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sábado, 5 de janeiro de 2013




            O Último Trem.
            J. Norinaldo.


Não vou mais falar de trem, pois isto está me matando, já ouço o trem apitando saio na porta pra ver, e vejo ferrugem nos trilhos como lodo nos ladrilhos do túmulo de alguém que vi nascer. Não me peçam, por favor, não vou mais falar do trem, nem do encanto que vem daqueles tempos já idos, dos amores esquecidos abanando das estações, do apito atrás do monte, da fumaça no horizonte do palpitar dos corações. Da bela moça na janela, mais parecendo uma tela que enalteceu o pincel, daquele sinal do sino e do grito do menino que vendia seu pastel. Por favor, seria muito cruel seguir falando do trem, se soubessem a dor que me traz, não desejariam jamais essa maldade a ninguém.
Espera, estou ouvindo um apito, não estou louco, você está ouvindo também? Meu Deus será que é o trem que ouvi, que vem trazendo meu bem, que no último trem eu perdi? 


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