O Fim do Caminho.
J. Norinaldo.
Quando o caminho for de pedras e sem aceiros e o nevoeiro
esconder o destino mesquinho e sem aviso, sem pressa pararei em cada curva,
pensando se prosseguir mesmo é preciso; voltar não fará nenhum sentido, seria
um destino já vivido, parar como disse sem aceiros, o mesmo que ter arcos sem
arqueiros, ou uma biga sem rodas para andar num caminho tão comprido. Quando as
pedras do caminho forem escorregadias e eu não tenha um cajado a me escorar,
pararei numa sombra a refletir sobre a árvore que nunca plantei, no filho que
não tenho para seguir-me e no livro que jamais escreverei. Quando alguém me
falar das escrituras, lembrarei das gravuras que já vi, pois as letras para mim
são como as pedras do caminho, podem ser até como um pergaminho, com uma mensagem
decifrada porém para mim não dizem nada. Quando a coragem me chegar, e me
mostrar o destino do caminho, cada passo agora será como um tesouro, molharei as pedras com meu choro, por
ter que chegar ao fim sozinho... Tão sozinho.
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