O Traçado do Pincel.
J. Norinaldo.
A perfeição do traço no
arredondado colo, não condiz com o desleixo do pincel no traçado do véu que o
encobre de maneira lasciva e provocante. Posso não saber pintar um lindo seio,
mas em sonho anseio por tocá-lo com as mãos ou com a boca como fiz, quando era
inocente e fui feliz, por não saber o que vinha a ser provocação. Tive seios
jovens ao meu dispor, quando me foram dados por amor sem arrepios ou tremores
de tesão; quem pinta seios tão perfeitos e afina a tinta para o vel. que os
esconde como se usasse o pincel, para correr sem saber para onde; o pincel que
pinta a carne pinta o manto com igual entusiasmo, o profano como o santo,
afinal o pincel não tem orgasmo. Meu poema fala de seio e véu., de inocência e
paixão, do seio que pode conter mel, leite do inocente ou conter fel, a luxúria
retratada numa tela, não depende da textura do pincel; os contornos podem ser
setas que apontam, para o inferno ou para o céu.
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