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sábado, 27 de abril de 2013





A Sombra de um Pé de Juá.
J. Norinaldo.


Alguém precisa virar os holofotes da alma para o meu nordeste sofredor, não queremos compaixão, pois somos um povo forte desfavorecidos da sorte não desprovidos de amor; pois aqui no meu nordeste, na sua beleza agreste o cacto também dá flor. Quando chove é tudo verde, não há fome não há sede reina alegria e beleza, nem mesmo a incerteza que vá chover novamente tira a fé dessa gente que vive em constante guerra , o seu amor pela terra em que Deus lhes fez nascer. O nordestino não chora a morte do seu rebanho pelo lucro não senhor, por aqui transborda amor por tudo que a vida dá, e se o sertão virar mar como pedisse o poeta, uma coisa já é certa aprenderei navegar, prosseguirei nessa guerra sem abandonar a terra em que Deus me fez amar. Vão-se os dedos e os anéis, capitães e coronéis, rebanhos e plantações, mas ficam os corações e os poetas de Cordéis; para na hora da vitória, contar a nossa história nas vozes dos menestréis. Eu saí do meu nordeste, mas não morro longe de lá, numa tarde de outono, quero o derradeiro sono a sombra de um pé de Juá.


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