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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013




Saudade do Trem.
J. Norinaldo.


Lá vem o trem, lá estão as flores, o trem passando levando amores, quem sabe um dia também as flores passem enfeitando andores, ou sejam rorejadas por lágrimas de dores. Lá vem o trem sacolejando criando imagens no seu fumaçar, olha o menino na estação vendendo quitute que sua mãe faz, olha o passageiro que chora sozinho, pois sabe que o trem não lhe trará mais. Lá vem o trem, lá estão as flores, existem rumores que o trem vai parar, sem existir trem quem é que trará de voltas antigos amores. Lá está o trilho que a ferrugem come, hoje tem menino que nunca viu um trem; olha lá um velho com a cabeça branca que até alumia, era o menino que vendia quitute lá na estação que sua mãe fazia. O trem já se foi, só restaram as flores, já não tem andores para se enfeitar, nem as procissões que pareciam o trem, já não tem amores e hoje ainda usam as flores quando morre alguém. Que saudade que sinto do trem.


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