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segunda-feira, 4 de março de 2013




Confissão Tardia.
J. Norinaldo


Fui  contigo até a margem do rio que divide a floresta dos segredos, das decisões e dos medos aonde a alma é omissa, onde nenhuma premissa faz da poesia verdade; onde termina o onírico e a beleza do lírico acena a felicidade. Paro, e aqui fico, não sacrifico o que resta do meu amor verdadeiro, vais e te entrega ao acaso, não temas o rio é raso e sua água transparente, talvez para mostrar a gente que assim dever ser a alma. Te acalma e se queres vai em frente, eu não estarei por perto e se por acaso não der certo, não voltes podes pegar uma enchente. O rio que divide a floresta dos segredos, das decisões e dos medos costuma ser cruel com quem se engana.; Não estarei mais aqui, não me grita, não me chama pois poderás ser ouvida por quem acreditas que te ama, que poderá tentar justificar aquilo que fez contigo  te acusando de um dia ter feito amor comigo, quando a verdade é bem outra, fui apenas teu amigo.
Olha! Não penses, que me foi fácil ler a tua poesia, papel manchado da lágrima que da tua linda face caía, enquanto te oferecias como uma flor que se abre e no meu peito o frio sabre da tristeza me feria. Perdoa-me, mas não posso atravessar este rio e prolongar meu dilema, toma fiz pra ti este poema, abre-o quando já estiveres bem longe daqui, mas não fiques triste e nem chores, deixes guardada uma lágrima, para quando eu já não mais existir. Sabe! Jamais vou me perdoar se esta minha confissão vier te fazer sorrir, este seria para mim um erro imperdoável e faria com que eu me sentisse ainda mais miserável.
Por favor não me acuses por covardia, sou apenas um louco bardo, e talvez do outro lado, valor nenhum tenha a minha poesia e o meu pranto todo planeta ouviria.

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