se planta,  muito mais amor  germina.



domingo, 8 de julho de 2012




Viver é Preciso.
J. Norinaldo.


Admirar os seios das velas ao vento, ou a arte na curva da quilha do barco, no momento em que lenços anunciam o partir com olhos atentos sem lacrimejar; na firmeza do cais que parece seguro assim como o escuro demonstra quão profundo é o mar. O desconhecido para aquele que vai, como tão conhecido pra quem fica é o cais, assim como a incerteza de não se verem mais. E assim só o cais permanece onde está, até que outras velas inflem os seios e partam, outros lenços se abanem outros olhos se fixem na arte da quilha, ou na maravilha do escuro do mar. Quem fica no cais, não verá maravilhas, das estrelas e das ilhas que enxergamos no mar, e nem fica chorando, implorando a Deus um dia voltar; para se juntar ao grupo que admira o seio da vela, e a quilha do barco e em fim entender, que navegar é preciso, mas a arte da vida, é simplesmente viver.


sábado, 7 de julho de 2012






Antigamente era muito constrangedor um velho ter a sua volta filhos e netos, e nada importante da sua vida para lhes contar. Atualmente, o velho tem tanta coisa importante para ensinar, mas só consegue reunir seus filhos e netos a sua volta, quando já não pode mais falar.

J. Norinaldo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012





A Morte.
J. Norinaldo.

A morte se hospeda na cidade, como loucos os habitantes fogem dela, sem saber que o local em que se instala, ninguém jamais pode fugir sem leva-la. Como fugir da própria  sombra, assim como de si mesmo se esconder, enquanto houver vida haverá sombra, enquanto houver sombra haverá morte e alguém para morrer. Bukowski estava certo em seus poemas, de onde será a morte oriunda? Já que frequenta as alcovas mais ricas, mas não dispensa a cama mais imunda. Não há como fugir como louco da cidade, sem leva-la na bagagem ou na algibeira; Ah! Bukoski esse poeta louco, contra ela jamais cavou trincheira. Vai o rico, vai o pobre, tanto alguém da rica alcova assim como o  da cama imunda, tem o lixo por morada derradeira..

quarta-feira, 4 de julho de 2012




Quem acredita que descobriu nas redes sociais uma maneira de preencher seus vazios, continua um grande deserto, a única vantagem: poder  armazenar  as miragens.
J. Norinaldo Tavares


domingo, 1 de julho de 2012




Refazendo Meus Caminhos.
J. Norinaldo.


Estou refazendo meus caminhos devagar, divagando aqui e ali e acolá, vou anotando o que fiz e não devia, e o que deixei de fazer pra prosseguir, na minha pressa de chegar não sei aonde. Agora sei como é fácil ser feliz. Ah! Se pudesse começar tudo outra vez, de verdade e não sonhando como estou, quanta dor evitaria ter sentido, por não ter seguido o caminho que ora estou; ou quanta dor que causei inutilmente, simplesmente por não ser esse alguém que agora sou. É tão lindo refazer a caminhada, como num filme que você pula o que quer, pois lá na frente cada pausa tem um preço, e cada tropeço pode ser o fim da linha. Refazendo meus caminhos devagar e sossegado, sem divagar na certeza que ninguém morre no passado; vou seguindo divagando, devagar quase parando.