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sexta-feira, 17 de maio de 2013




O Traçado do Pincel.
J. Norinaldo.


A perfeição do traço no arredondado colo, não condiz com o desleixo do pincel no traçado do véu que o encobre de maneira lasciva e provocante. Posso não saber pintar um lindo seio, mas em sonho anseio por tocá-lo com as mãos ou com a boca como fiz, quando era inocente e fui feliz, por não saber o que vinha a ser provocação. Tive seios jovens ao meu dispor, quando me foram dados por amor sem arrepios ou tremores de tesão; quem pinta seios tão perfeitos e afina a tinta para o vel. que os esconde como se usasse o pincel, para correr sem saber para onde; o pincel que pinta a carne pinta o manto com igual entusiasmo, o profano como o santo, afinal o pincel não tem orgasmo. Meu poema fala de seio e véu., de inocência e paixão, do seio que pode conter mel, leite do inocente ou conter fel, a luxúria retratada numa tela, não depende da textura do pincel; os contornos podem ser setas que apontam, para o inferno ou para o céu.

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