Disfarçar o Pranto.
J. Norinaldo
Sim, alguém deve entender por que
eu disfarço tanto, as lágrimas do meu pranto entre a chuva e a vidraça, mesmo
assim a dor não passa, mas suportar isto eu consigo e a chuva também chora
comigo a minha triste desgraça. Enquanto meu olhar triste vai à busca do infinito,
o eco desse meu grito que no meu peito ainda aperto, o eco só terá efeito se o
meu grito for liberto. Ah! Se este meu olhar seguisse o meu pensamento, juntos
cavalgassem o vento e fossem onde tu estás, e te trouxessem para mim, para não
saíres nunca mais. O difícil é decifrar entre a chuva e o meu pranto, já que eu
disfarço tanto fazendo o que nunca quis,
vir para a janela chorar, somente para disfarçar, fingindo que sou feliz. Chove
chuva, chove chuva enquanto esta nuvem não passa, ajuda-me a disfarçar o meu
pranto na vidraça, enquanto com o meu triste olhar eu buscarei no infinito um
lugar para enviar meu grito que seu eco não retorne como uma nuvem de fumaça.
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