Translate

sábado, 18 de maio de 2013




O Fim do Caminho.
J. Norinaldo.


Quando o caminho for de pedras e sem aceiros e o nevoeiro esconder o destino mesquinho e sem aviso, sem pressa pararei em cada curva, pensando se prosseguir mesmo é preciso; voltar não fará nenhum sentido, seria um destino já vivido, parar como disse sem aceiros, o mesmo que ter arcos sem arqueiros, ou uma biga sem rodas para andar num caminho tão comprido. Quando as pedras do caminho forem escorregadias e eu não tenha um cajado a me escorar, pararei numa sombra a refletir sobre a árvore que nunca plantei, no filho que não tenho para seguir-me e no livro que jamais escreverei. Quando alguém me falar das escrituras, lembrarei das gravuras que já vi, pois as letras para mim são como as pedras do caminho, podem ser até como um pergaminho, com uma mensagem decifrada porém para mim não dizem nada. Quando a coragem me chegar, e me mostrar o destino do caminho, cada passo agora será como um  tesouro, molharei as pedras com meu choro, por ter que chegar ao fim sozinho... Tão sozinho.

Sem comentários: