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sexta-feira, 31 de maio de 2013



Inúteis Adornos em belos Contornos.
J. Norinaldo.


Que corpo é esse que nem sequer posso chegar perto, cuja dona insatisfeita o enfeita como se enfeitam os andores, capaz depois de formar um deserto quando realmente precisar das flores. Será que este corpo precisa de enfeite, só para deleite dos olhos de alguém, será que quem lhe deu o corpo, sabendo que era perfeito, ficou satisfeito com os adornos também? Em fim, será que isto não é um recado bem desaforado uma heresia   a quem lhe deu o corpo: Olha! Era assim o corpo que eu queria. Se o meu poema não te agradou eu peço desculpa por tanta bobagem, mas lembre-se que Deus também não agradou a moça da tatuagem. Que um dia quando tiver  o corpo inerte coberto por flores, flores de verdade, e ninguém ligue mais para as flores falsas da insanidade, seja tarde demais para voltar atrás e descobrir o verdadeiro valor da felicidade.




Minha Revolta.
J. Norinaldo.


Não vou mais discutir comigo mesmo, gritar a esmo e esquecer o que é ser gentil, não considerem meu silencio covardia, entendam o que a minha poesia diz, somente isto e serei feliz. Prometo engolir minha revolta, que quando se solta é muito difícil juntar, volto a falar das flores, colibris, arco íris amores e bem como antes era, falarei da primavera e esquecerei as dores. É que a mentira me destrói, e como dói mentir só para agradar, na verdade eu prefiro ser vaiado, a ser bajulado mentindo para enganar. Sei, poema assim não tem graça, o que se passa é que não vou mais mentir, mesmo sem perder a calma, não desobedeço mais minha alma e vou escrever somente o que ela pedir, ou mandar, será assim até o fim pode esperar. Sei que sou louco e daí? Mas vou parar de mentir sinceramente, até por que a loucura jamais mente.


quinta-feira, 30 de maio de 2013



O Corpo.
J. Norinaldo.


Mas que corpo é esse que enlouqueceu o mundo, foi capaz até de despertar volúpia em quem só tinha fé; mas que corpo é esse que de tão pintado, foi o mais desejado que já pisou a terra; Mas que corpo é esse que de tanta beleza capaz de provocar  a guerra entre as nações. Mas que corpo é esse que valia tanto mesmo sem ser santo, o que nunca foi. Mas que corpo é esse que me fala agora, o mesmo de outrora de impar beleza, e agora tem que ser logo enterrado para não poluir com a natureza? Mas que mundo esse de que falo e canto, que adora um corpo mesmo sem ser santo, e depois de tão venerado será enterrado por que fede tanto? Que poeta é esse que não tem noção, que a beleza passa como um furacão, e ai daquele que se apega a ela, só a vida é bela e sem distinção. Que poema é esse que não fala das flores, da primavera ou de outra estação, meu poema é louco, mas fala sim de tudo um pouco, é só você prestar  bem a atenção.


quarta-feira, 29 de maio de 2013



Chora Chuva por Mim.
J. Norinaldo.



Trancado no carro ouvindo uma canção  de amor, enquanto lá fora a chuva chora no meu para brisa, minha alma economiza lágrimas e gemidos de dor; enquanto vejo do presente o futuro embaçado pela chuva, mas claro vejo o passado pelo meu retrovisor. A canção alegre cessa, mas a chuva continua a alegria cantada que fala de amor e lua, não condiz com o momento de alguém sozinho num carro num canto qualquer da rua; enquanto o pranto da chuva lava minha alma nua. Tudo nessa vida passa e a chuva passará só esta dor no meu peito é que não sei se vai passar, ou até se já passou, se tudo passa de fato é um fato consumado, o presente e o futuro claro tem muito valor, o para brisa e o banco da frente, que futuramente estarão no retrovisor, isto é, o futuro foi presente e por fim também passou. Passa, tudo passa, só não passa minha dor.

terça-feira, 28 de maio de 2013



A Fonte do amor e do Desejo.
J. Norinaldo.


Deixa que eu te beije normalmente, até que a minha língua quente  possa marca-te o corpo em linha reta, até alcançar a minha meta, que são os teus lábios verticais. Deixa que a volúpia te domine,  que o teu suor ensine o caminho a minha língua que desbrava esta carne que da paixão escrava anseia pela mais bruta invasão; essa gruta perfumada, na rocha do teu ventre perfurada com lábios macios sem pudor. É a fonte da vida e do amor, que meus lábios buscam com furor para um beijo profundo da boca que não fala  e nem reclama, aos golpes do aríete de quem ama, não jorra  água e sim a vida, como um rio que deságua no oceano de desejo, e tudo começa com um beijo, as vezes inocente e  doravante, acende a chama dessa fonte de lábios carnudos e rosados, e o orvalho que roreja a flor, é o início do mais belo ato de amor que norteia a humanidade, no caminho da felicidade, do desejo que não pode ser latente, e as vezes  um beijo inocente um pingo de saliva é a nascente da fonte permanente do desejo. Deixa que te beije novamente, normalmente, nada acontece por acaso, deixa que eu busque a flor e o vaso, acharei o caminho sem ser preciso que preciso me aponte, e quando chegar até a fonte, implorarás para que eu te beije eternamente.


segunda-feira, 27 de maio de 2013



O Pintor e a Tela.
J. Norinaldo.


O pintor transmite para a tela o que nela será vida luz e cor; um olhar de ódio ou de amor, um gesto lânguido provocante como sente, tendo por modelo só a mente, quando pinta uma bela mulher; ali é um deus e usa  a tinta que quiser, depois admira a beleza que lhe fez, na cor púrpura que cora sua face por timidez, ou na palidez de um ato descoberto, por ter mostrado o corpo sem o manto, ou por ter ficado nua a céu aberto. Quando o pintor usa o modelo da mente, não mente no exagero da beleza, a mulher é o ser mais belo que contém a natureza conservada num jardim feito só para si. E o pincel que também pinta o perfume, desliza na tela sem ciúme, por também querer ver o seu ato final; afinal quem admira a beleza, vê na mulher tenho certeza sua representante divinal. O quadro envelhece a bela não, e a tela aquela feita a mão, adorna a parede do castelo, ao lado de quem se acha belo e talvez seja de fato, por ser dono do castelo e do retrato, aquilo que se compra e paga em vão, já que ainda não existe tesouro, que pague o valor de um coração.

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sexta-feira, 24 de maio de 2013




Rosa Branca.
J. Norinaldo.


Eu não posso esconder-me para chorar, não me envergonho das lágrimas que brotam puras da minha alma franca, e rorejam uma rosa branca que colhi em teu jardim, no dia em que tudo teve um fim, que surgiu tão perto do começo, que quando lembro estremeço ao saber que já não pensas mais em mim. Posso até me esconder para chorar, mas como esconder meu sofrimento, como pudestes  esquecer tantas promessas, fechar teu coração com uma tranca, deixando-me só uma rosa branca para minhas lágrimas perfumar. Ainda sinto forte o teu perfume, não é o ciúme que me leva a esse pranto, te amei tanto e te dediquei a vida e agora resta-me esta lágrima dorida e uma rosa que logo murchará. É muito triste ver a vida como escombro ter que chorar no próprio ombro sem ninguém para te consolar.
Minha tristeza inspirou-me a esta prosa, não para ti nem para mim, mas para a rosa, que pelo menos foi o que restou em fim.



O Muro da Vida.
J. Norinaldo.


Pintei no muro da vida uma paisagem florida adubada com amor e dei nome a cada flor, a cada galho ou espinho e desenhei um caminho simbolizando o futuro e uma inscrição gigante: “ Que pena a vida ter muro quando devia ter ponte”. Quem fez o muro da vida pensava em separação, para uns ela diz sim e para outros diz não, são dois caminhos distintos, um deles é o correto, outro é contramão. Pintei no muro da vida não que a vida me mande, mas o meu quadro é tão grande que não havia outra tela, e sabe a vida é tão bela que nem precisa de muro ou caminho diferente, afinal o futuro nada mais é que o passado que já esteve na frente. Não sei de que lado estou entre o passado e o futuro,  se estou atrás ou na frente, mas descobri que o futuro é mesmo em cima do muro; e se pudesse escolher ficaria atrapalhado entre ir logo ao futuro ou voltar depressa lá para o passado...


quinta-feira, 23 de maio de 2013




Meu Jornal meu Jornalista.
J. Norinaldo.


Uma homenagem aos meus amigos acadêmicos,  Jornalista e Professores.

Que eu possa dormir na pontaria, e gravar um mundo sem nenhuma putaria, que eu possa dormir para descansar e acordar com a foto da razão, de um mundo sem corrupção, onde as crianças tenham apenas que brincar. Onde brincadeira não seja perdição, onde não se olhe criança com tesão, onde o vermelho seja a cor do arrebol e que a beleza de um raio de sol ainda desperte suspiros de paixão. Onde o amor não se encontre no mercado, com etiqueta e preço fixado e a família seja o pilar da nação. Que eu seja apenas mais um ser humano, não um jornalista insano que manche o nome do jornalismo, com o olhar do canibalismo, aquele onde um irmão come outro irmão. Que eu use a minha objetiva, para que possa manter viva esta minha bela profissão, que Deus me ajude no formato, para que eu possa em cada retrato, retratar a beleza e a razão. Se por qualquer razão não for assim, e eu tenha que mostrar algo de ruim, que não me sinta bem com isto, porém mostrar o que é bom ou não, faz parte da minha profissão e como jornalista não desisto.
Que a verdade seja o meu objetivo e a razão para sempre o motivo de manter a razão viva, através da minha objetiva e a minha fome de justiça e liberdade, misturando a caliça do caráter, para construir a muralha da verdade, muitas vezes tendo que retratar o mal e estampá-lo na manchete de um jornal demonstrando total imparcialide.

quarta-feira, 22 de maio de 2013




Minha dor que não Passa.
J. Norinaldo.


Tudo passa, passa a primavera, passa o outono, passa o verão e o inverno, passaram os Beatles, passou Freddie Mercury, passou Michel Jackson por que nada é eterno. Tudo passa, tudo passa por que nada é eterno, só não passa o passar, só não passa o inferno, e essa dor, essa falta de amor que sinto  no peito, só isto não passa, isto não tem jeito. Passaram-se os anos, passaram os amigos, passaram os jovens que ficaram antigos, passou o amor que virou amizade, passou o verão se foram às andorinhas, veio à primavera e passou o verão se foram as flores e viram as cigarras, que de repente se vão com a neve do inverno, tudo, tudo passa por que nada é eterno, só comigo é igual em cada estação, vejo tanta mudança, mas já sem esperança que mude essa dor em meu coração. Ouço Freddie Mercury que um dia existiu, mas se foi com a mudança, morreu não sumiu; Vejo um dos Beatles cantando  sozinho quem já não ouviu? Eram tão belos juntos, quando eu era jovem, mas o tempo passou e minha juventude fugiu.
Às vezes sonhando vejo tudo parar, a estação não muda, não vejo nada mudar, acordo mais triste com a realidade, pois o sonho passou e tudo passou a ser a crua realidade, onde tudo passou, só não passa essa dor e essa triste saudade de tudo que passa e não leva consigo essa minha dor, mas um dia ela passa, já que tudo passa, como até hoje passou.





A Minha Dor.
J. Norinaldo.


Não! Não importa o quanto dói a minha dor, o importante é que as flores continuam se abrindo, e a primavera vem vindo, assim como o sol da manhã. Não, não importa o quanto dói a minha dor, se os meus gemidos não ultrapassam as paredes do meu nada, ninguém sabe nem que existo. Triste? Não, em fim as flores continuam se abrindo, a primavera está vindo e o teu amor é o que importa. Afinal, o que importa a dor de quem sequer nada fez para ser visto, se os meus gemidos não ultrapassam as paredes do meu nada, nem sabem que eu existo; esqueces a minha dor, volta a sorrir, pois a primavera está ai, e olha como é belo ver uma rosa se abrir.
Não! Não importa o quanto dói a minha dor que tem teu nome, sabes até me sinto agradecido, pois esta dor que provoca o meu gemido afasta por instantes a solidão que me consome, e mesmo sentindo tanta dor, não deixo de admirar a beleza de uma flor se abrindo, ou furor que estás sentindo ao pensar em teu amor, ah! Como são belos estes sentimentos, mas por Deus, precisavas conhecer um pouco os meus; não sei se descobrisses que és meu grande amor, só por isto aliviaria talvez um pouco a minha dor. Quem sabe...

segunda-feira, 20 de maio de 2013




A Inocência da Loucura.
J. Norinaldo.


Na minha inocência louca eu ousei abrir a boca para defender alguém, que esteve aqui na terra e não nos falou de guerra, só nos ensinou a amar e a fazermos o bem, tentou livrar-nos das trevas mostrando o caminho de luz, ousei defender Jesus; não! Não fui apedrejado, fui apenas ignorado, pois não carrego um cajado, portanto não sou pastor. Perguntaram-me gritando de onde vens ó tacanho, aonde é tua igreja e onde está teu rebanho? Mostra-me a mão direito te quero ver o anel, onde está o teu livro teu passaporte ao céu? Por que não estás de gravata por que caminhas a pé? A única coisa que eu tinha e não podia provar era a minha louca fé. Ah! É tão fácil me julgar sem precisar dar exemplo, como a mão que apedreja, sem saber a diferença entre templo e igreja, entre fé e fanatismo, entre o caminho e o abismo para onde alguém lhe manda seguir.
Na minha inocência louca posso até fechar a boca, mas não por falta de amor, posso até ser tacanho, faço parte do rebanho, mas jamais seguirei qualquer pastor. Pastorear é tão fácil, difícil é dar o pasto e amor.
Vi num retrato Jesus com um cordeirinho nos braços encostado no Seu manto, as ovelhas são tão meigas, por que será que os pastores gritam tanto?

sábado, 18 de maio de 2013




O Fim do Caminho.
J. Norinaldo.


Quando o caminho for de pedras e sem aceiros e o nevoeiro esconder o destino mesquinho e sem aviso, sem pressa pararei em cada curva, pensando se prosseguir mesmo é preciso; voltar não fará nenhum sentido, seria um destino já vivido, parar como disse sem aceiros, o mesmo que ter arcos sem arqueiros, ou uma biga sem rodas para andar num caminho tão comprido. Quando as pedras do caminho forem escorregadias e eu não tenha um cajado a me escorar, pararei numa sombra a refletir sobre a árvore que nunca plantei, no filho que não tenho para seguir-me e no livro que jamais escreverei. Quando alguém me falar das escrituras, lembrarei das gravuras que já vi, pois as letras para mim são como as pedras do caminho, podem ser até como um pergaminho, com uma mensagem decifrada porém para mim não dizem nada. Quando a coragem me chegar, e me mostrar o destino do caminho, cada passo agora será como um  tesouro, molharei as pedras com meu choro, por ter que chegar ao fim sozinho... Tão sozinho.

sexta-feira, 17 de maio de 2013




O Traçado do Pincel.
J. Norinaldo.


A perfeição do traço no arredondado colo, não condiz com o desleixo do pincel no traçado do véu que o encobre de maneira lasciva e provocante. Posso não saber pintar um lindo seio, mas em sonho anseio por tocá-lo com as mãos ou com a boca como fiz, quando era inocente e fui feliz, por não saber o que vinha a ser provocação. Tive seios jovens ao meu dispor, quando me foram dados por amor sem arrepios ou tremores de tesão; quem pinta seios tão perfeitos e afina a tinta para o vel. que os esconde como se usasse o pincel, para correr sem saber para onde; o pincel que pinta a carne pinta o manto com igual entusiasmo, o profano como o santo, afinal o pincel não tem orgasmo. Meu poema fala de seio e véu., de inocência e paixão, do seio que pode conter mel, leite do inocente ou conter fel, a luxúria retratada numa tela, não depende da textura do pincel; os contornos podem ser setas que apontam, para o inferno ou para o céu.

quarta-feira, 15 de maio de 2013




Meu Direito de Sonhar.
J. Norinaldo.


Quando a vida me negar o direito a ter sonhos, com certeza já terei sonhado tudo que queria, já terei vivido tudo que devia e estarei pronto pra partida, levarei rosas vivas em botões, com cuidado para que meu fardo não as esmague, tentarei deixar marcas no caminho, profundas para que o vento não apague. Quando a vida for apenas mais um sonho, ou parte de um sonho de outra vida, ou quando o meu sonho for desfeito, quero somente na despedida, protestar contra a vida por no fim ter me negado esse direito; e só descobrir quando já no caminho estiver longe, muito longe lá do ponto de partida, vir saber que tudo não passa de um sonho, inclusive a própria vida. Sonhar é tão lindo e mais ainda quem belos sonhos têm, será que eu existo mesmo, ou sou parte do sonho de alguém? Afinal o sonho é o direito mais supremo que se tem, podem me proibir de fazer tudo, menos que eu sonhe com alguém. Já fui príncipe, já fui sapo e já fui rei, a vida pode me negar o direito de sonhar, mas aquilo que sonhei... Jamais lhe devolverei.


terça-feira, 14 de maio de 2013




As Quatro Estações.
J. Norinaldo.



Quando o  inverno chegar, a primavera se foi com seus perfumes e flores, mas não a felicidade que estará na minha cama, embaixo de uma colcha de retalhos no aconchego das cores. Depois virá o verão, com andorinhas e sol, com as cores do arrebol a encantar o poeta este sonhador insano, que quando chega o outono despindo a natureza, ainda encontra beleza no balé das folhas mortas, para louvar Aquele que escreve certo mesmo pelas linhas tortas. Eu quero viver a vida não importa a estação, se é primavera ou verão se é inverno ou outono e para velar meu sono quero a canção do vento, minha colcha de retalhos para abrigar-me no inverno, para abastecer a vida quero o sol do verão, as flores da primavera para enfeitar meu amor, e as folhas mortas do outono, para forrar um jardim, para o meu derradeiro sono.






A Tela sem Rosto.
J. Norinaldo.


O que levará um pintor tendo um excelente gosto, pintar um quadro sem rosto ou a Vênus sem as mãos, uma estrada sem fim, um passarinho sozinho e não acrescentar ao caminho uma árvore para o ninho ou uma sombra a quem cansar? O que levará um poeta a colocar ódio num verso a criticar o universo por onde passam os caminhos, onde cantam os passarinhos, mas não tem rosto para mostrar? O que será que leva o louco a loucura de criticar a pintura e desdenhar o poema, com esse ou com outro tema, mas escutar com atenção o passarinho? O que será que leva alguém a esconder o rosto, quem sabe até por desgosto por não ter o que mostrar? Eu não sei, por isto pergunto tanto, no entanto de tanto que perguntei, agora sei que não sei.

segunda-feira, 13 de maio de 2013




A Beleza e a Beleza.
J. Norinaldo.

Capim seco em branco e preto numa árida paisagem, é preciso ter coragem, não só coragem mas acreditar em si, ou simplesmente mostrar aquilo que existe, sem embuste, maquiagem, sem mentir. Imagine esta mesma imagem, tendo como fundo uma paisagem, uma praia  azul  de areia branca com  cavalos de todas as  cores a esquipar. Assim muitas vezes é a vida, a não ser num olhar muito profundo, nos encantamos com o fundo, e a imagem principal é esquecida. Capim seco em preto e branco em quantidade, pode causar felicidade para o filho que retorna, e bem mais belo que as pedras da montanha, quando forra o chão, como colchão para a madorna. Ah! Se soubéssemos como a nossa vida é bela, beleza existe até onde o pincel não tocou a tela, ou em alguma sombra quase sem nenhuma cor, feita com o resto de tinta que o pintou aproveitou num cantinho da aquarela. Quando pequeno ouvi falar na flor de lótus, e me encantei com a história dessa flor, fazia questão de dizer a todas ser ela a minha preferida, sem saber que a vida também gosta de brincar; certo dia cheguei em casa exultante, exibindo a flor de Lótus, que viajante muito bondoso resolveu me presentear, era bem mais linda do que eu imaginava, então eu tinha todas as razões do mundo para mesmo sem conhecê-la para ama-la e venerar, e todos riram e eu pensei ser de alegria, porém somente eu não sabia... Que aquela era a Flor do Maracujá.






Meu Sonho com Deus.
J. Norinaldo
(É Real e quero dividir com quem queira me ouvir)


Eu tive um sonho tão lindo, o mais belo dentre os sonhos meus, sonhei regendo uma orquestra que tocava um hino Para Deus, o som era tão puro como se em algum lugar do futuro anjos dedilhassem harpas com todos os sons do passado no presente que seria agora. Existia um símbolo constante, que representava a esperança, eu na via espada, martelo ou balança, somente uma mão que segurava um ferrolho e um olho que olhava para fora. O som preenchia o planeta, e os músicos mudavam a cada gesto meu com a batuta na mão, e surgiam cantores que a terra conheceu ou não. Eu pensava e acontecia, tudo com as mais belas cores, em paredes forradas com ouro, ou desertos repletos de flores, o meu sonho mostrava a beleza que existe na felicidade, e mão que segurava o ferrolho e o olho apontava para a liberdade, sem mostrar a balança que pesa o martelo que acusa ou a espada que corta apenas a mão segurando o ferrolho, que talvez tivesse sido arrancado da porta; e o olho que olhava para fora, quem sabe mostrando que o som do futuro, pode ser puro, mas o nosso tempo é o agora. Que pena que descrever tudo que vi não consigo, mas juro queria dividir tudo contigo. Mas imaginas que tivesses o poder, de tudo que pensas de belo acontecer, e uma orquestras com milhares tocando e cantando para você reger. Não sei se meu sonho foi uma heresia, se assim for eu peço perdão, só sei que numa poesia, jamais saberei descrever tanta beleza e paixão, dedico a todos os poetas do mundo, e a todos aqueles que sonham Com Deus,  e para aqueles que nunca sonharam, esse sonho com tanta beleza, o mais belo entre os sonhos meus.

sábado, 11 de maio de 2013




Receita de Bolo para o Dia das mães.
J. Norinaldo.


Ingredientes:
Todo o amor que existe, todo carinho possível, toda ternura que há  e o coração por fermento.
 Modo de preparar:
 Misture tudo na alma e ponha para descansar, depois para cobertura, use de toda doçura que tem o mais doce mel, enfeite com a paixão e pequenos flocos de céu.
Sirva a ela todo dia, junto com uma poesia que seu coração ditar, pois a sua mãe merece receber todo dia uma prece e este doce manjar.
  E do dia 12 de Maio faça apenas um dia especial   para somente para pensar, e num gesto mais profundo, convide todas as mães do mundo para do bolo provar.
Pois nem mesmo o artista mais persistente,  descobriu até hoje o presente que uma mãe merece ganhar.
E se alguém perguntar a tua mãe o que mais na vida quer receber. Sabe qual é a resposta? Nada, filho, meu maior presente é Você.  Você!

sexta-feira, 10 de maio de 2013




A Todas as Mães do Mundo.
J. Norinaldo.


Qual o doce mais doce de todos os doces do mundo que se pode escrever com três letrinhas?
Mel, diria você. Resposta errada, Mãe é mais doce do que mel, mesmo que esteja no céu, assim como está a minha, Mãe é a palavra mais linda que nenhum poeta ainda conseguiu outra mais bela.
Mãe, é dentre as flores a mais bela, de todos os amores o mais puro, Mãe é o porto seguro, como um farol de flores num oceano de luz.
Mãe, três letras que equivalem a uma prece, feliz de quem a merece feliz de quem tem uma Mãe assim como teve Jesus.
Mãe, eu já tive, mas perdi, não sei se a mereci para dizer a verdade, mas sei que a felicidade se escreve com três letras.
Mãe oferece-te esta humilde poesia, não hoje, mas todo dia, cada segundo da vida, minha mãezinha querida meu sentimento mais profundo, como a beleza do sol que nasce todas manhãs a todas as mães do mundo e as futuras mamães.
Mãe, um bilhão de vezes mais doce do que o mais doce mel, mas eu nem imaginava que depois da tua partida, esta minha pobre vida se tornaria tão amarga como uma taça de fel.
 — com Helen 




O Passarinho.
J. Norinaldo.


Sabemos como fazer um mundo bom, o que nos falta é coragem e vontade, ou preguiça de elevar a nossa voz, parar de pedir felicidade, esperando que ela venha até a nós. O que nos falta para ter felicidade, uma guerra de bondade, carinho e gentileza, amar mais a natureza e pensar menos no eu, na casa e não na mobília, amar toda humanidade como a grande família que um dia Deus nos deu. É tão fácil alimentar um passarinho, mas isto a própria natureza faz, só precisamos respeitar-lhe a liberdade, não existe mobília no seu ninho, e o alimento para sua família, ele mesmo colhe e traz. É tão fácil fazer um mundo assim, como um jardim onde sempre é primavera realidade com semblante de quimera.
Outro dia vi uma flor se abrindo, e eu pensei em Deus sorrindo para mim, depois imaginei na heresia, querer em minha poesia para nós um mundo assim. Quem compôs a canção do passarinho, quem lhe ensinou fazer o ninho, e por que ele não muda seu canto, mesmo quando está sozinho. Sabemos como fazer um mundo bom, talvez não consigamos o fazer sozinho, mas é tão fácil para toda humanidade, é só ter a humildade de aprender com o passarinho.

quarta-feira, 8 de maio de 2013




Brincar de Sonhos.
J. Norinaldo.


Do lúdico onírico ao real há diferença, como crendice e crença parecem, mas não são iguais, quando amo existe amor, nem sempre felicidade, por que na realidade teriam que ser amores iguais; dos amores existentes apenas um é real; amor cego, amor crônico, louco amor, amor platônico nada disto é igual, ao único amor que existe, amor incondicional. Quando estou apaixonado sei que não amo a esmo, mas algum sábio já disse que estou amando a mim mesmo. Amor e ódio dois caminhos paralelos sem barreiras que os separe, mesmo que ninguém repare os dois são bem parecidos, sentimentos muito fortes, já causa de tantas mortes por não serem entendidos.
Prevaleço-me da liberdade dos sonhos para te amar de verdade, onde a felicidade eu desenho como espero, e te faço a minha feição, moldada a minha paixão e todo amor que desejo. Se tenho as rédeas dos sonhos conduzo-os para onde quero. Ah! Como é lindo sonhar e saber o que é crendice e crença, que existe amor e paixão e que entre fé e razão existe muita diferença.

segunda-feira, 6 de maio de 2013




O Pincel na Mão do Mestre.
J. Norinaldo.


Refuto a reverencia do bajulador, escuto os aplausos com cautela, sou sempre como o pincel do aprendiz, temente de desvirginar a tela. Aplaudo-me em silencio se mereço, comporto-me como um animal silvestre, estremeço de vergonha quando invejo, a firmeza do pincel na mão do mestre. Amo a beleza que há na vida e procuro retratá-la no meu verso, refutando a reverencia bajulante, sem me tornar perverso ou pedante. Quem reparar bem no meu poema, verá que ele fala de amor, de beleza e de dilema, de romance e de intriga, fala da flor de lótus mas também na flor da urtiga; de alegria e de infelicidade, minha poesia e fantasia mas, também realidade reconheço, só não  posso dizer que é a verdade, por que na verdade eu não  a conheço,. Se mereço os aplausos desconheço,  se é vergonha invejar a firmeza da mão que segura o pincel, ou me aplaudir em silencio quando  escrevo o que  minha alma dita com firmeza a pena deixa escrita na minha poesia, assim como na tela o pincel, a beleza de uma fantasia ou da realidade  em uma taça de fel.

domingo, 5 de maio de 2013




Uma Prosa Para os Meus Compadres Francisco de Souza Cruz e D. Rosa.
J. Norinaldo.


O meu sertão é tão belo como outro lugar qualquer, aqui quando a chuva cai toda tristeza se vai  mas isso quando Deus quer; a vida aqui refloresce e o sertanejo merece pelo tanto que tem fé, não como ano passado reza para que seu roçado o milho dê dez espiga em cada pé. Ai onde você mora, tem gente que até chora quando o sol desaparece, aqui no nosso sertão quando uma nuvem negra aparece, uma vela pra São José e de joelho uma prece. Um sertanejo perguntou e ele mesmo respondeu, sabe quantos anos tenho, tenho oito vezes dez, quando chove em meu sertão é uma alegria danada, e eu com a minha enxada  jogando cobra pros pés. E não adianta dizer pra ele sair de lá, pois se sair vai voltar isto é uma constante, um sertanejo distante do seu querido torrão, é como um bicho na jaula ou ave de arribação. Eu ofereço esta prosa, a Francisco de Sousa Cruz e sua esposa Rosa, os meus compadres queridos, com um grande abraço daqui do Rio Grande do Sul, para Natal e Jucurutu pelos anos juntos vividos. Que Deus esteja com todos  e atenda a minha prece e mande chuva a vontade e que a felicidade seja plantada e floresça e o verde cubra o nordeste que o sertanejo merece.

sábado, 4 de maio de 2013




A Lenha do Bosque.
J. Norinaldo.


Quantas vezes já passai por um lugar assim tão lindo, sem nada ver a não ser o chão, pensando em chegar a um lugar feio, para pagar ou receber algum tostão; e quando via, via tudo feio e torto, por não no bolso um pequeno círculo de metal com o retrato de algum tirano morto, que pudesse suprir minha precisão. Desde que usaram o sal como moeda, a nossa queda progrediu sem regressão, não sei quem pagou o primeiro salário por oficio, nascia ali o primeiro salafrário que também tem a palavra  sal no seu início.
Quanta beleza tem a vida, que na corrida a gente passa sem notar, na corrida pela nota e o tostão, que no fim quando só restar o chão, de nada irá nos adiantar. Só o poeta que jamais foi mercenário, sem salário e sem retrato na moeda, consegue ver e cantar toda a beleza do cenário que na natureza para sempre permanece, enquanto o tirano que tem a face cunhada na moeda e que nela escorrega e na queda perece.
Quando passares por um lugar assim, esqueças qualquer tipo de dilema, lembre-se deste meu simples poema, e aproveita para pensar também em mim; afinal não custa nem uma moeda em fim...




O ser humano é capaz de modificar qualquer deserto que existir, exceto o deserto que há em si.
J. Norinaldo.



Minha Querida Mãe. Todo dia é Dia Dela.
J. Norinaldo.


Dedilhei num alaúde uma canção de amor sabendo ser para alguém, a própria canção dizia que  sabia para quem, agora tenho certeza que a canção era para ti e essa certeza é tanta que todas as vezes que em ti penso minha triste alma  canta. Ah! Essa canção que fala que não fala de paixão  de desejo, mas de um abraço e um beijo que dure uma eternidade e tendo o céu como fundo, o mais belo quadro do mundo retratando a felicidade. Não direi aqui teu nome seria falta de decoro, quiçá até desaforo por que sabes muito bem  quem és, se minha canção  dizia, és a minha poesia e toda minha inspiração, e eu me rendo aos teus pés. Esta canção na verdade é toda felicidade que a vida pode me dar, eu compus pensando em ti, que cantavas para mim, tantas canções de ninar; já não estás mais aqui minha mãezinha querida, mas eu farei para ti com tua flor preferida, para poder te ofertar, uma esplendorosa guirlanda com a flor do maracujá. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013




Último Aceno do Cais.
J. Norinaldo.


Enfeitei-me de saudade para te abanar o lenço pensei que seria fácil, mas fácil é sempre o que penso, antes o ensopei de lágrimas não consegui abanar, depois que o barco partiu, torci meu lenço no mar e o nível do mar subiu. Toda vez que vou ao cais, acho sempre que é demais a cada dia que venço, se foi o barco e as lágrimas, restou-me somente o lenço. Ah! Quanta saudade sinto e na garanta esse nó, esse oceano é grande mas, minha dor é maior, cada vez que vejo um barco se aproximando do cais, corro com meu velho lenço chego lá e não estais, ah! Quantas vezes corri, agora não corro mais, mesmo assim devagarzinho levo a esperança na frente e a saudade vem atrás. Quando vi o barco pela popa pensei em não suportar, sequei a fonte de lágrimas já não consigo chorar, acreditei no retorno que jamais aconteceu, muito tenho sofrido, posso até já ter morrido, mas te garanto... O meu amor não morreu.



O Caminho do Amor.
J. Norinaldo.


Para onde eu vou sempre existe um caminho, como um poema que alguém escreveu, vou procurar um cantinho para  escrever o meu; que te traga até mim de onde estiveres, forrarei com pétalas de rosas se assim tu quiseres.  Pelos aceiros um corrimão de carinho e um passarinho em cada galho a cantar, em cada curva uma sombra frondosa que a brisa embala e traz o perfume de rosa que o tapete exala. No fim do caminho nosso ninho de amor, como um jardim em flor primavera constante com uma cerquinha branca como um colar de pérolas presente de rei, diferente daquele que um dia te dei. Depois que chegares desviarei o caminho, para que outros passem a buscar seus amores, ofereceremos as rosas do nosso jardim para o novo tapete sem nenhum ciúme, para nosso deleite novamente o perfume da flor e o desejo que jamais ninguém viva sozinho e que cada caminho leve sempre ao amor.

quarta-feira, 1 de maio de 2013




Indizível.
 J. Norinaldo.



Não existe palavra dizível, indizível, visível invisível para descrever o amor, um sentimento para alguns tão sublime e para muitos um verdadeiro crime que dói muito mais do que a dor. É justo eu te amar a tanto tempo, te proteger de tudo e contra o vento e em nem um momento você olha para mim? Não! Não falo de um olhar simplesmente, mas naquele olhar diferente, que só que ama pode ter. Ah! Há quanto tempo eu te amo, desde quando em meus sonhos eu te chamo, sabendo que você jamais virá; foi tanto tempo ó querida, que na verdade nessa vida eu só vivi para te amar.
Esta palavra é indecifrável, para muitos, um sentimento miserável que machuca e maltrata a vida inteira. Exemplo: hoje te encontrei tão faceira, sorrisos tão encantadores, nos braços de alguém que mal conheces como uma das mais belas flores; será que esse alguém te protegeu?, ? Escondeu de ti os dissabores? Ao vê-los num longo beijo e eu sozinho, olhei para trás o meu caminho e vi que voltar não faz sentido, o jogo para mim está perdido  nada me restou, isto sim é bem dizível esta coisa para tantos impossível, que todos chamam de amor.