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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013






Antes de matar um leão por dia, prove que  sabe fazer um rato.
J. Norinaldo.


Amizade Verdadeira.
J. Norinaldo.


Viceja em minha alma um sentimento, regado por um regador usado no jardim do Éden para rorejar a flor, que em botão é felicidade e quando desabrocha é  amor. O meu coração está confuso e tenta encontrar a verdade que em seu jardim brotou, na certeza de ter plantado amor e o que vingou foi amizade, difícil descobrir a diferença, assim como tristeza e saudade.
Amor e amizade são duas flores, que abrolham no mesmo jardim, um não consegue viver sem o outro assim como você não pode viver sem mim e nem eu vivo sem você; usemos então o regador, a amizade e o amor, jamais deixaremos morrer.
Viceja em nossas almas de amantes, assim como os diamantes devem ser as pedras mais raras de um tesouro de verdade, o mesmo acontece com  o amor mais duradouro, que começa justamente com a amizade.
De repente estou tão feliz comigo, por tentar conquistar o teu amor, mas primeiro sendo teu amigo; descobri que se quero ter a real felicidade, primeiro tenho que saber, o que é a verdadeira amizade.


Alma e Poesia.
J. Norinaldo.


A minha poesia expõe o meu íntimo por inteiro, sem censura ou preconceito, ai eu pergunto quem se atreve a ponderar o que a sua alma escreve, quiçá sem metáfora ao seu jeito?  Às vezes me assusto com o que escrevo, mas como disse não me atrevo a mudar uma vírgula sequer, conheço bem a alma que anima o meu ser, e jamais deixarei de descrever a incomparável beleza da mulher. A minha poesia expõe a minha alma por completo, exceto no que concerne a minha dor, não quero dividir a dor que sinto, por isto minto falando sempre de amor. Ah! Se tu soubesses de que dor estou falando e há quanto tempo essa chaga me destrói, tenho certeza que não acreditarias, são tantos dias, tantos anos que me dói.
A solidão dos porões das masmorras frias, que nas minhas poesias eu consigo disfarçar chorando fingindo sorrir, as masmorras dos castelos mais medonhos que eu mesmo construo em sonhos, por que não sabes que és tu que estás a me ferir. Até quando vais fingir que não entende, que não é tua amizade que eu quero, é o teu amor que a minha alma pretende. Bem eu disse tudo que a minha alma mandou dizer, pára e pensa agora tudo depende mesmo é de você.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013




Meu Ego meu maior Carrasco.
J. Norinaldo.


Quantas vezes estive num lugar assim, assim tão belo como se o próprio mundo fosse um grande jardim, e de repente estava louco para ir embora, sentindo falta dos ruídos que enlouquecem, por querer a felicidade só para mim. A beleza e a solidão não combinam, então por que não te convido meu amigo, a ir comigo conhecer o paraíso? Por que preciso primeiro me fartar de tal beleza e mesmo assim, ter a certeza que esta felicidade é só para mim. Se levar o mundo inteiro ao meu jardim tenho certeza, que esta beleza só tende a aumentar, mas não posso, por que é meu jeito em fim, acreditar que a felicidade foi feita só para mim
Perdoa-me talvez até seja cinismo, confessar meu egoísmo assim com tanta frieza, mas não te levo a visitar o meu jardim não por maldade, mas por acreditar que a felicidade existe simplesmente para mim.
Mudar? Não sei. Já tentei, até levei alguém lá, mas foi em sonho, acordei como se acabasse de ter um pesadelo medonho, sobre algum presságio muito ruim, e ai tive a certeza da verdade, realmente a felicidade existe só para mim.
Não diminui a quantidade do meu perfume por alguém olhar o frasco, mas somente eu o olho e pego, talvez meu ego seja o meu maior carrasco.



Vem Sentar a Minha Mesa.
J. Norinaldo.


Vem, senta aqui a minha mesa, vamos despir a vida numa poesia, depois envolvê-la em fantasia, para podermos chorar e rir ao mesmo tempo, assim como chuva e o sol assim como o tempo e o vento. Vamos esquece tudo que te afligir, vamos fingir que somos só felicidade, que esta cidade não sobreviveria sem nós, sem ouvir a nossa voz, sem sentir nosso calor. Vem, esquece tudo e enche a taça novamente, bebe este vinho sem imaginar que a uva também precisou da chuva para brotar e pra crescer. Esta noite quero brindar a loucura, a liberdade, desdenhar a falsidade sem seu véu, rejeitar a doçura do seu falso mel, prometendo sempre a felicidade, mas na verdade em uma taça de fel.
Vamos, correr na beira da praia, esqueces que estás de saia deixa que o vento de desnude, mostra-te inteira para a lua, afinal te vejo nua  em pensamento não te ilude; Vem aproveitar a maré calma, e de repente   na nudez da transparência da alma... Vem ser minha finalmente.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



Nunca Mais.
J. Norinaldo.


Ah! Quantos trens ainda terei que contar, ou cantar na minha poesia para lembrar uma época que havia, o romantismo de no trem viajar. Ah! Quantos trilhos terei de pisar sem o medo da morte na linha, ao saber que hoje não há, o perigo que antes ali tinha. Ah! Quantas Gares vou ver e lembrar a beleza que era, hoje tapera como a minha esperança, ao lembrar a criança que viajava no trem; do menino encantado com tudo que via, hoje esta poesia é tudo que resta. Ah! Até quando vou chorar nesses tempos medonhos, sempre recordando o trem dos meus sonhos. Ah! Como vou esquecer se ainda parece que vejo o primeiro beijo que te dei na estação, e também foi nos trilhos do trem que peguei pela primeira vez tua mão.
Outro dia estava sozinho num banco da praça, quando surgiu no céu uma nuvem de escura fumaça, e o meu pensamento foi bem mais além, fechei os olhos e te vi, sorrindo para mim na janela do trem. Depois abri os olhos e chorei, chorei demais, pois mesmo que o trem volte, nele você não vem mais... Nunca mais.





A Beleza e a Mulher.
J. Norinaldo.


Como as velas de um barco na procela os teus seios abrem alas para as vagas, enquanto o vento brinca com os teus cabelos,  que nas ondas se confundem com as algas, é tão linda a beleza dessa tela que só em ver-te a minha alma já afagas. Estes seios  acima dessa cintura, uma pintura  que adorna o mural do paraíso,  mais  acima a beleza de um sorriso com um arco íris em volta como moldura. Abaixo da cintura as pilastras que sustentam este templo de beleza, entre elas está o átrio da loucura, onde a luxuria instalou a realeza. Tudo isto não é sonho ou fantasia, se poesia é uma cópia desta tela, estou falando da mulher, qualquer mulher, pois a beleza foi criada para ela. Quando se fala “no beleza” é ironia com certeza, escárnio ou o que  quiser, a beleza pelo nome já diz tudo, nem precisa ser poeta para saber que é mulher.




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013




Mentira Inocente.
J. Norinaldo.


Se eu menti  travestindo uma verdade, uma mentira inocente sem maldade que talvez me cause felicidade, mas é mentira e nunca terá valor. E qual a valia que a verdade me traria, se sou feliz nesta minha fantasia, e ser feliz não se é pela metade, qual o prazer traria a sociedade, em  me acordar e  me mostrar a tal verdade? Se minto, para mim mesmo acreditando nesse amor, diga-me a sua verdade e me mostre o seu valor. Sei o quanto estou errado, mas mostre-me por que você  está certo, e te mostrarei que em matéria de amor, às vezes a verdade tem tanto valor, como um pote de ouro no deserto. Qual foi o mal que esta mentira te causou, se me vês tão feliz assim mesmo como sou, por que queres me impingir tua verdade, se isto te trouxer felicidade, mesmo me causando muita dor, toma cuidado, não sabes o que é amor. És tão sincera e verdadeira, enquanto me acusas por mentir, minto em busca da felicidade, para dizer a verdade eu nunca te vi sorrir. Mesmo mentindo, quiçá eu te mostre o caminho do paraíso, não copias o meu sorriso, mas abre o teu para a vida em fim, sorri para tua verdade deixa  o sorriso da mentira inocente só para mim.

domingo, 24 de fevereiro de 2013




Na Sacada e na Trincheira.
J. Norinaldo.


Em cada sacada uma bandeira e, cada coração uma amargura, em cada trincheira a morte rude chega com a voz rouca do canhão, enquanto noutro ponto a fé ilude e alguém é chamado de cristão. Para cada fuzil municiado existe um dedo numerado e um olho que mira o inimigo do qual não saber sequer a idade e não fosse a bestialidade poderia até ser seu amigo. Em cada bandeira há uma idéia em cada trincheira o sangue escorre, enquanto cada inimigo morre que bem podia ser o seu amigo. Não importa a direção que a morte aponta o que interessa é que no final da conta a bandeira que resta na sacada, a canção que deve ser cantada, as cruzes que devem ser contadas e as amarguras esquecidas de antemão; enquanto as valquírias vão embora o tempo consola a mãe que chora a perda do filho ou do irmão.
Em cada sacada uma bandeira, e a taça do deus da guerra é cheia, enquanto a morte se banqueteia na trincheira aonde o sangue escorre, enquanto o inimigo morre, a terra morre um pouco também, enquanto o dedo numerado sabe que um inimigo tem, e usa o fuzil municiado, para matar sem saber quem.
Em cada sacada uma bandeira, em cada coração uma amargura, a soma de tudo isto é loucura escrito com o sangue da trincheira mostrando que tudo está errado, inclusive a idéia da bandeira pintada  pela mão com dedo não numerado.


Ser Correspondido.
J. Norinaldo


Meu receio é encarar tua figura e ceder ao assédio da loucura e na loucura me sentir correspondido; meu pavor é atrair o teu desdém e para sempre desse pavor ser  refém, desprezando o medo da tortura cedendo ao assédio da loucura, mesmo sabendo que não sou correspondido. Como então suprimir da mente essa figura,  sem ceder ao assédio da loucura sendo ou não correspondido.
Na verdade o meu pavor é que o assédio da loucura, me leve a encarar tua figura que me impõe essa tortura de simplesmente não saber o que anseio, se o que sinto é medo ou só receio de  ser ou não correspondido
Em nenhum momento me referi a amor, somente a loucura e  ao assédio, como alguém que constrói um prédio, sem portas, janelas ou escadas, é  como escrever um poema sem palavras ou exibir uma comédia sem piadas.
Em verdade temo a tua figura, foi ela que me levou a loucura, a ser alguém que construiu o tal prédio, de onde me atirarei ao assédio da tortura por ter o tal prédio construído, no louco anseio de ser correspondido, sem saber simplesmente... Correspondido em que.


Meu Pecado
J. Norinaldo


Quando te desnudo com meu olhar indeciso o que preciso é simplesmente entender, que me inunda a visão com uma nuvem de fumaça, como uma onda devassa carregada de paixão. Este desnudar de que te falo, quando calo e penso em ti somente, petrifica em minha mente a tua imagem quase nua, prateada por raios de uma lua, de uma lua tão bela, que nenhuma aquarela é capaz de retratar.  Por que o meu olhar é indeciso? Por que preciso saber do meu pecado, mesmo pecando sem querer, sempre temerei ser castigado. E sabes qual o meu maior castigo? Seria não ter-te aqui comigo, por um erro que nada fiz pra cometer.



O Amor.
J. Norinaldo.


Nenhuma palavra de consolo, nenhum abraço de carinho, nenhum um beijo por mais terno ou mesmo uma lágrima de dor, é mais quente que o vapor do rescaldo do incêndio no inferno, causado pela morte do amor. Quem já sentiu e se calou tem na alma tatuado a cinzel o ingresso para adentrar o céu, depois de uma vida que se encerra já tendo conhecido aqui na terra, toda a dor que existiu. Não há inteligência que suprima, não existe talento que mascare, não existe perdão mesmo divino para aquele que o amor separe; Ah! Como é lindo amor, mas somente seu Criador é eterno, se é amor não acaba e nunca morre, nem mesmo perante o bafo do rescaldo do incêndio do inferno. Falar de amor é muito fácil, o amor é o primor da poesia, praticá-lo, no entanto é tão difícil, quando é amor... Não fantasia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



A Phenix Sem Pudor
J. Norinaldo



Quero colar-me em tua Phenix tatuada, cujas asas inflamadas em tuas nádegas repousam, grudar meu peito em tuas costas em teu suor, sentir o calafrio em teu tremor teu arrepio no espasmo do amor, enquanto a Phenix tenta suportar o peso da montanha que a oprime e o amor redime toda falta de pudor. Quero sentir o calor da tua Phenix quando das cinzas retorna, na taça que entorna todo néctar do amor, enquanto bate asas sem compasso sobre o monte, eu bebo em tua fonte todo néctar que restou. Que o suor do nosso ato reacenda a tatuagem que a coragem este local te indicou, e a mão que usou este sinete, o alfinete que esta pele perfurou, que plantou neste vale de paixão, o fogo deste pássaro tesão que retorna das cinzas para vida, fez seu ninho nesse vale entre montes seu calor a aquecer a tuas fontes, aonde quero grudar-me sem pudor.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013




O Corredor da Vida.
J. Norinaldo.


Se o corredor vazio te assusta, adentras nele e já não estará, a melhor maneira de escapar do medo, é realmente o enfrentar. Se o corredor lotado te traz pânico, tremor, pavor e suor frio, não pares e nem jamais esmoreças não esqueças que é o mesmo que um corredor vazio. Se o silencio do corredor te causa mal, vejas que este mal até faz sentido, se estás no corredor de um hospital, muitas vezes o silencio é pior que um gemido.
Existem corredor e corredores, que utilizam o corredor para correr, às vezes enquanto a própria vida escorre, e algum dos corredores morre, a espera  em algum corredor. O tempo às vezes passa correndo, não tem pra quem o tempo a ainda não passou, por onde passa deixa marcas e matizes, feridas e cicatrizes em quem se assusta ou quem adentra o corredor. Não adianta tentar correr do tempo, mesmo que seja um grande corredor, o corredor do tempo é sempre mais comprido e no final, mesmo depois do gemido vem o silencio total.
Quem leu este meu escrito já notou...Na vida ninguém jamais correu ou correrá por fora do corredor.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013




Quem diz que não acredita na perfeição é apenas invejoso.
J. Norinaldo.



Como escolher uma flor entre um bilhão delas? Sabendo que mesmo uma murcha e despetalada, também já esteve entre as mais belas.
J. Norinaldo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013




A Maldade do tempo.
J.  Norinaldo 



Porque será que o tempo é mal assim só por ser, apesar de que a lembrança de qualquer desgraça, só com o tempo passa e como custa a desaparecer. Quando o tempo passa o rastro que fica é de um vendaval, e eu me pergunto por que será que o tempo é mal, seria a falta daquela que recomenda um casaco para a noite fria, daquela que não o carregou no ventre e depois que o pariu se sentiu vazia. O tempo nunca teve um colo para se aninhar, nem aquela preocupação, leva um suéter que a noite pode esfriar. O tempo não para justamente para não pensar, que sempre esteve sozinho e ninguém dizia, filho leva um casaco, mesmo que a noite não estivesse fria. O tempo às vezes te pressa outras vezes queremos que o tempo corra, apesar de não gostar do tempo, ninguém que o tempo morra, se o tempo acabar a vida também está a acabada e acaba depressa sem sequer dar tempo pra nada. O tempo além de malvado ainda tem mal gosto e não sabe o que é gentileza, jamais respeita a beleza do corpo ou mesmo do rosto. Ninguem escapa das garras do tempo, nem o próprio vento, pode-se até usar uma máscara que esconde as rugas, mas o corpo denuncia o tempo pelo movimento. Faz tanto tempo que pergunto ao tempo o que foi que fiz, pois já fui feliz só que não sabia, naquela época quem me recomendavam levar um casaco, mesmo que a noite não fosse fria.




Outra Vez a Chuva.
J. Norinaldo.


Outra vez a chuva, o pranto da terra sobre nós, o trovão é sua voz mas eu não entendo o que diz, se chora por que é muito feliz ou sofre de abandono como eu, e só sabe quem sofre ou já sofreu, como é triste chorar e chorar tanto, até que chuva vire o pranto quando não se torna tempestade, que transborda o mar da infelicidade permanente, que Évora e vira chuva novamente. Ah! Outra vez a terra úmida, como os olhos da deusa do meu pranto, que por felicidade chora tanto que não deixa faltar chuva para as flores, que enfeitam enterros e andores, as guirlandas deixam felizes amores que dançam na chuva, no entanto, sem saber se o motivo desse pranto é felicidade ou dores. Outra vez a chuva na janela, os pingos escorrendo na vidraça, como lágrimas que escorrem nalgum rosto, por amor ou pela dor que dá e passa. Sei que a chuva vem das nuvens como o vinho vem da uva, eu só sei que amo a chuva, mesmo sem entender esse amor, não me interessa saber, se são lágrimas de alegria ou de dor.



O Meu Barco de Esperança.
J. Norinaldo


A esperança está na quilha do meu barco, mesmo no charco segue em frente para o mar, vencendo a lama, a chama ou a neve alva, a estrela Dalva é o farol a lhe guiar. A esperança está no grito de: Em frente, que tanta gente se recusa a gritar a esperança não está na altura do batente, tampouco está na espada do combatente, a esperança nunca  vem numa bandeja, também não está onde  se quer que ela  esteja. A esperança está na quilha do meu barco, que mesmo com vento parco  segue em frente,  e tem tanta gente fica temendo a  procela, a espera de mais vento para a vela, como um colo a esperar uma criança, isto é medo e não esperança, e a sua quilha se desvia do farol. A esperança está na quilha do meu barco e na força do meu pensamento, que leva o meu barco a barlavento em direção a estrela Dalva, o farol que o navegante salva e o desvia do canal da perdição. Na quilha do meu barco há uma força e muita fé em uma luz, que indica a direção a quem conduz esta quilha que avança, o Capitão do meu barco é Jesus  e por isto falo tanto em esperança.

domingo, 17 de fevereiro de 2013




Como a Nuvem que se Esgarça.
J. Norinaldo.


Como a  nuvem que se esgarça com o vento, meu pensamento vai se  esgarçando com o tempo, deixando pelos aceiros dos caminhos, pedacinhos de velhas recordações e sensações dos meus tempos de criança, e hoje restam somente tênues lembranças, mesmo assim causam-me  indescritíveis emoções. As vezes as nuvens fazem desenhos, que nos remetem ao passado tão distante, mas assim como o presente passa, vem o vento e a nuvem se esgarça, e as lembranças se vão com os pensamentos. Quem fala de um passado tão distante, já deixou pelos aceiros dos caminhos, pedacinhos de sonhos tão importantes, e hoje com os passos claudicantes, já tem forças para voltar e recolher; hoje sonha somente em viver.
Agora olho o céu que está tão belo, vejo um castelo já tão conhecido meu, talvez só eu o veja desse jeito, mas sempre sinto um aperto no peito, lembrando a primeira vez que apareceu, estávamos só você e eu, a beira de um riacho cristalino, inocentes uma menina e um menino, quando você jurou que seu amor era só meu. Sua jura como a nuvem se esgarçou, e a outro você deu o seu amor, restou-me apenas o aceiro dos caminhos para ir juntando minha dor aos pedacinhos  a lembrança que o passado me legou.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013




O Último Trem.
J. Norinaldo.


Lembro da minha primeira viagem de trem, o ano que vem completa não sei quantos anos, só sei que era um menino que olhava para tudo como se fosse o céu, uma mão que não largava a minha, quando o trem vinha bufando fumaça, que formava que de repente um véu. Lembro de outras crianças, quantas lembranças dessa viagem encantada, lembrança que hoje a criançada não tem. Lembro da última viagem do trem, eu já não era o menino e nem vi por ali nenhum pequenino também, naquela velha estação, eu sozinho acenando com a mão, não para quem vai ou quem vem, meu aceno era para o trem, O Último Trem.
aquele que trouxe e levou tanta gente, agora jaz como indigente esquecido e entregue ao abandono, como para o último sono de uma vida que se encerra um morto que ninguém enterra, como um cachorro sem dono.
Ah! Não sei quantos anos completa, só sei que é o ano que vem, a minha primeira viagem de trem, A mão que segurava a minha, já se foi a minha mãezinha não sei a quanto tempo também, mesmo não sendo mais um pequeno, lembro também do aceno, que dei para o último trem.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013




O Velho Marinheiro e o Mar.
J. Norinaldo

O velho marinheiro lentamente a caminhar, molhando os pés na maré mansa, na cabeça a lembrança do alto mar, quando sonhava com o  continente e hoje não contente quer voltar. Se embalar nas altas ondas novamente, ver o céu como não se ver no continente sentir saudade de voltar. O mar é o mesmo não mudou, mas para o velho marinheiro o tempo passou, as ondas altas foram ficando para trás, a maré mansa é o que hoje lhe resta o alto mar não lhe quer mais. O que lembrar além da saudade, a tempestade sem ter tempo de sentir medo, no segredo que é guardado pelo mar, em tantas lendas que ouvia em cada porto, e agora esta vontade de voltar. Embarcar só num barquinho de papel, ou no chapéu de marinheiro que ainda resta. Saudades daquilo que não volta mais, as mariposas esvoaçando em cada cais, o colo quente e o balanço sem o embalo da vaga, o amor que com dinheiro se paga, que se encontra em todos porto da terra, como o de Dolores Sierra, tão famosa que até virou canção. Vejo na areia uma estrela do mar, como um farol indicando o meu lugar, este lugar que o meu eu não suporta, ficar parado como uma estrela morta, já sem forças para voltar ao mar.
O meu último barco ao invés de navegar será levado, não por remadores mas sim soldados, talvez por velhos amigos, que agora conhecem os perigos de se sentirem desembarcados.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013




O Punhal e a Palavra.
J. Norinaldo.


Enquanto o punhal me fere a carne, palavras dilaceram minha alma, as feridas do punhal o tempo cura e cicatriza, porém o que fere a alma se eterniza até por que a alma é infinita. Deixe o teu punhal na bainha, ou para que ter um punhal? Controles o que sai da tua boca, por que ambos podem causar muito mal, às vezes as palavras ferem mais, que a ponta afiada do punhal. Para parar e refletir, sem ser usado o punhal volta à bainha, mas a palavra não volta sem ferir, assim como a flecha lançada, a palavra saiu tem que seguir. Cuidado com a palavra e o punhal, não são como a água e o azeite, são  idênticos, iguais, um você pega pra ferir, e a outra fere até por sinais.
Eu já fui ferido por palavras, nunca fui ferido por punhais, portanto conheço apenas uma, não sei dizer qual  que dói mais, quem me feriu com palavras, talvez com o punhal não tenha podido, se pensa que não me fez mal, descobrirá  o que me fez quando for assim ferido.

domingo, 10 de fevereiro de 2013




Apenas um Teto.
J. Norinaldo.


Eu preciso apenas de um teto, de uma janela para ver o tempo, se o tempo está bom, se não vai chover, se eu posso sair para brincar; Eu só preciso de um teto, de um pouco de afeto e de um caminho para correr sabendo aonde vou. Eu só preciso de um teto, afeto e amor, meus castelos eram somente de areia, assim como os dragões, os duendes e a sereia. Eu quero uma janela, para dela me deslumbrar com o  vale a colina, a montanha e o monte, ouvir o canto da fonte e de onde eu possa avistar, todas as flores possíveis e os lugares visíveis onde eu possa brincar. Eu quero apenas um teto e uma janela, para a chuva nela vir comigo chorar, quando eu precisar de afeto para abrigar no meu teto e ouvir nela a chuva tamborilar. Quero ter sempre por perto e em cima do teto pássaros a cantar, muita borboleta colorida eu quero a vida para com ela brincar; eu quero ter muita esperança que serei criança enquanto quiser, eu quero que você acredite que isto é possível só é preciso ter fé.

sábado, 9 de fevereiro de 2013


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 Abraço.
J. Norinaldo


Cinjo-te os ombros num abraço, enquanto beijo os teus lábios com paixão, sentido o calor dos teus anseios, na firmeza do toque dos teus seios, como flechas do arco do amor.
Cinjo-te a cintura num abraço, enquanto em teu regaço deposito os meus beijos mais lascivos, como prova dos instintos primitivos que até no amor pode existir. Faço com que teus pelos se ericem, como espinhos que protegem a bela rosa, enquanto a tua alma goza momentos de pura paixão.
Acaricio-te as coxas com ternura, e na brancura dessa tez que me alucina, e me ensina o caminho para a fonte do amor, me inebria e me extasia a visão e me remetem aos meus instintos primitivos, e novamente com meus beijos mais lascivos, cinjo-te o corpo inteiro com furor.
Cinjo-te a alma com carinho, como o espinho que nasce a proteger a rosa, enquanto a minha alma goza, o gozo da tua paixão
Cinjo-te num abraço tão forte, como a fundir dois corpos num corpo só, como a mostrar que mesmo depois da morte, abraçados nós retornamos ao pó.


Sinete de Carmim.
J. Norinaldo.


Bem mais fácil decifrar a marca de carmim na borda desta taça de cristal, que o rosário deste vinho, por mais hábil que seja o Sommelier, é muito mais fácil saber se a marca de um lábio é sensual, ou se um vinho está na idade ideal. Ah!! Que inveja dessa taça de cristal que mesmo sem sentir desejo, teve o privilégio deste beijo e ora ostenta um sinete de carmim. Guardaria esta taça no mais nobre relicário, por saber que os teus lábios rezaram em sua borda, usando do vinho o seu rosário. Estes lábios com gosto de maçã, sussurrando esta oração pagã que decerto falava de desejo, por mais que este vinho seja raro, prefiro a taça com a marca do teu beijo. Se me fiz entender não sei dizer, mas por favor não levem a mal pois este é o meu desejo, de preferir a taça ao vinho, já que não aceitas meu carinho, a taça jamais recusará o  meu beijo.



Sonâmbulo.
J. Norinaldo


Sonâmbulo das insônias incontidas, das madornas das horas fugidias, das imagens das fêmeas mais vadias que a sombra da noite faz brotar, santas mentirosas em pleno dia, o castigo libertário do ateu, mariposas que pululam pela noite, que as  transforma em vaga-lumes no seu breu.A  madorna na insônia dos sonâmbulos, que sem preâmbulos buscam ver na escuridão, no anseio das horas fugidias, mariposas coloridas e vadias, que brotam da noite e atraem o castigo libertário do ateu com seus perfumes, salpicando o breu como se fossem vaga-lumes, invadindo a insônia do sonâmbulo que sou eu. Não é fácil entender quem escreveu, e se os erros não são por puro cinismo, ao falar de mariposas coloridas, ao contar de madornas incontidas, insônia e sonambulismo. Se não há outro interesse embutido, escondido para esconder a verdade, pois na verdade nada disto faz sentido.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013




A Vida e o Banco da Praça.
J. Norinaldo.


Sentado no banco da praça, vendo a vida que passa enquanto a minha se esgarça por que eu já passei. Passa o menino faceiro do andar bem ligeiro como eu já andei, passa a moça tatuada sem pensar em nada como eu já pensei. Passa o patrão o empregado passa o desesperado como já me senti, passa o homem virtuoso, passa o mentiroso, como eu já menti. Passa a moça formosa, passa a invejosa como já invejei; passa de tudo na praça, só a praça não passa como eu já passei. Você que passou e nem viu, que nada sentiu com o meu triste olhar; você era o menino faceiro, que passou tão ligeiro que sequer se lembrou que um dia vai passar. A praça sempre existirá, o banco eu não sei, para um dia você se sentar, vendo a vida passar e pensar: eu também já passei. É, eu também já passei como tudo nesta vida passa, hoje passo meu tempo sem graça pensando na vida sentado no banco da praça.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013





Desistir Jamais
J. Norinaldo.


Apoiei-me no cansaço manco da tristeza, para não cair na poeira do caminho, prossegui claudicando tão sozinho, que até minha sombra me deixou quando ao fim do dia o sol se pôs, restava na estrada só nós dois, calados e cansados a manquejarmos. Mesmo assim não cai segui em frente, muita gente foi ficando para trás, posso até cair, mas levanto novamente, vou em frente por que desistir jamais.
Minha taça pode está cheia de fel, mas na minha alma o mel entorna, sou como a Fênix lendária, que renasce das cinzas e retorna, cada vez mais fortalecida quem se  costuma a desistir, um dia pode desistir da própria vida.
Apoiado no cajado da esperança, que nunca cansa de apoiar quem acredita, vou deixando as pegadas no caminho, quem vem atrás verá que sigo sozinho, descalço sem temer pedra ou espinho, como um convite a quem deseja me seguir.
Sei que o cansaço e a fadiga me maltratam, a fé me leva a prosseguir não esmoreço, após a curva vem um novo recomeço e a cada queda a razão dessa jornada. Não sei o que me espera no final, não será essa incerteza que me fará desistir, enquanto existir vida há esperança, aprendi isto quando era uma criança, que nunca deixei de ser, e por isto estou aqui.



Decifra-me ou te Devoro.
J. Norinaldo.


Caminham juntos pensamentos e distancias, nas reentrâncias de um desejo sedutor, na nudez que se  acentua em reticências  nas tênues linhas de algum escrito de amor. Na distancia  a transparência da nudez que se acentua, nas reentrâncias simples subliminar, o pensamento ganha cores,ganha vida nas reticências da distancia do pensar. Sem decifrar as reticências na distancia da transparência da nudez subliminar, pensamentos e distancias não caminham nas reentrâncias que acentua a insensatez de não pensar; que o amor é o caminho e a distancia, sem reentrância ou reticências a decifrar; tão simples o amor já decifrado, tão difícil para quem o ignora, quem ama jamais será devorado e quem é amado não devora.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013




Uma Taça Sem Pudor.
J. Norinaldo.


Me pega e degusta-me como um vinho, tão velho como a lenda do amor, sem saber se a videira é longe ou perto, come-me como a tâmara no deserto, sacia tua fome sem pudor.
 Vem, sente o cheiro do pecado, admira o rosário desse vinho, te encantas com o cenário do caminho, até chegar à gruta do amor. Escala cada monte cada pico, penetra cada vale sem temor, no amor jamais estarás sozinho, por isto degusta desse vinho como o mais puro licor; enquanto te encantas com o cenário, brincado com as contas do rosário até chegar a fonte do amor.
 Não! Não existe explicação, é simples é só estender a mão, a taça se encontra ao teu alcance, avance já te disse sem temor, escale cada monte, mesmo que a razão outro caminho aponte, não ligue e vá direto para a fonte do amor.
 Degusta da loucura, coma a tâmara devassa  sacie a sede e a fome da deusa que acorda, enquanto a lança a doce fruta transpassa , a fonte que é a taça da vida transborda.
 Pega-me e degusta-me como um Vinho, o sabor? Você escolhe: de paixão, ou de
Amor.

domingo, 3 de fevereiro de 2013




A Duque de Caxias Com Amor.
J. Norinaldo.


Eu tive hoje um lindo sonho, daqueles tão lindos que é impossível esquecer, que ficam  escritos em bronze já que o bronze é para sempre ou nunca mais ou enquanto a vida viver. Sonhei com minha Duque de Caxias, cidade linda que por tanto tempo gentilmente me acolheu, sonhei que uma deusa mitológica, de quem minha Caxias nasceu.
Seu nome era Edileusa, tinha o cabelo  todo de ouro cacheado, e Caxias nasceu dos Cachos do cabelo dessa deusa. Antes Caxias era um grande oceano, aonde Netuno vinha descansar, mas lhe faltava água doce pra beber, aproveitando um lagar vazio, o deus Netuno criou a Grande Rio, depois pegou uma aquarela e desenhou as lindas mulheres que hoje desfilam nela, Desirreé Borges minha musa  desfilou.
Hoje estou longe da minha cidade amada, mas não tem nada que a faça esquecer, Caxias Cachos da deusa Edileusa, pede a essa deusa que não me deixe morrer longe de você.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013




Baús.
J. Norinaldo.


Tenho hoje as mesmas dúvidas de ontem e a mesma incerteza no amanhã, o ontem esse passado esquecido, hoje o presente mal vivido e o futuro cheio de esperança vã. No Baú de lembranças de outrora, os brinquedos que já não existem mais, empoeirados os retratos dos meus pais e velhas cartas de amor ou ilusão. Na estante e nas paredes do agora, os retratos dos meninos do presente, que brincam com brinquedos diferentes, mas que estarão noutro Baú mais a frente num por vir que virá na sua hora, e quando chegar será agora. E os Baús se amontoam pelos sótãos dos mistérios, como criptas de velhos cemitérios, com histórias que o tempo escreveu, todo aquele que leu a sua e esqueceu, será lembrado como algo que passou, até existiu ,mas não viveu. Eu escrevi este poema, como tema o Baú dos meus brinquedos, dos retratos, dos meus sonhos dos meus medos, guardado em algum sótão perdido, mas um dia quando for achado, não me deixará ser esquecido.





O Meu Sonho.
J. Norinldo.


O meu sonho deve ser maior que o sono, que a noite e vai mais longe que a linha do horizonte, o meu sonho por ser sonho é tão leve, que cruza o rio usando a sombra da ponte. O meu sonho é mais lindo que as estrelas, que a lua e mesmo o sol, o meu sonho tem as cores do arco íris e por fundo o vermelho do arrebol. No meu sonho a liberdade é cristalina e o verbo amar se conjuga no presente, não existe como a linha do horizonte, o amor no meu sonho é uma constante. O meu sonho é tão real como a verdade, a felicidade sonha igual sonho eu, todos sonham com um sonho tão bonito, mas na verdade este sonho é só meu. Sabe por que meu sonho é tão belo? Simples, eu não sonho com castelo, mas sim com uma casinha de sapê, Simples eu não sonho com amores, somente jardim e flores e um cantinho com você. O meu sonho deve ser maior que tudo, sobretudo por ser assim tão pequeno, uma fonte, um racho uma cascata e a beleza de uma mata sem ciúme sem veneno. Ah! O meu sonho é tão pequeno, se torna grande por falar só de amor, ah! O meu sonho é tão sereno que lá não existe lugar para dor.