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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013




O Último Trem.
J. Norinaldo.


Lembro da minha primeira viagem de trem, o ano que vem completa não sei quantos anos, só sei que era um menino que olhava para tudo como se fosse o céu, uma mão que não largava a minha, quando o trem vinha bufando fumaça, que formava que de repente um véu. Lembro de outras crianças, quantas lembranças dessa viagem encantada, lembrança que hoje a criançada não tem. Lembro da última viagem do trem, eu já não era o menino e nem vi por ali nenhum pequenino também, naquela velha estação, eu sozinho acenando com a mão, não para quem vai ou quem vem, meu aceno era para o trem, O Último Trem.
aquele que trouxe e levou tanta gente, agora jaz como indigente esquecido e entregue ao abandono, como para o último sono de uma vida que se encerra um morto que ninguém enterra, como um cachorro sem dono.
Ah! Não sei quantos anos completa, só sei que é o ano que vem, a minha primeira viagem de trem, A mão que segurava a minha, já se foi a minha mãezinha não sei a quanto tempo também, mesmo não sendo mais um pequeno, lembro também do aceno, que dei para o último trem.


1 comentário:

Neuza Rodrigues disse...

Já tive minha viagem também amigo,nem lembro o tempo,mas sei que um dia vou fazer outra,mesmo que seja cheia de adeus,ou a derradeira viagem,quero sentir como você alguém segurando minha mão como se fosse um adeus,sentir o cheiro da lenha queimando pelos trilhos afora,sentir que ainda vale a pena fazer uma viagem no ultimo trem,excelente texto poeta.