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domingo, 30 de setembro de 2012





Deixam-nos gritar livremente por nossos direitos, por que sabem que não sabemos quais são.
J. Norinaldo.





É uma pena o que fizeram com o índio pela terra, para fazerem da terra o que fizeram.
J. Norinaldo.

sábado, 29 de setembro de 2012




Poema Triste.
J. Norinaldo.


Se caminho sozinho pela praia deserta, colhendo as estrelas que o mar já não quis, para dar de presente a quem não me ama e me faz infeliz, se olho para o céu quando se junta ao mar, como o baú da vida onde me escondo eu, entre trastes sem nenhum valor, e agora me encontro colhendo estrelas, chorando e sofrendo por falta de amor. Mesmo sozinho a praia não está deserta, existe esta dor que me aperta a garganta, sem poder sentir saudades do que não existiu, mas a verdade é que a dor, é muita, é tanta. Olho para trás e só vejo meus rastros, e, mas mãos os astros que o mar renegou, sem brilho e sem vida como a minha dor. Se caminho sozinho aonde estiver falando com o vento meu companheiro na dor, não escute o que digo  quando estou tão quieto; jamais se compadeça desse meu dilema, ou estragará este triste poema, que não por acaso... É o meu predileto.


quinta-feira, 27 de setembro de 2012




A Cabeça e a Coroa.
J. Norinaldo.


Vulgariza-se a coroa e o poder, quem não crer num Deus Supremo e  Infinito, como aquele que consegue esconder o próprio ser para alcançar este poder no  grito. Entre ser rei e estar rei a diferença, é somente a maneira da nascença,   da altura da torre do castelo  ou da janela carcomida de um barraco; mas não determina se o rei é forte ou fraco, e sim o férreo caráter apresentado. Se um tem o rosto cunhado numa roda de metal, o seu valor é medido pelo brilho, o outro se mede pelos calos em suas mãos, enquanto a seda veste um e o outro em trapos, tem o manto remendado com farrapos mas, o caráter é fornido como bronze. E a vida diz que ambos são irmãos. Dão-se  as mãos os dementes e os profetas, e nas ruas os lixeiros e os poetas que são duas pessoas numa só, que o lixo alimenta o imaginário  este dom que a própria vida deu, a  quem vislumbra a cabeça num ossuário... E a rica coroa num museu.



Quem se envergonha do passado, esquece que este arquivo não pode ser deletado, e que a sua maior poção é ostensivel.

J. Norinaldo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012




Mostra-me as mãos dos teus escravos, e te direi se és um chefe exemplar, e o que pensarão os que me seguem, se tenho autoridade de opinar?
J. Norinaldo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012




Tela em Branco.
J. Norinaldo.


Diz-me querida o que foi que me inspirou para escrever este poema, que fala de solidão e amor, se eu não sei se estou amando e sozinho eu sei que não estou? Responde por favor, esta pergunta, ou então junta o que teu e vais embora, e esqueces o que entre nós existiu, por que se valeu a pena teu coração não sentiu. Diz-me o que foi que me inspirou, quando escrevi aquela poesia, que falava do vento e da montanha, escrita no calabouço da torre, do castelo da bruxa mais estranha. Não! O poeta não precisa de imagem, de uma linda paisagem ou mesmo de uma dor, não confundas jamais um poeta com um trovador. Diz-me o que tem em minha prosa, de perfume de rosa ou de beija flor, ou alguma bela jovem debruçada na janela? Isto é somente um desabafo querida, de um coração que consegue buscar inspiração, na tela em branco que tem sido a sua vida. Diz-me querida se entendeu, se a resposta é sim, escreva também o seu poema, que não precisar ser exatamente igual ao meu.

sábado, 22 de setembro de 2012



O Vinho a Rosa e o Fel.
J. Norinaldo.


Eu sinceramente não sei, se o que me encanta é o vermelho desta rosa, ou carmim dos teus sedutores lábios, se os sábios me ajudariam a distinguir o caminho a seguir em minha prosa. O vermelho, o carmim ou o contrário, o que me encanta,  na verdade é o rosário deste vinho, que teus lábios deixam púrpuros e fazem o teu sorriso brilhar. Este colar que te enfeita com tanta graça refletida nesta taça, também há de me encantar. Tanto encanto, tanto brilho e tanta luz, e este olhar que seduz e me convida a amar. Tanta sedução, tanta paixão tanto amor, que a minha alma goza ao escrever esta prosa; saboreando este vinho, mesmo sabendo que a rosa é bela mais tem espinho, que no decorrer do caminho rosa e lábios murcharão. Só restarão o vermelho e o carmim e o brilho do teu colar, que outro colo enfeitará outra rosa quiçá e o rosário do vinho, enquanto eu choro sozinho, um louco sonhando ao léu tendo uma taça de fel no lugar do doce vinho.





Escrita do Tempo.
J. Norinaldo.


Não estou nem ai para o que está escrito, sei que é bonito servir de papel para o que rabisca o tempo com o seu cinzel. No mural da vida a mensagem escrita em estranhas ranhuras, cadernos usados no primário do tempo curtido pelo vento do tempo passado. Se foi decifrado o que está escrito ainda não tenho esse conhecimento, mas já comecei com certo desgosto a ler no próprio rosto meu ensinamento. Esta é a língua mais viva que ainda está ativa na humanidade, a louça um dia tão bela, o cinzel pincela parece maldade. E o espelho mostra o que a  muita gente causa revolta, a escrita certa mesmo em linha torta. Triste daquele que por aqui viveu, e que no final não consegue ler no seu próprio rosto o que o tempo escreveu.





Meus Heróis, Meu Estandarte.
J. Norinaldo.


O pano que secou o sangue fresco da trincheira, não é o mesmo que tremula ao vento como meu estandarte, aquele que tombou na lama, ou pereceu na chama defendendo ideias que nem eram suas; hoje é lembrado em bandos, é nome de barcos que sequer são ruas. A seda da bandeira altiva que tremula viva no mastro, retornou intacta do teatro de guerra, como o ouro que surgiu da terra  para fazer medalha, difere do pano que secou o sangue e que por lá ficou por  simples mortalha. E assim segue o ser  humano em busca da verdade tesouro escondido, muito mais perdido que o elo buscado, beijando a seda do pano hasteado como um rico tesouro,  o pano que secou o sangue  para mim seria como um Tosão de ouro. Me curvo diante do rei por obrigação e quando lhe beijo a mão é por fingimento; lembrando quem derramou o sangue que o pano secou na ferida mortal, que deveria enfeitar o lábaro da bandeira por quem  honro e lutei como Fuzileiro Naval. É preciso morrer lutando e tombar para frente para depois... Ter o nome lembrado num pequeno hino que a honra compôs.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012



Demência ou Coragem?
J. Norinaldo.



  • Demente é aquele que desmente a verdade escrita na parede, somente para alimentar seu ego, como naufrago para saciar a sede, como quem enxerga, mas não ver ou quem se debate na água sem beber. Como se o sal do mar fosse a verdade e que ingerido faz morrer; diz o ditado popular: “O pior cego,  é aquele que não quer ver”. Eu não vejo a verdade e quero crer, que estou trilhando o caminho certo, virando o rosto pra não ver meu irmão se embrenhando no deserto; seguindo placas que negam a verdade, prometendo rios de felicidade. O deserto da areia embranquecida, que ceifa a vida que acredita em miragem, o dependente que demente por bobagem,  o navegante que segue falsos faróis, o covarde que não mereceu a vida  mas tem coragem de chamar... Seus seguidores de heróis.



quarta-feira, 19 de setembro de 2012



O Grande Fantasma.
J. Norinaldo.


Um prédio em construção vestindo  uma tela verde que se agita ao vento como um grande fantasma que não assusta ninguém, os passantes com frio, com as mãos escondidas sem cumprimentar alguém; os cães enroscados sob as marquises, são bem mais felizes que muitos passantes, que além das mãos escondem segredos que causariam mais medos que o grande fantasma. Do outro lado da rua um velho parece querer  esquiar, olha encantado o grande fantasma onde costumava brincar  em menino quando tudo era campo. Os passos se apressam em busca  de portas com as mãos escondidas, são almas são vidas que o mundo criou, meninos que sonham com grandes fantasmas e um dia serão como o esquiador, olhando o local de uma construção que não deixou nem rastros para serem apagados pelo vento que um dia sua capa agitou. Mudaram os passantes se foram os meninos, mas ainda se esquia no asfalto quente, outro fantasma vestirá sua capa inocente, só o vento é o mesmo, feliz daquele que ainda o sente.


terça-feira, 18 de setembro de 2012





O Último Grito.
J. Norinaldo.


Se a escrita  do tempo danifica teu rosto e o espelho decifra a maneira que quer, cabe a ti a correção dos sinais, os símbolos lidos da frente para trás como a esperança da vida cavalgando a fé. Se o silencio dos gritos gritados na guerra, fazem tremer a terra porem na te abalas, mas  gritas em silencio enquanto te calas, decifrando a escrita do tempo em teu rosto, espreitando o caminho que já foi percorrido, na lembrança o fruto que não foi colhido, ou a sombra do monte que o vento não leva; no temor a treva do desconhecido. Do olhar da Valquíria sobre o guerreiro ferido e o sinete que afirma a escrita do tempo , no pergaminho  curtido e sofrido do rosto. O desgosto da mente ao ler tal escrito que guarda o segredo do que está no papiro, será revelado no último grito, envolto no silencio do último suspiro.

domingo, 16 de setembro de 2012




Voz Que Treme.
J. Norinaldo.


Eu ouvi uma canção, cantada com voz tremida, claudicante desafinada numa madrugada fria e cuja letra dizia do calor de uma paixão. Mas parecia um lamento e sem saber de onde vinha, aquela canção tão minha e que me dizia tanto, falava de amor e pranto, de desventura e de dor, mas era um canto de amor. Aquela noite aprendi que o ritmo não importa que um barco não tem um rumo sem ter alguém que o reme e o canto tem mais emoção  se a voz que o canta treme. Por muitas noites a fio, ouvi a canção tremida, até que um dia a vida cessou para quem cantava; hoje ao escrever estes versos sinto meus dedos tremendo, será que tem alguém vendo e pensando o que eu pensei? Não sei! Sorria e cante agora enquanto não causa riso, por que viver é preciso e sorrir nos faz tão bem. Cante e sorria sempre, mesmo quando tremendo, é sinal que está vivendo, cantando a vida que tem.

sábado, 15 de setembro de 2012




O Homem da Porteira.
J. Norinaldo.


Sigamos em frente agitando a bandeira, abrindo a porteira que o último fecha, buscando uma brecha na constituição, para não pagar impostos pela respiração, lotando as igrejas que falam do céu, rodando o chapéu para o diabo amassar o pão. Sigamos sorrindo direto ao abismo, enquanto o cinismo vai ditando as regras, nas pregas das vestes que enfeita o sultão;  juntando as migalhas na nossa sacola, virando o rosto para o irmão que na praça esmola, por não ter a mão que segura a bandeira, ou não paga o tributo que alegra o sultão; do palácio do oásis La do Maranhão. A sarna é do povo que segue de novo agitando a bandeira sem ver em seu lábaro o continuísmo, e se vai para o abismo sem fechar a porteira.
E o homem descalço e descamisado, que cuida do campo e engraxa a porteira e nem sabe quem foi que amassou o seu pão, ainda é obrigado a sacudir a bandeira e fechar a porteira para seu patrão; a levar o seu nome escrito no peito; por que de outro jeito lhe negam o pão. Tudo isto por não conhecer seu direito, de por ser maioria, poderia mudar radicalmente uma eleição. Ou não?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012




Deus da Mitologia.
J. Norinaldo


A beleza das Valquírias com seus cavalos alados, cujas sombras cobrem o sangue sobre o solo derramado, enquanto escolhem os mais  bravos que tombaram na batalha, para leva-los a valhala ou o salão de odim. Enquanto do cavalo mais garboso, douradas crinas são colhidas para o violino virtuoso que dita o compasso da cavalgada das Valquírias até o fim. Acima o quadro é belo e inebria, abaixo é triste e violento, e nas asas de cada montaria, o branco da paz que não existe, no campo de guerra a tristeza que tira do quadro a primazia. Volta os teus olhos para trás, e tenta refazer toda pintura, apenas as Valquirias e suas sombras, sem elmos espadas ou armadura, e verás que odim não é um deus, que só existe um Deus que é só ternura. Deus minúsculo  deus da mitologia, Deus Maior o  Deus que é Poesia.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012




Entender o Medo.
J. Norinaldo.


Avocar o medo em nome das trevas e fazer de tacape o archote apagado, é ficar de joelhos diante da pedra desfiando versos de um poeta louco,  num rosário de contas que nunca foi bento. Não ver o irmão a beira da estrada, de mão estendida a mendigar um pão, esconder o sexto e apressar o passo a seguir o sino ou a procissão; sem saber que santo está entre as flores, ou a quem recorrer ao fugir das dores, sem saber ao certo a quem pedir perdão.
Avocar as trevas em nome do medo, guardando segredo das contas não bentas, dos seres mais loucos do aceiro da estrada, dos rastros da besta deixados na pedra; e a mão estendida que mendiga o pão e a palavra não do homem do sexto. Se a humanidade segue este mesmo caminho, eu não estou sozinho e caminho junto, sem farol que indique o último abismo; tão simples seria acender o archote, mas a luz não pode ser de apenas um e clarear a todos será comunismo.
Invocar auxilio para fugir das trevas, avocando o medo dos rastros da besto no caminho deixados, é esquecer o homem do sexto e o tacape feito do archote apagado, e louvar a prece do poeta louco, é como está perdido num deserto de sonho sonhando acordado.


sábado, 8 de setembro de 2012



Alma Vazia
J. Norinaldo.


Com a mente cheia e a alma vazia, numa noite fria caminho sem rumo, não presto atenção nos rastros que deixo ou nos cães que se enroscam sob as marquises, nem nos seres felizes que murmuram nos parques. Com sapatos rotos que há tempos carregam, um fardo com peso sem nenhum valor, com a mente cheia e os bolsos vazios, nos dias mais frios não busca calor. E assim vou seguindo os caminhos que encontro, sem nenhuma certeza escolhendo a esmo, não sei o que busco, tampouco o que sigo, ou mesmo persigo o vazio em mim mesmo. Sem rumo e sem plano assim vou seguindo até quando cair, também não sei se levanto ou se vou desistir, levantar talvez só não sei para que, do que desistir nem quero saber. Só quando estiver com a mente vazia, a alma se enche de plena alegria, quando os passos pararem na hora certa, a alma liberta e a noite jamais será fria.