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sexta-feira, 8 de março de 2013




Acreditar e Sorrir.
J.  Norinaldo 



Enquanto acreditar que vale a pena, serei escravo da pena e da insônia, do papel que amassado jamais volta, da revolta que consome o meu sorriso, preciso diferenciá-lo do guizo de uma cobra, ao saber que a flor que nasce no lixo é uma obra, que jamais se fez a mão e que o poeta mesmo velho e resmungão tem no coração amor de sobra. Enquanto acreditar que a noite é minha e que a solidão caminha só, vou derramando sem sofismas  no papel, o que a alma dita sem  segredo, até o dia de voltar sem medo ao pó; deixando no caminho meus rabiscos, como a abelha que corre todos os riscos para produzir o doce mel, e ai a solidão me deixa só, já não sorverei a ingratidão, servida em uma taça de fel. Enquanto acreditar que a vida é bela e que na tela só existem flores mortas, enquanto acreditar em um Poeta, que escreve certo mesmo pelas linhas tortas, serei feliz em ser escravo das palavras do coração da velha pena e da tinta, na certeza que a tal tela da vida... Acreditando  a gente mesmo é quem pinta.

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